O presidente Jair Bolsonaro (PSL) decidiu entrar
diretamente no jogo da aprovação da reforma da Previdência e deu sinal
verde no sábado, 9, para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM),
organizar e encaminhar para ele os pedidos de nomeações para o segundo
escalão do governo nos Estados. A decisão foi tomada após pressão por
parte da cúpula do Congresso, de líderes aliados e de investidores.
"Estou
otimista", comentou depois o presidente da Câmara. Ele vinha reclamando
da decisão do Planalto de lotar mais de cem cargos de segundo escalão
com militares e rejeitar as indicações políticas. Foi o primeiro
encontro de Bolsonaro com Maia para a articulação política não só dos
partidos da base aliada ao governo como também de siglas que, mesmo não
sendo da base, apoiam a reforma.
Para o deputado
Capitão Wagner (Pros), a falta de comunicação entre o Palácio da
Alvorada e o Congresso têm sido o principal entrave para um apoio mais
consolidado à Reforma. "A gente está sentindo uma insatisfação muito
grande do Congresso por conta da dificuldade de acesso ao presidente.
Então, se não tiver uma mudança de postura com relação a dialogar mais
com o Congresso, vai gerar uma dificuldade de aprovar a reforma sim",
explica.
Após a conversa com o presidente, Maia
começa a articular, junto com a líder do governo no Congresso, Joice
Hasselmann (PSL), a ida de líderes partidários para conversas diretas, a
partir desta semana, com o presidente. Segundo Maia, só o fato de o
presidente receber os parlamentares, conversar com eles e ouvi-los já
vai fazer muita diferença no humor de deputados e senadores, que gostam
de se sentir prestigiados.
 Com a volta dos
trabalhos no Congresso Nacional após o Carnaval, o presidente da Casa
pretende instalar a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para
analisar a proposta da reforma previdenciária. Contudo, partidos de
oposição planejam dificultar o início dos trabalhos na comissão.
Líder
do PDT na Câmara, o deputado André Figueiredo explica que há uma
discussão quanto a adiar a definição dos membros da CCJ por parte dos
partidos da oposição. O anúncio de toda a composição deveria ser feita
hoje a tarde pelo líder de cada legenda em reunião com o presidente da
Casa.
"Nós vamos discutir se vamos indicar os nomes
agora ou vamos esperar que o governo cumpra seu papel e mande também a
proposta de Reforma da Previdência incluindo os militares, porque ele
não mandou ainda", aponta. No cronograma acertado entre Executivo e
Legislativo, a Câmara votaria primeiro a reforma geral da Previdência e
só depois analisaria a proposta específica para as Forças Armadas
Caso
a comissão seja instalada, José Guimarães (PT) afirma que o objeto é
que a proposta não avance dentro da Casa. "Vamos ter um enfrentamento
para arguir a inconstitucionalidade da PEC, porque retira da
Constituição toda a questão dos direitos e remete para lei complementar.
Tentaremos barrar ainda na CCJ, não deixando chegar a Comissão
Especial", considera. O deputado afirmou que deve ser um dos indicados
para integrar a comissão. (com agências)
Luana Barros
o povo
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