Deputados e senadores reunidos em sessão conjunta do Congresso Nacional nesta quarta-feira (17) decidiram derrubar o veto (VET 32/2018)
do presidente Michel Temer ao piso salarial dos agentes comunitários de
saúde e de combate às endemias. Assim, voltará a valer a remuneração
nacional da categoria prevista na medida provisória (MP) 827/2018, aprovada em julho pelo Congresso. A matéria segue para a promulgação.
Pela MP, os agentes receberão R$ 1.250 a partir de 2019; 1.400 em 2020 e R$ 1.550 em 2021.
O presidente da República sancionou a nova regulamentação profissional da categoria (Lei 13.708/2018), mas vetou os seis pontos do texto que tratavam do reajuste. Foi mantido apenas o veto que
determina que, a partir de 2022, o piso seria reajustado anualmente em
percentual definido na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
De acordo com o Palácio do Planalto, a matéria aprovada pelo
Congresso Nacional cria despesas obrigatórias sem estimativa de impacto
orçamentário e viola a iniciativa reservada ao presidente da República
no que diz respeito à criação de cargos e aumento de sua remuneração.
Derrubada do veto
Senadores e deputados que usaram a palavra durante a votação da
matéria defenderam a derrubada do veto. O senador Flexa Ribeiro
(PSDB-PA) e a deputada Érica Kokay (PT-DF) destacaram o compromisso do
Congresso na valorização desses profissionais.
— Aprovamos aqui este reajuste até 2021, foi vetado pelo Presidente
da República, mas a última palavra é do Legislativo – ressaltou Flexa.
O deputado Hildo Rocha (MDB-MA) disse que reajustar os salários dos
agentes comunitários de saúde e de combate às endemias é o mesmo que
aumentar o investimento em prevenção.
— Não é aumento de salário. Aqui está se falando em reequilibrar o
salário desses profissionais. Sem eles não vamos conseguir controlar os
diversos tipos de doenças, além de aumentar a despesa com a saúde
curativa- avaliou.
O deputado Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE) lembrou que o reajuste é uma luta antiga desses profissionais.
— São cerca 300 mil agentes de comunitários e 100 mil agentes de
combate às endemias no país que desde o ano de 2013 vêm lutando para que
possamos ter uma legislação que garanta as suas atividades e um salário
digno - defendeu.
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