quinta-feira, 19 de abril de 2012
Caucaia: População indígena cresceu 6% em 10 anos
O Ceará soma, segundo o IBGE, 19.336 índios; Funai questiona, diz que o número é bem maior e já chegaria a 30 mil
Dançar o torém, comer "grolado" de tapioca com peixe, viver da agricultura de subsistência e em contato com a natureza. Isso é ser indígena? É bem mais, é se declarar com orgulho. E muitos já perderam a vergonha de se afirmarem como tal. A boa nova de hoje, Dia do Índio, é que a população autodeclarada cresceu 6% em dez anos, conforme os dados censitários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entre 2000 e 2010. É o 5º maior crescimento proporcional do País, o 2º do Nordeste.
Segundo o último censo, 817 mil pessoas se autodeclararam indígenas, o que significou um crescimento de 11,4% em uma década (84 mil), bem menos expressivo que o período entre os anos de 1991 e 2000, de aproximadamente 150% (440 mil).
O Ceará soma, segundo os dados do IBGE, 19.336 índios, em apenas dez municípios: em Fortaleza (3.071), Caucaia (2.706), em Itarema (2.258), Maracanaú (2.200), Monsenhor Tabosa (1.934), Poranga (1.173), Pacatuba (744), Crateús (613), Itapipoca (403) e Juazeiro do Norte (355). Com etnias variadas, representam apenas 0,2% da parcela populacional do Estado e 2,4% da população autodeclarada do País. O Ceará está em 15ª colocação no ranking nacional.
Segundo o Censo de 1991, em 34% dos municípios brasileiros, residia pelo menos um indígena. Já no Censo de 2000, percentual cresceu para 63% e, de acordo com o Censo 2010, chegou a 80% das cidades do País.
Entretanto, a Fundação Nacional do Índio (Funai) questiona os recentes dados do IBGE, diz que estão defasados, não representam a realidade. Para Weibe Nascimento, assistente técnico da Coordenação Regional de Fortaleza na Funai, a comunidade soma quase 30 mil integrantes, organizados em 14 povos e em cerca de 19 municípios.
"A cada dia, nossa população indígena cresce mais. As pessoas estão com menos vergonha de se afirmarem como índio, têm mais orgulho das origens, acessam mais as políticas públicas de educação e saúde. Desafios existem sim, mas temos muitos avanços, graças à organização e luta dos grupos", afirma Weibe.
De acordo com ele, o maior entrave para a conquista de direitos ainda é a regularização fundiária e a dificuldade de manutenção da terra. Segundo Weibe, apenas três terras foram homologadas no Ceará, apenas uma demarcada (Córrego de João Pereira em Itarema), duas identificadas e delimitadas e cinco em processo de identificação e delimitação. Há, segundo o assistente da Funai, demanda real para identificação e delimitação de novas 19 terras.
Identidades
A etnias mapeadas hoje pela Funai são: Tremembé (Acaraú, Itarema e Itapipoca), Anacé (Caucaia e São Gonçalo do Amarante), Tapeba (Caucaia), Pitaguary (Maracanaú e Pacatuba), Jenipapo-Kanindé (Aquiraz), Kanindé (Aratuba e Canindé), Tapuia (Monsenhor Tabosa e Tamboril), Potyguara, Tabajara, Kalabaça, Kariri e Tupinambá (Crateús), Tapuya-Kariri (São Benedito), Tabajara e Kalabaça (Poranga), Potyguara (Crateus e Novo Oriente), Tabajara (Quiterianópolis e Monsenhor Tabosa) e também os povos Kariri (Crato).
Em Fortaleza, apesar de nenhum povo estar catalogado, há presença ainda de tribos em Paupina, Messejana, segundo declarou o tapeba Nailton Ferreira. "É muito difícil manter um grupo organizado na cidade com a especulação imobiliária crescente. Nosso povo tem como marca, a resistência, a vontade de sobreviver. Isso nos motiva", conta.
Sobre a inserção na vida moderna, da grande Capital, o tapeba fala que é simples: "a gente não deixa de ser índio por estar envolvido em outra cultura. Mais se agrega conhecimento do que se afasta. Continuo dançando o meu torém enquanto vivo com o branco", diz o Nailton.
