“A intensa movimentação petista nos últimos dias – particularmente, nas últimas horas – mostra o clima de indefinição do partido e a importância do Encontro Municipal, marcado para este domingo. Na reunião, cerca de 300 delegados da legenda poderão oficializar o nome de Elmano de Freitas para disputar a sucessão de Luizianne Lins. Nesse caso, o PT confirma a tendência, antecipada no último dia 6 de maio, na escolha dos delegados, de que a prefeita conseguiu unificar o partido em torno de si, para daí bancar a candidatura do seu secretário da Educação. Terá sido o resultado final das inúmeras e tensas reuniões, telefonemas e conversas ao pé de ouvido que vararam os últimos dias e avançaram pelas madrugadas.
Pelo calendário inicial do PT e pelos quase 70% de apoio que Elmano recebeu na escolha dos delegados, a oficialização já deveria ter sido feita. Há duas semanas, exatamente. Não aconteceu porque isso significaria um claro sinal de rompimento com os principais aliados, hoje abrigados no PSB do governador Cid Gomes – resistentes ao nome preferido por Luizianne.
Diante dos riscos políticos de um racha na aliança, o PT resolveu adiar o Encontro do último dia 20 para hoje. De lá para cá, petistas dos mais variados calibres e tendências envolveram-se no esforço de superar o impasse, ao mesmo tempo em que estudaram os cenários possíveis.
Os cenários
São, basicamente, três as possibilidades para o PT: manter o nome de Elmano e, praticamente, selar o divórcio político-eleitoral com os Ferreira Gomes ou apontar outro nome entre os pré-candidatos que, formalmente, estão no páreo – Artur Bruno, Guilherme Sampaio ou Camilo Santana.
Numa terceira hipótese, para tentar segurar a aliança, o PT apresentaria, em comum acordo com o PSB, um outro nome, de dentro do PT e de fora da lista. Mas, como no PT, tudo pode acontecer – inclusive, nada -, há ainda a possibilidade de o partido, sem acordo interno neste domingo, resolver empurrar a decisão para frente.
O certo é que cada um dos três cenários projetados traz consequências para a principal aliança política em curso no Ceará, com reflexos diretos na campanha eleitoral e, concretamente, no resultado das urnas, em outubro próximo. O POVO antecipa cada um deles.”
(O POVO/ Charge do Clayton)