quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Grupo distribui 2 mil brinquedos a crianças de Caucaia na manhã de Natal

Enquanto muitos ainda repousavam após a ceia natalina, famílias, jovens e casais de grupos católicos da Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres, em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, se reuniram para uma ação solidária, na manhã desta quarta-feira (25). Eles abasteceram a carroceria de um caminhão e distribuíram presentes para crianças em sete bairros do município.
Ao todo, foram compartilhados dois mil brinquedos, entre bolas, bambolês e bonecas. A ação ocorre há 19 anos e começou bem mais tímida, com a distribuição de salgadinhos e doces, a partir da união das famílias Caetano e Rocha e alguns amigos. Com o tempo - e a adesão de outros parceiros -, o projeto cresceu para abranger mais pessoas.
“Pra nós, é motivo de muita alegria fazer essa brincadeira. É mais um ano que a gente consegue realizar com a participação de vários amigos. Não tem dinheiro que pague o que a gente recebe com o sorriso dessas crianças”, descreve um dos organizadores da iniciativa, Mardônio Gurgel. Todos os presentes foram oriundos de doações. 
Retorno
Neste ano, entre os 50 voluntários, houve o trabalho de participantes do Encontro de Jovens com Cristo (EJC), que subiram no caminhão para entregar os mimos. A caravana percorreu os bairros Grilo, Alto do Urubu, Mestre Antonio, Barra Nova, Itapuã, Bom Jesus e Parque Soledade.
“Foi uma experiência incrível. Ver o sorriso delas com um simples presente não tem preço”, considera a participante Melissa Ribeiro. “A palavra é gratidão. Ano que vem, estaremos de novo, se Deus quiser”, completa Edwirges Cavalcante, que se vestiu de Mamãe Noel para animar as crianças.
diario do nordeste

Sine Municipal oferta 49 vagas de emprego nesta quinta-feira (26)

O Sine Municipal de Caucaia oferta 49 vagas de emprego nesta quinta-feira (26/12) para quem deseja voltar ao mercado de trabalho. Deste total, uma vaga é para Pessoa com Deficiência (PCD), na função de auxiliar administrativo. Não é preciso comprovar experiência para assumir o cargo. Mas para todas as outras vagas, é preciso comprovar a experiência na função.
Segue abaixo a lista das profissões com o numero de vagas ofertadas:
Analista de logística de transporte: 1      
Auxiliar em saúde bucal: 9         
Comprador: 1   
Copeiro: 15       
Cozinheiro geral: 4         
Eletricista de instalações de veículos: 2  
Inspetor de qualidade: 1              
Mecânico de manutenção de caminhão a diesel: 1           
Mecânico de máquinas pesadas (manutenção): 1              
Mecânico de veículos automotores a diesel (exceto tratores): 1  
Motorista carreteiro: 5 
Motorista de caminhão: 3           
Padeiro : 1         
Supervisor de operações portuárias: 1    
Técnico em instrumentação: 1   
Técnico em segurança do trabalho: 1     
Interessados devem dirigir-se à sede da Secretaria Municipal de Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (Setem), órgão ao qual o Sine de Caucaia é vinculado. É obrigatória a apresentação de CPF/RG e Carteira de Trabalho.

SERVIÇO
SINE MUNICIPAL
ONDE: rua Coronel João Licínio, nº 517, no Centro, das 8 horas às 14 horas.
Assessoria de Comunicação
(85) 3342.4410
ascom@caucaia.ce.gov.br

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Feliz Natal!!

