Buracos, poeira e perigo na
ultrapassagem. Quem passa pela BR 222, no trecho que compreende
Maracanaú até Caucaia, diariamente sabe como é difícil o tráfego cada
vez mais intenso de caminhões disputando espaço com carros simples.
Com o Ceará de fora do Programa de Investimentos
em Logística lançado este mês pelo Governo Federal, uma das saídas
cobradas pelo setor produtivo para facilitar o escoamento tanto da
produção agrícola como da industrial é a obra de duplicação do Anel
Viário de Fortaleza, orçada em quase R$ 190 milhões.
Segundo o empresário Edson Brok, que atua no
setor de logística, a duplicação do Anel Viário está atrasada há 10
anos. “Temos um fluxo grande de cargas e pessoas e a tendência é
aumentar, já que será criada em Caucaia a Cidade das Confecções do
Ceará. Além disso, as obras irão ajudar o turismo, ligando o litoral
leste ao oeste”, disse.
Apesar de ser uma rodovia federal, a execução da
duplicação do Anel Viário está a cargo do Governo do Ceará. O que se
deu pela onda de escândalos envolvendo o Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes (Dnit). “É uma obra muito importante para o
escoamento da produção e esperamos que até o final do ano seja iniciada
a terraplanagem”, destacou o deputado federal Danilo Forte (PMDB-CE).
De acordo com André Pierre, diretor de obras e
engenharia do Departamento de Edificações e Rodagens (DER) do Estado,
para a retomada das obras, já estão garantidos cerca de R$ 130 milhões.
“Agora estamos na fase das obras de aço, que são as construções dos seis
viadutos nos entroncamentos com a CE 060, CE 065 e BR 020, além do
Metrofor, Transnordestina e Alto Alegre”, explica.
Arco Metropolitano
A
duplicação do Anel Viário, porém, não é vista como a solução final. Isso
só deverá acontecer com a construção do Arco Rodoviário Metropolitano,
autoestrada de 88,20 quilômetros que ligará a BR 116 ao Porto do Pecém.
Segundo Flávio Saboya, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária
do Estado do Ceará (Faec), com o Arco, o escoamento da produção
agrícola seria muito facilitado. “Os caminhões não precisariam passar
pela cidade, o que dificulta o tempo e encarece ainda mais o produto”,
destaca.
A Secretaria de Infraestrutura (Seinfra)
confirmou ao O POVO, por meio de sua assessoria, que fará uma análise
das Propostas de Manifestação de Interesse (PMI) relacionadas à obra, e
que avaliará a melhor com base em custo e eficiência. O resultado será
divulgado posteriormente e a estimativa de custo é de R$ 230 milhões.
Fonte: O Povo