domingo, 8 de abril de 2012

DEUS É VERMELHO

DEUS É VERMELHO - A história secreta de como o cristianismo sobreviveu e floreceu na China comunista 
AUTOR: LIAO YIWU
MUNDO CRISTÃO, 2011, 229p.

       Nos últimos anos ouvimos muitas notícias positivas sobre a China. Sua capital, Pequim, foi sede dos  jogos olímpicos em 2008 e o PIB anual já é o segundo maior do planeta, atrás apenas dos Estados Unidos. Esta obra mostra, no entanto, a face sombria deste grande país. Escrito com sensibilidade por Liao Yiwu (jornalista que não é cristão), que escreveu em 1989 o poema "Massacre", em condenação à repressão do governo aos protestos estudantis. O poema levou Yiwu a ficar quatro anos preso.
      Em Deus é vermelho, o autor vai a longíquos vilarejos para resgatar a história de cristãos que resistiram e ainda resistem à perseguição do governo chinês à livre propagação do evangelho. Com entrevistas emocionantes ele nos coloca no meio de interrogatórios feitos na Revolução Cultural, que teve início em 1966, e de torturas perversas contra homens e mulheres que teimavam em não negar a sua fé.
       No capítulo 9 (O mártir), Liao relata a entrevista como o filho do pastor Wang Zhiming, cuja estátua encontra-se na Abadia de Westiminster no Centro de Londres, honrado como um mártir cristão do século XX em todo o planeta. Após quatro anos de prisão e muitos interrogatórios e torturas, Wang disse para sua esposa: "Não pude reformar meu modo de pensar". Ele foi executado em dezembro de 1973.
    Há também a emocionante história do Dr. Sun, médico missionário, que percorreu diversas aldeias para levar saúde física e espiritual a centenas de chineses (capítulo 8) e dos missionários ingleses George e Fanny Clarke (capítulo 1).
      Trata-se de um excelente livro-reportagem, que revela os bastidores de um país gigante cuja bandeira é vermelha e cujo chão está manchado com o sangue de mártires cristãos. O título do livro indica que Deus voltou seus olhos para este país, tornando-o um dos lugares de maior efervescência espiritual no mundo.           
                                                                George Gonsalves

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