sexta-feira, 19 de abril de 2013

Indios Tapebas

Os Tapeba são um grupo indígena que habita o limites do município brasileiro de Caucaia, na Microrregião de Fortaleza, mais precisamente na Área Indígena Tapeba.


A tribo tapeba é produto de frações de diversas sociedades indígenas nativas reunidas na Aldeia de Nossa Senhora dos Prazeres de Caucaia, que deu origem ao município de Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza, no Ceará. Os potiguaras, os tremembés e os cariris são as três principais etnias que deram origem aos tapebas, que habitam terras às margens do rio Ceará.
O nome da tribo deriva do tupi-guarani, e representa uma variação fonética de itapeva (ita = "pedra" e peva = "plano" ou "chato", ou seja, “pedra chata” ou “pedra polida”). Hoje, a tribo tapeba é formada por cerca de 5000 índios, distribuídos em aproximadamente 17 comunidades, sob a proteção jurídica e social da Fundação Nacional do Índio. Eles sobrevivem basicamente da agricultura, pesca e de venda de frutas e produtos artesanais fabricados na própria comunidade.


O reconhecimento dos tapebas pelos órgãos governamentais é recente. Até a década de 1980, o estado do Ceará era considerado pelos registros da FUNAI como um estado onde inexistiam índios. Isso aconteceu porque em 1863 o Presidente da Província deu por extinta a população indígena no Ceará, e incorporou patrimônios territoriais das aldeias.
A presença indígena deixou de ser ignorada quando a Arquidiocese de Fortaleza passou a atuar no município de Caucaia junto à coletividade dos Tapeba e prestou assistência a esse processo de reconhecimento ao longo dos anos. Hoje, organizações não-governamentais como a ADELCO (Associação para o Desenvolvimento Local Co-Produzido) e FAP (Fondation Abbé Pierre por le Logement des Défavorisés), da França, também estão atentas às questões da comunidade, sendo parceiras da Associação das Comunidades dos Índios Tapeba no seu Centro de Produção Cultural.
Os tapebas tiveram suas terras identificadas e delimitadas oficialmente pela FUNAI em 23 de julho de 1993, constituindo uma área de 4.658 hectares. A demarcação, porém, só foi feita quatro anos depois. Mas a vitória definitiva ainda não foi conquistada. A homologação e o registro cartorial das terras, as últimas etapas do processo demarcatório, não foram concluídas. A comunidade aguarda o remanejamento da população não-indígena e o fim das contestações judiciais.

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