A quadra
chuvosa do Ceará apresenta chuvas irregulares e abaixo da média,
deixando até esta terça-feira (24) 18 açudes monitorados pela Companhia
de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) com volume inferior a 30%.
De acordo com o metereologista da Fundação Cearense de Meteorologia e
Recursos Hídricos (Funceme), Paulo José, desde o começo da quadra
chuvosa, as chuvas estão irregulares, devido ao vento neutro vindo do
Atlântico Sul. "O vento vindo do Atlântico Sul deveria estar aquecido,
mas está neutro".
Dos 30 açudes monitorados pela Cogerh, o açude de Cedro, em Quixadá é
um dos que possui volume inferior. O açude tem capacidade para 126 m³, e
atualmente apenas 21,4% da capacidade está preenchida. Além
dele, apresentam baixo volume, os açudes de Cipoada, em Morada Nova;
Piraburu, em Quixeramobim; e Várzea do Boi, em Tauá, entre outros.
Até esta terça-feira (24), apenas quatro açudes estão sangrando,
Muquém em Cariús; Valério, em Altaneira; Junco, em Granjeiro e
Ubaldinho, em Cedro.
Segundo o metereologista, Paulo José, as regiões do Sertão Central,
Cariri e uma parte da Serra da Ibiapaba estão sendo castigadas pela
falta de chuva, e a população tem perdido plantação e gados. "No Cariri
está ocorrendo chuvas, só que não são todos os locais que a chuva
atinge. Isso acontece exatamente por causa da temperatura do pacífico".
A quadra chuvosa teve início na segunda quinzena de fevereiro, e
acaba no final de maio. Em 2011, a chuva apresentou uma média normal, e a
previsão da Funceme para este ano, é que a quadra chuvosa seja
considerada abaixo do normal.
Combate a estiagem
A presidente Dilma Rousseff, juntamente com o ministro da Integração
Nacional, Fernando Bezerra, anunciou na segunda-feira (23), durante
reunião com os governadores do Nordeste, em Aracaju (SE), um plano de medidas para combater o efeito da estiagem na região.
Dilma afirmou que haverá a disponibilização de uma linha de crédito
em condições especiais, R$ 12 mil para cada agricultor, com juros de 1%
ao mês, prazo de carência de três anos e um desconto de 40%, caso o
beneficiário pague em dia. Esta proposta, está sendo encaminhada para o
Congresso e destinará R$ 200 milhões a produtores que não são segurados
pelo programa Garantia Safra.
Durante o encontro, a presidente anunciou a expansão da distribuição
de água por meio de carros-pipas; a antecipação dos recursos do programa
Água para Todos, para a construção de cisternas e a instalação dos
sistemas de abastecimento simplificado; e a implantação e recuperação de
poços artesianos.
Juntos, todos os investimentos custarão cerca de R$ 2,7 bilhões aos cofres públicos.