Prêmio da Mega da Virada pode superar R$ 300 milhões

As apostas da Mega da Virada estão abertas e quem acertar as seis dezenas pode levar R$ 300 milhões para casa ou até mais. A expectativa da Caixa Econômica Federal é superar a marca de 2017, quando alcançou o valor de R$ 306 Milhões, o maior prêmio até então da história do concurso. Caso não haja ganhador com as seis dezenas sorteadas, o valor será dividido entre os que acertarem cinco números, e assim por diante. 
O Ceará já registrou duas apostas ganhadoras. Em 2011, a cidade de Russas entrou para a história com um ganhador entre os cinco milionários do prêmio de R$ 177.617.487,60, sendo divididos R$ 35,5 milhões para cada um.
Em 2018, o Estado também foi premiado com a cidade de Várzea Alegre, entre as 52 apostas ganhadoras do valor de R$ 302 milhões, onde cada um levou para casa R$ 5,8 Milhões.
Prêmio
Com os R$ 300 milhões da Mega da Virada é possível comprar seis coberturas de luxo no Leblon ou Ipanema com mais de 500 metros quadrados. Ou o vencedor poderá ir até uma concessionária da Ferrari e levar de uma só vez 150 carros do modelo 488 Spider. Cada uma delas custa em torno de R$ 1.690 milhões de reais. 
Para os que desejam deixar o dinheiro render, em simulação, colocando todo o dinheiro recebido, de R$ 300 milhões, somente na poupança, já é possível que em um ano seja recebido em juros aproximadamente R$ 18.503.343,48, totalizando um montante final de até R$ 318.503.343,49.
As apostas podem ser feitas até as 18h (de Brasília) do dia do sorteio, em qualquer lotérica do país ou pela internet. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, com preço de R$ 4,50, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
dn

Prefeitura registra 73 pedidos de vistoria predial em 2 meses

A Prefeitura de Caucaia, por meio da Coordenadoria de Proteção e Defesa Civil (Compdec) registrou nos últimos dois meses, 73 solicitações de pedidos para vistoria de imóveis localizados na zona urbana de Caucaia.
Conforme o coordenador da Compdec, Airton da Silva, todas as 73 ocorrências já foram visitadas pelos técnicos do órgão. Nenhuma, no entanto, precisou ser interditada. “Elaboramos os laudos de engenharia para todas as demandas”, detalha o coordenador da Compdec, Airton da Silva.
Foram vistoriados prédios comerciais, condomínios e casas particulares. A Grande Jurema concentra a maioria das demandas, principalmente nos parques Potira e Guadalajara e adjacências. Ocorrências também foram registradas em residenciais localizados no litoral do município.
Nas visitas, os técnicos da Defesa Civil verificam o estado da estrutura física do prédio. “Tudo é levado em conta: rachaduras, trincas, avarias. Com a análise, o morador recebe um laudo para que as devidas correções sejam executadas ou, em casos mais graves, se ausentar do prédio, evacuar a área e até pedir a demolição do imóvel, caso seja necessário”, ressalta Airton.
Para solicitar pedido de vistoria, basta ligar para (85) 3342.0718.
Assessoria de Comunicação
(85) 3342.4410
ascom@caucaia.ce.gov.br

Governo determina reforço da polícia para investigar morte de prefeito de Granjeiro

Forças policiais de pelo menos cinco municípios do interior do Ceará estão mobilizadas para investigar e identificar os suspeitos do assassinato do prefeito da cidade de Granjeiro, João Gregório Neto (PSD), morto a tiros enquanto caminhava próximo à parede do Açude Junco, na manhã desta terça-feira (24). A vítima foi atingida pelas costas. 
O governador Camilo Santana se manifestou sobre o caso, lamentando o ocorrido e afirmando que foi determinado “rigor absoluto nas investigações, com reforço de equipes na região, para que os criminosos sejam identificados e presos o mais rápido possível”. 
Equipes da Delegacia Regional de Juazeiro do Norte, da Regional de Iguatu e do Departamento de Polícia Judiciária do Interior Sul (DPJI Sul) da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) foram mobilizadas para o local. A Polícia Militar do Ceará (PMCE) também participa das buscas pelos suspeitos com equipes de Cariús, Cedro, Iguatu, Juazeiro do Norte e Várzea Alegre.
De acordo com testemunhas, um carro aproximou-se do gestor e o suspeito efetuou os disparos. Ainda segundo as testemunhas, foram ouvidos pelo menos três tiros. Imagens de uma câmera de vigilância mostram um carro em fuga momentos após o crime. Segundo uma fonte da polícia, é o veículo utilizado pelos assassinos. 