IVNA GIRÃOREPÓRTER
OPINIÃO DO ESPECIALISTA
O momento é de retomada e de autoafirmação
Cada vez mais, o povo índio do Ceará tem orgulho de se declarar como tal. O cenário mudou muito nos últimos tempos, antes não era assim. Hoje, temos um movimento bem forte e organizado, feito dentro das comunidades e com as demandas reais. Os programas sociais de acesso à saúde e à educação, principalmente, estimularam essa afirmação. Com a organização social e a clareza das pautas, estão surgindo avanços, apesar de ainda haver muitos entraves e brigas por terras.
O problema é que muito já se perdeu de identidade. Tínhamos, nos primórdios dos tempos, uns 42 grupos. Maioria deles já se perdeu no tempo, não temos mais registros e relatos. A luta, agora, é por memória, por recuperação das origens para construção de um futuro mais sólido. Já teve um tempo que documentos, do século XIX, disseram que não havia mais índio no Ceará. Acreditam? Hoje é novo tempo, bem mais otimista.
Maria Amélia LeiteMissionária indigenista da Missão Tremembé
Dançar o torém, comer "grolado" de tapioca com peixe, viver da agricultura de subsistência e em contato com a natureza. Isso é ser indígena? É bem mais, é se declarar com orgulho. E muitos já perderam a vergonha de se afirmarem como tal. A boa nova de hoje, Dia do Índio, é que a população autodeclarada cresceu 6% em dez anos, conforme os dados censitários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entre 2000 e 2010. É o 5º maior crescimento proporcional do País, o 2º do Nordeste.
Segundo o último censo, 817 mil pessoas se autodeclararam indígenas, o que significou um crescimento de 11,4% em uma década (84 mil), bem menos expressivo que o período entre os anos de 1991 e 2000, de aproximadamente 150% (440 mil).
O Ceará soma, segundo os dados do IBGE, 19.336 índios, em apenas dez municípios: em Fortaleza (3.071), Caucaia (2.706), em Itarema (2.258), Maracanaú (2.200), Monsenhor Tabosa (1.934), Poranga (1.173), Pacatuba (744), Crateús (613), Itapipoca (403) e Juazeiro do Norte (355). Com etnias variadas, representam apenas 0,2% da parcela populacional do Estado e 2,4% da população autodeclarada do País. O Ceará está em 15ª colocação no ranking nacional.
Segundo o Censo de 1991, em 34% dos municípios brasileiros, residia pelo menos um indígena. Já no Censo de 2000, percentual cresceu para 63% e, de acordo com o Censo 2010, chegou a 80% das cidades do País.
Entretanto, a Fundação Nacional do Índio (Funai) questiona os recentes dados do IBGE, diz que estão defasados, não representam a realidade. Para Weibe Nascimento, assistente técnico da Coordenação Regional de Fortaleza na Funai, a comunidade soma quase 30 mil integrantes, organizados em 14 povos e em cerca de 19 municípios.
"A cada dia, nossa população indígena cresce mais. As pessoas estão com menos vergonha de se afirmarem como índio, têm mais orgulho das origens, acessam mais as políticas públicas de educação e saúde. Desafios existem sim, mas temos muitos avanços, graças à organização e luta dos grupos", afirma Weibe.
De acordo com ele, o maior entrave para a conquista de direitos ainda é a regularização fundiária e a dificuldade de manutenção da terra. Segundo Weibe, apenas três terras foram homologadas no Ceará, apenas uma demarcada (Córrego de João Pereira em Itarema), duas identificadas e delimitadas e cinco em processo de identificação e delimitação. Há, segundo o assistente da Funai, demanda real para identificação e delimitação de novas 19 terras.
Identidades
A etnias mapeadas hoje pela Funai são: Tremembé (Acaraú, Itarema e Itapipoca), Anacé (Caucaia e São Gonçalo do Amarante), Tapeba (Caucaia), Pitaguary (Maracanaú e Pacatuba), Jenipapo-Kanindé (Aquiraz), Kanindé (Aratuba e Canindé), Tapuia (Monsenhor Tabosa e Tamboril), Potyguara, Tabajara, Kalabaça, Kariri e Tupinambá (Crateús), Tapuya-Kariri (São Benedito), Tabajara e Kalabaça (Poranga), Potyguara (Crateus e Novo Oriente), Tabajara (Quiterianópolis e Monsenhor Tabosa) e também os povos Kariri (Crato).
Em Fortaleza, apesar de nenhum povo estar catalogado, há presença ainda de tribos em Paupina, Messejana, segundo declarou o tapeba Nailton Ferreira. "É muito difícil manter um grupo organizado na cidade com a especulação imobiliária crescente. Nosso povo tem como marca, a resistência, a vontade de sobreviver. Isso nos motiva", conta.
