Os Tapeba são um grupo indígena que habita o limites do município brasileiro de Caucaia, na Microrregião de Fortaleza, mais precisamente na Área Indígena Tapeba.
A tribo tapeba é produto de frações de diversas sociedades indígenas
nativas reunidas na Aldeia de Nossa Senhora dos Prazeres de Caucaia, que
deu origem ao município de Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza, no Ceará. Os potiguaras, os tremembés e os cariris são as três principais etnias que deram origem aos tapebas, que habitam terras às margens do rio Ceará.
O nome da tribo deriva do tupi-guarani, e representa uma variação fonética de itapeva (ita = "pedra" e peva
= "plano" ou "chato", ou seja, “pedra chata” ou “pedra polida”). Hoje, a
tribo tapeba é formada por cerca de 5000 índios, distribuídos em
aproximadamente 17 comunidades, sob a proteção jurídica e social da Fundação Nacional do Índio. Eles sobrevivem basicamente da agricultura, pesca e de venda de frutas e produtos artesanais fabricados na própria comunidade.
O reconhecimento dos tapebas pelos órgãos governamentais é recente. Até a década de 1980, o estado do Ceará era considerado pelos registros da FUNAI como um estado onde inexistiam índios. Isso aconteceu porque em 1863 o Presidente da Província deu por extinta a população indígena no Ceará, e incorporou patrimônios territoriais das aldeias.
A presença indígena deixou de ser ignorada quando a Arquidiocese de Fortaleza
passou a atuar no município de Caucaia junto à coletividade dos Tapeba e
prestou assistência a esse processo de reconhecimento ao longo dos
anos. Hoje, organizações não-governamentais como a ADELCO (Associação
para o Desenvolvimento Local Co-Produzido) e FAP (Fondation Abbé Pierre
por le Logement des Défavorisés), da França,
também estão atentas às questões da comunidade, sendo parceiras da
Associação das Comunidades dos Índios Tapeba no seu Centro de Produção
Cultural.
Os tapebas tiveram suas terras identificadas e delimitadas oficialmente pela FUNAI em 23 de julho de 1993,
constituindo uma área de 4.658 hectares. A demarcação, porém, só foi
feita quatro anos depois. Mas a vitória definitiva ainda não foi
conquistada. A homologação e o registro cartorial das terras, as últimas
etapas do processo demarcatório, não foram concluídas. A comunidade
aguarda o remanejamento da população não-indígena e o fim das
contestações judiciais.
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