‘TAVA MEIO DIFERENTE’ 

O irmão da vítima, Cícero Gregório disse que o prefeito não comentou nada com a família sobre ameaças de morte. Porém, que um amigo de João Gregório, ao sair com ele nos últimos dias, comentou com Cícero que o notou “meio diferente”. 
“É um vereador amigo dele, e notou que ele tava meio diferente”, disse o irmão. 
O prefeito costumava andar com seguranças, segundo a família. E fazia caminhada no mesmo local todas as manhãs. 
“Não tinha rixa com ninguém, nunca brigou com ninguém. A família não deve pra ninguém”, completou o irmão. 
Amigo do prefeito, o comerciante Francisco Soares também lamentou a morte.  
“Pessoa muito querida pela população, dava atenção a todo mundo, não fazia diferença de ninguém. Pegou todo mundo de surpresa, o Granjeiro perdeu muito com essa tragédia.” 

VIDA PÚBLICA

Gregório ingressou na política como vereador em 1989 e foi reeleito em 1993, ambas as candidaturas pelo Partido da Frente Liberal (PFL). Em 2016, retornou como candidato a prefeitura de Granjeiro e foi eleito com 2.358 votos (52.39%).
Conhecido popularmente como "João do Povo", em novembro de 2018 foi alvo da Operação Bricolagem da Polícia Federal, que investigava fraudes em licitações. As investigações mostraram que o prefeito chegou a movimentar cerca de R$ 26 milhões em um período de dois anos na conta de um parente,beneficiário da aposentadoria rural. Na casa do gestor, a PF encontrou R$ 213 mil em caixas de sapato. 
dn

Prefeitura instala mais de 17 mil luminárias em 2019

Ao longo de 2019, mais de 17 mil luminárias foram instaladas nas vias públicas de Caucaia. Os dados são da Secretaria Municipal de Patrimônio, Serviços Públicos e Transporte (SPSPTrans), responsável pelo serviço.
Segundo a pasta, entre abril de 2018 e dezembro de 2019, quase 60% de toda a iluminação da cidade foi renovada, beneficiando, dessa forma, pouco mais de 127 bairros/localidades. Além disso, localidades que nunca tiveram iluminação pública foram contempladas com a ação, como o Novo Pabussu e a comunidade de Feijão do Meio, na região da BR-020.
“Essa é uma operação grande, que já beneficiou diversas regiões em toda a Caucaia. Localidades inclusive que nunca tiveram iluminação pública, mesmo existindo há 20 anos. Com isso, não estamos somente colocando poste e lâmpada. Nós estamos dando mais qualidade de vida para os moradores”, sintetiza o prefeito Naumi Amorim.
A troca de lâmpadas de vapor sódio (amarelas) por lâmpadas de vapor metálico possibilita melhor trafegabilidade e segurança à população de Caucaia, além de garantir economia com custo em iluminação. “Caucaia estava escura e hoje estamos trabalhando para oferecer uma iluminação pública mais eficiente, desde as localidades nas serras às ruas da cidade”, destaca o titular da SPSPTrans, Assis Medeiros, que projeta para 2020 abranger com a ação 100% do município.
A SPSPTrans também executou instalação e melhorias na iluminação em 28 espaços esportivos, sendo 7 novas instalações em campos, 11 melhorias e mais 4 instalações em areninhas, 2 melhorias em areninhas, uma instalação numa quadra poliesportiva e por último três melhorias em quadras poliesportivas.  
A secretaria segue um calendário de ações, mas a população pode contribuir com a gestão solicitando reparos, instalação ou reposição de equipamentos. Para isso, basta ligar para a Central de Iluminação Pública, pelo telefone 0800.878.27.41. A chamada é gratuita e o atendimento é 24 horas.
No ato do registro, o solicitante deve obrigatoriamente informar: nome, rua, ponto de referência, telefone para contato e, se possível, dizer a placa de identificação do poste com a luminária que precisa de conserto ou troca.
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Projeto que regula serviços como Netflix deverá ser votado no primeiro semestre.