Sobre a inserção na vida moderna, da grande Capital, o tapeba fala que é simples: "a gente não deixa de ser índio por estar envolvido em outra cultura. Mais se agrega conhecimento do que se afasta. Continuo dançando o meu torém enquanto vivo com o branco", diz o Nailton.
IVNA GIRÃOREPÓRTER
OPINIÃO DO ESPECIALISTA
O momento é de retomada e de autoafirmação
Cada vez mais, o povo índio do Ceará tem orgulho de se declarar como tal. O cenário mudou muito nos últimos tempos, antes não era assim. Hoje, temos um movimento bem forte e organizado, feito dentro das comunidades e com as demandas reais. Os programas sociais de acesso à saúde e à educação, principalmente, estimularam essa afirmação. Com a organização social e a clareza das pautas, estão surgindo avanços, apesar de ainda haver muitos entraves e brigas por terras.
O problema é que muito já se perdeu de identidade. Tínhamos, nos primórdios dos tempos, uns 42 grupos. Maioria deles já se perdeu no tempo, não temos mais registros e relatos. A luta, agora, é por memória, por recuperação das origens para construção de um futuro mais sólido. Já teve um tempo que documentos, do século XIX, disseram que não havia mais índio no Ceará. Acreditam? Hoje é novo tempo, bem mais otimista.
Maria Amélia LeiteMissionária indigenista da Missão Tremembé
Veja as Vagas de Emprego disponibilizadas pela Casa do Trabalhador / SINE Municipal de Caucaia
OCUPAÇÃO | VAGAS OFERTADAS |
ALMOXARIFE (que tenha trabalhado como almoxarife de metalúrgica) | 1 |
AUXILIAR DE COZINHA (para restaurante, com experiência na área). | 2 |
AUXILIAR DE LINHA DE PRODUÇÃO (que tenha trabalhado em metalúrgica) | 3 |
AUXILIAR DE LINHA DE PRODUÇÃO (vaga exclusiva para deficientes) | 10 |
AUXILIAR DE MECANICO DE MOTOCICLETAS (ter experiência na área) | 1 |
CALDEIREIRO MONTADOR (experiência na área) | 2 |
COPEIRO (experiência comprovada com cozinha industrial) | 1 |
COSTUREIRA (maquina reta e overloque, morar próximo ao centro de Caucaia). | 2 |
COSTUREIRA DE MAQUINAS INDUSTRIAIS (que tenha experiência overloque, interloque, goleira e reta). | 8 |
COZINHEIRO DE RESTAURANTES (com experiência na área) | 1 |
FISCAL DE LOJA (experiência na área) | 2 |
GARÇOM (com experiência em restaurantes) | 2 |
MARCENEIRO (que tenha experiência na área, fabricação de portas). | 4 |
MOTOBOY (habilitação A, moto própria, conheça as ruas do potira). | 2 |
MOTORISTA DE CAMINHÃO (categoria D, experiência na área, disponibilidade para trabalhar no turno C(22h40min as 06h00min). | 1 |
OFICIAL DE SERVIÇOS GERAIS (experiência na área) | 5 |
OFICIAL DE SERVIÇOS GERAIS (vaga exclusiva para deficientes) | 5 |
PIZZAIOLO (com experiência na área) | 1 |
RECEPCIONISTA ATENDENTE (experiência na área de restaurantes, morar no Icaraí). | 1 |
TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO (experiência na área) | 1 |
VENDEDOR DE SERVIÇOS (Embratel) | 10 |
VENDEDOR EXTERNO (planos funerários) | 5 |
VENDEDOR EXTERNO (planos funerários) | 8 |
VENDEDOR EXTERNO (produtos de telefonia da claro, oportunidade para o 1° emprego). | 4 |
VENDEDOR EXTERNO (TV por assinatura Sky) | 10 |
VENDEDOR INTERNO (experiência em lojas) | 4 |
VENDEDOR PORTA A PORTA (GVT) (experiência com vendas e atendimento) | 10 |
Para concorrer às Vagas de Emprego ofertadas compareça na Casa do Trabalhador portando documentação e currículo.
