A polícia vai retirar todos os veículos apreendidos em inquéritos
policiais estacionados em pátios ou no entorno de delegacias de
Fortaleza e da Região Metropolitana e realocá-los em depósitos até o fim
de 2019. Um levantamento da Polícia Civil mostra que, atualmente,
existem de 900 a 1.100 veículos estacionados em pátios de delegacias ou no entorno das unidades. Alguns ficam abandonados em via pública e são alvo de vândalos, além de provocar acúmulo de lixo e sujeira.
Até agora foi realizada a remoção de 60 carros que
se encontravam na Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (Denarc) e em
delegacias de Maracanaú e Pacatuba, afirma o diretor do Departamento
Administrativo-Financeiro da Polícia Civil, Otávio Coutinho.
“Esse espaço aqui em Caucaia tem capacidade pra pouco mais de 500 carros.
A expectativa é de que ele comporte cerca de 60% a 70% da nossa
demanda. A gente já tá providenciando a aquisição de um segundo terreno
pra que a gente possa dar conta do resto da demanda”, informou Coutinho.
Venda dos carros
Segundo o diretor, com a autorização da Justiça, os veículos vão ser
vendidos, o que vai permitir uma rotatividade nos depósitos.
“A gente acredita que até o final do ano a gente possa dar conta de
todos os veículos no entorno de delegacias, esses veículos judicialmente
apreendidos, em virtude até mesmo de uma parceria entre a polícia civil
e o poder judiciário, pra que os juízes autorizem a venda desses
veículos, pra que tenha uma rotatividade nos pátios de apreensão”,
comentou.
Estacionados na rua
Foi montado um cronograma para a retirada dos automóveis das unidades
policiais, dando prioridade àquelas que possuem veículos ocupando via
pública. As próximas delegacias a terem os pátios desafogados são: 13º
DP – Cidade dos Funcionários; 10º DP - Antônio Bezerra e 5º DP –
Parangaba.
Coutinho explica que os carros podem ficar retidos nas delegacias
durante o processo de inquérito policial, quando as investigações estão
em curso. Ao ser concluído o trabalho da polícia, um relatório é
remetido à Justiça e o veículo passa à responsabilidade do poder
judiciário.
“O inquérito dura de 30 a 60 dias. Sendo elastecido o prazo de
prorrogações, chegamos a uma média de 120 dias com um inquérito sob
investigação. A partir desse prazo, é feito o relatório e remetido à
Justiça, e esse inquérito vira processo judicial. Então, esse veículo
não mais é apreendido para investigação, é judicialmente apreendido, tá
sob a égide do poder judiciário, que define o destino desse veículo”,
detalha.
Nesta terça-feira (2), um veículo foi incendiado
durante a madrugada próximo ao 13º Distrito Policial, localizado na
Avenida Oliveira Paiva, no Bairro Parque Manibura, em Fortaleza. O carro
havia sido apreendido em uma ação policial. O suspeito de provocar o incêndio foi preso e o suspeito disse em depoimento que incendiou o veículo "por brincadeira".
DN