A oferta de serviços como a Netflix já caiu no gosto popular, mas o hábito de explorar plataformas on-line de transmissão de séries, filmes e documentários pode ser alterado em 2020, a partir da aprovação do Projeto de Lei do Senado (PLS) 57/2018, que disciplina a chamada comunicação audiovisual sob demanda (video on demand ou VoD).
O texto já está sendo bastante discutido e o relator da proposição, senador Izalci Lucas (PSDB-DF), deve entregar seu relatório na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) no retorno dos trabalhos legislativos, em fevereiro de 2020. O PLS 57/2018 regula a distribuição de conteúdos fornecidos por banda larga diretamente a televisões, celulares e outros aparelhos por empresas como Netflix, Hulu e Prime Video, entre outras.
O projeto disciplina a comunicação audiovisual sob demanda e a incidência da Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine) sobre o setor, além da distribuição de vídeo doméstico, abrangendo as plataformas de compartilhamento. O texto prevê que a contribuição será progressiva de até 4% sobre o faturamento bruto apurado.
O texto também assegura a promoção pelos agentes econômicos de conteúdos audiovisuais brasileiros e destina recursos a produtoras cinematográficas do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A proposição altera ainda a Medida Provisória 2.228-1/2001, e as Leis 11.437, de 2006 e 12.485, de 2011.
De acordo com o projeto, as empresas contribuintes poderão descontar até 30% do valor para adquirir direitos, produzir obras cinematográficas ou videofonográficas brasileiras de produção independente. Parte desses 30% serão destinados às produtoras.

Regulação do audiovisual

Autor do PLS 57/2018, o senador Humberto Costa (PT-PE) defende a regulação do mercado e a produção audiovisual independente.
— Os investimentos feitos por uma empresa como a Netflix, em um ano, representam 60 anos de investimentos no Brasil. É absurda a diferença. Sem uma regulação do mercado, que fará com que essas empresas bilionárias participem da Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional [Condecine], a primeira a desaparecer no Brasil será a produção independente. Iremos perder vários talentos e diversidade nos conteúdos audiovisuais. Por isso, a importância do projeto — afirmou.
Humberto Costa discorda de que a regulação vá provocar aumento no preço dos serviços oferecidos pela Netflix e outras plataformas digitais. O autor do projeto ressalta que, em diversos países onde a cobrança é efetuada, o preço dos serviços não subiu.
— Isso é terrorismo de mercado de grupos que querem que empresas lucrem muito e não devolvam nada à sociedade. Esses mesmos grupos diziam que a cobrança de bagagem aérea diminuiria os custos das passagens. Qualquer brasileiro pode atestar o contrário. Isso é argumento típico de lobista. Do que precisamos é sermos enérgicos na regulação do setor para que ele não corra sem qualquer ação positiva do Estado — afirmou.
Na justificativa do projeto, Humberto Costa explica que empresas como Netflix, Hulu ou Vimeo vêm ganhando mercado rapidamente e competem com outros segmentos da mídia audiovisual, a exemplo da televisão aberta e dos serviços por assinatura, sem estar sujeitas a obrigações equiparáveis.
A aplicação do Condecine por título ofertado seria abusiva para essa indústria, pois o estoque de títulos é muitas vezes superior ao fluxo de demanda no mercado brasileiro, avalia o autor do PLS 57/2018.
“Optamos, pois, por aplicar uma contribuição progressiva de até 4% sobre o faturamento bruto apurado, acompanhando práticas de outros países para esse setor. Preserva-se, assim, uma proporcionalidade com o porte das operações dessas empresas no mercado local”, observa Humberto Costa.

Conteúdo nacional

Quanto à produção de conteúdo, o senador pelo PT de Pernambuco ressalta que impor uma proporção de títulos brasileiros no catálogo acima do razoável iria induzir empresas globais a restringir o tamanho da oferta no Brasil, prejudicando o consumidor.
“Preferimos, pois, atrelar o número de títulos disponíveis ao porte da produção local de material audiovisual nos últimos cinco anos, ao porte das empresas provedoras, e impor condições de priorização dos títulos nacionais nos mecanismos de busca e seleção oferecidos pela provedora, implantando o que vem sendo chamado de destaque visual ou proeminência desses títulos”, explica o autor do projeto.
Humberto Costa aponta ainda o número crescente de empresas globais que oferecem serviços a partir do exterior diretamente ao público brasileiro, sem manter representação no país.
“Somos, evidentemente, favoráveis à prática, que beneficia o consumidor nacional, e acreditamos que essa oferta deva ajustar-se à legislação local”, ressalta o senador.
O autor do PLS 57/2018 observa que o projeto reproduz mecanismo de estímulo à regionalização da produção audiovisual brasileira, nos moldes do que já é feito pela Lei do SeAC (Lei 12.485, de 2011, que trata da comunicação audiovisual de acesso condicionado). O texto estipula que o mínimo de 30% dos recursos destinados ao Fundo Setorial do Audiovisual sejam empregados em produções das regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste.