End.: Rua Cel. João Licínio, 477, Centro, Caucaia/CE. Fone: (85) 3342.0706
ATENÇÃO: 1. VAGAS DISPONÍVEIS NA DATA E HORÁRIO INDICADOS;
2. NÃO FAZEMOS RESERVA DE ENCAMINHAMENTOS PARA AS VAGAS OFERTADAS;
3. SUJEITO A ALTERAÇÃO.
A Central de Alvarás, resultante da parceria entre a Secretaria de Saúde, Secretaria de Finanças e Planejamento, Secretaria de Infraestrutura e Urbanismo, Secretaria de Administração e a Secretaria de Trabalho, Emprego e Empreendedorismo, comemorou no dia 01/04/2012 um ano de existência. Seu objetivo principal é reduzir a burocracia.
A Central tem como função a concessão dos alvarás de funcionamento e sanitário para empresários e microempresários de Caucaia. Em breve, a Central irá conceder o alvará de construção e a licença ambiental expedidos pelo Instituto do Meio Ambiente de Caucaia.
Uma das principais contribuições da Central de Avaras foi a redução do tempo para conseguir um alvará, de 90 para 05 dias úteis, e o local de recebimento é o mesmo da solicitação.
http://www.caucaia.ce.gov.br
SETEM nas Comunidades
A SETEM se reuniu no dia 12 de abril de 2012 na comunidade do Araturi, na Escola André Viana Camurça, localizada na Rua NW5 objetivando a divulgação de seus equipamentos: Balcão do Empreendedor, Casa do Trabalhador, Central de Alvarás e Banco Comunitário Potira.
No dia 19 de abril de 2012 a Secretaria estará novamente presente na comunidade do Araturi, no Polo de Atendimento José Turíbio localizado na rua Central, s/n
http://www.caucaia.ce.gov.br
Ministério do Planejamento abre concurso para 149 vagas com salário de quase R$ 10 mil
Começam nesta sexta-feira, 20, as inscrições do concurso do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão para 149 vagas de analista de infraestrutura, oportunidade para candidatos de nível superior em agronomia, arquitetura, engenharia, geologia e geografia. O salário inicial é de R$ 9.980,25. A jornada de trabalho é de 40 horas semanais.
Será admitida a inscrição somente via Internet, no site da Cespe/UNB, organizadora do certame, entre 20 de abril e 11 de maio. A taxa é de R$ 140.
O processo seletivo é composto de provas objetivas – de conhecimentos básicos e específicos -, prova discursiva e avaliação de títulos. As provas objetivas serão aplicadas na data provável de 17 de junho, no turno da manhã. No mesmo dia, no turno da tarde, deve ser aplicada a prova discursiva.
Todas as fases, bem como a perícia médica dos candidatos que se declararam com deficiência, serão realizadas nas 26 capitais estaduais e no Distrito Federal.
AtribuiçõesSegundo o edital, o analista de infraestrutura realiza atividades especializadas de planejamento, implementação e execução de projetos e obras de infraestrutura de grande porte; subsidio e apoio técnico a execução e avaliação de projetos e obras de infraestrutura de grande porte; subsidio a formulação de politicas, planos, programas e projetos relativos a execução de projetos e de obras de infraestrutura de grande porte; desempenho de outras atividades de suporte finalísticas, inerentes a assistência técnica para execução de projetos e obras de grande porte nas áreas e especialidades especificadas no edital.
Será admitida a inscrição somente via Internet, no site da Cespe/UNB, organizadora do certame, entre 20 de abril e 11 de maio. A taxa é de R$ 140.
O processo seletivo é composto de provas objetivas – de conhecimentos básicos e específicos -, prova discursiva e avaliação de títulos. As provas objetivas serão aplicadas na data provável de 17 de junho, no turno da manhã. No mesmo dia, no turno da tarde, deve ser aplicada a prova discursiva.
Todas as fases, bem como a perícia médica dos candidatos que se declararam com deficiência, serão realizadas nas 26 capitais estaduais e no Distrito Federal.
AtribuiçõesSegundo o edital, o analista de infraestrutura realiza atividades especializadas de planejamento, implementação e execução de projetos e obras de infraestrutura de grande porte; subsidio e apoio técnico a execução e avaliação de projetos e obras de infraestrutura de grande porte; subsidio a formulação de politicas, planos, programas e projetos relativos a execução de projetos e de obras de infraestrutura de grande porte; desempenho de outras atividades de suporte finalísticas, inerentes a assistência técnica para execução de projetos e obras de grande porte nas áreas e especialidades especificadas no edital.
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