Impacto da arrecadação  

O PLS 57/2018 tramita atualmente na CAE, onde é relatado pelo senador Izalci Lucas (PSDB-DF). Ex-secretário de Ciência e Tecnologia do Distrito Federal, ele deverá apresentar voto sobre a matéria entre fevereiro e março de 2020.
— O parecer está em negociação. Estamos ouvindo ainda o governo e todos os outros interessados para buscar um entendimento. Ainda estamos longe de um consenso, mas pedi agora ao Ministério da Economia para discutir o impacto da arrecadação, a questão do Condecine, a forma de cobrança. Haverá cobrança dessas empresas que vão vir investir no Brasil. Hoje tem um critério de cobrança, talvez a gente tenha que mudar o sistema. A gente pediu o levantamento de todo o impacto disso. Tem a questão do incentivo, como proteger um pouco o conteúdo nacional, como podemos resguardar isso — afirmou Izalci.
Em setembro, o senador Zequinha Marinho (PSC-PA) apresentou a primeira emenda ao PLS 57/2018, como forma de possibilitar a migração do serviço de TV por assinatura (TVA) para o serviço de radiodifusão de sons e imagens.
A nova concepção, de acordo com o autor da emenda, suprirá uma lacuna específica da Lei 12.485, de 2011, ao franquear, às outorgas de TVA vigentes à época da aprovação da norma, “uma adaptação plenamente plausível e viável do ponto de vista técnico e histórico, dadas as semelhanças com o serviço de radiodifusão”.
O texto do PLS 57/2018 ainda será analisado na Comissão de Educação (CE) e na Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT), seguindo posteriormente à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde será apreciado em decisão terminativa — se aprovado, seguirá direto para a Câmara dos Deputados, a não ser que haja recurso para votação do projeto em Plenário.

"Abuso regulatório"

Em outubro, foram realizadas duas audiências públicas para debater o PLS 57/2018. O primeiro debate, ocorrido no dia 7, contou com representantes do Ministério da Economia, do Ministério da Cidadania, do Sofá Digital, da Claro Brasil, da Motion Picture Association of America (MPA), da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), da Netflix, da Associação Brasileira de Programadoras de TV por Assinatura (ABPTA), da Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel), da Neotv, da Agência Nacional do Cinema (Ancine) e da Associação de Produtoras Brasileiras de Audiovisual do Centro Oeste /APBA-CO).
Na ocasião, o representante da MPA, José Maurício Fittipaldi, disse que o PLS 57/2018 apresenta riscos de caracterização de abuso regulatório, já que a proposta pode resultar em reserva de mercado. Ele enfatizou a necessidade da observância de dados técnicos e comportamentais do setor, antes de qualquer medida nesse sentido. Ao afirmar que a experiência europeia não pode servir como modelo para implementação das regras no Brasil, Fittipaldi explicou que as diretrizes do tema na Europa têm menos de um ano de aplicação, e que os estados membros têm até setembro de 2020 para adotar as medidas por completo.
— Não há dados, não há experiência a demonstrar que esse caminho é o melhor. O único dado que existe sobre a experiência europeia é do mesmo mês em que a medida foi implementada, e o relatório não considera qualquer tipo de efeito dessa diretiva. Estamos num cenário desafiador, dentro de um contexto de crise econômica, onde fica claro que esse projeto é altamente intervencionista e excessivo — disse Fittipaldi.
Por sua vez, a diretora de Relações Governamentais e Políticas Públicas da Netflix, Paula Pinha, considerou que a tributação de serviços sob demanda não produz os mesmos efeitos conseguidos em outros setores do audiovisual, como cinema e televisão. Para ela, a cota sugerida no PLS 57/2018 prejudica produtores e consumidores, uma vez que os catálogos de ofertas de obras deverão ser reformulados com a futura aprovação da lei.
— Se um dos pilares do projeto é garantir a presença de conteúdo brasileiro nesse novo segmento de mercado, a discussão de medidas alternativas de fomento à atividade seria o caminho mais acertado — afirmou Paula Pinha.

Legitimidade e urgência

O segundo debate, ocorrido no dia 17, contou com representantes da Associação Paulista de Cineastas (Apaci), do Sindicato da Indústria Audiovisual (Sicav), da Brasil Audiovisual Independente (Bravi), do Intervozes e da Box Brasil.
Coordenadora do Intervozes, organização que atua pela efetivação do direito à comunicação no Brasil, Marina Pita disse que o PLS 57/2018 é importante e urgente. Ela ponderou que VoD é a disponibilização de conteúdos na internet e, portanto, um mercado passível de regulação. A debatedora observou, no entanto, que a proposta deve estar em consonância com a Lei 12.485, de 2011, que já regula a produção de conteúdo audiovisual por assinatura.
— Vale lembrar que o Brasil é signatário da Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais, e a cultura é um elemento estratégico das políticas de desenvolvimento nacional. Então, o projeto de lei não só é necessário, mas legítimo e urgente — disse Marina Pita.
Já o diretor da Apaci, André Klotzel, observou que bens de consumo no Brasil são tributados. O audiovisual, segundo ele, também é um bem de consumo, só que imaterial, mas sem taxação no país. Ele considerou “absurda e desproporcional” a não tributação dessas operadoras, tendo em vista a abrangência irrestrita delas, por meio da internet, e o expressivo volume de recursos mobilizados.
— O estabelecimento de cotas não é uma invenção, não é um gesto autoritário nem cerceador. Pelo contrário: é uma compensação. Então, a subvenção ao audiovisual segue o mesmo caminho, e 4% de contribuição, que vai se converter em incentivo à produção brasileira, é algo irrisório — afirmou Klotzel.
Na mesma audiência, o senador Humberto Costa explicou que a sua preocupação, ao apresentar o PLS 57/2018, foi criar condições para alavancar um setor em que o Brasil tem demonstrado competência, num momento de “guerra cultural” no país.
— Hoje a cultura está sob fogo cerrado, exatamente por seu caráter libertário e de contribuição para a formação do pensamento crítico. O mercado de VoD é uma indústria, e a regulação é um favorecimento a esse setor, que não pode ficar ao 'deus-dará' — comentou Humberto Costa, na ocasião.

O que pensam os usuários

A expectativa dos internautas ouvidos pela Agência Senado é de que a contribuição prevista no PLS 57/2018 poderá encarecer os serviços oferecidos por plataformas digitais como a Netflix.
Pedro Salum, CEO da LoopKey, considera o projeto “um absurdo” e ressalta que a Netflix representa a democratização da cultura.
— É taxar por taxar. O dinheiro não vai ser revertido em nada. [A iniciativa] tem cara de lobby de TV a cabo, já que [a plataforma digital] é muito mais acessível. Além de tudo isso, é incentivo à pirataria, porque o imposto nunca vai ser 2%, 4%. Logo as pessoas, que hoje pagam, voltam a piratear — afirmou Salum.
Por sua vez, a servidora da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Bianca Gazeta, considera a Netflix “uma super opção de lazer acessível” e diz que a tarifação das empresas é “justa”.
— Não tinha conhecimento desse projeto. Acho, em parte, a tarifação justa, já que todos nós somos obrigados a pagar impostos. Porém, quem vai acabar pagando é o consumidor, no fim das contas — afirmou Bianca.
Arquiteta e empresária, Caroline Brito acredita que a contribuição a ser paga pelas plataformas digitais será repassada aos consumidores.
— Como empresa, a Netflix preza pelo lucro. E o custo de algo sempre vai para o consumidor. Mas não acho isso ruim. Acho que o certo deve ser aplicado, sem exageros, tanto para quem vai gerar a tarifa quanto para quem vai pagar a tarifa, a Netflix, que a passará indiretamente para os usuários — concluiu Caroline.

Fonte: Agência Senado