A dona de casa Lucineide Silva Paulino não via o irmão há 15 dias. Ele está preso há dois anos e três meses no presídio do Carrapicho, em Caucaia. No último sábado (27/05), dia de visita, ela foi uma das primeiras que chegaram ao local. “Todos da família estamos muito preocupados com a situação dele. Espero poder falar com ele e me certificar de que está tudo bem”, disse antes de entrar no estabelecimento.
Assim como Lucineide Paulino, outras dezenas de mulheres aguardavam o momento da visita. A Comissão de Direito Penitenciário da OAB Ceará acompanhou do lado de fora do presídio a movimentação, bem como a infraestrutura do estabelecimento, que teve rebelião nos últimos dias e confronto entre os detentos. “A primeira impressão superficial foi positiva. Percebemos que a situação ficou mais controlada. A visita está sendo retomada dentro da normalidade, mas só saberemos a real situação após uma vistoria dentro do presídio”, disse o vice-presidente da Comissão, Augusto Gurjão.
“A nossa principal intenção ao fazer essa visita foi fazer um diagnostico para saber qual a realidade que encontraríamos aqui após a rebelião. O contato com os familiares dos presos ocorreu normalmente. Não tivemos nenhum relato de agressões”, destacou Carlos Alberto Macedo, outro membro da comissão presente na inspeção.
CPPL I, II, IV e V
No domingo, o presidente da Comissão, advogado Márcio Vitor Albuquerque visitou a CPPL I, II, IV e V. “As visitas aqui também estão ocorrendo, mas os presos estão soltos em algumas unidades, o que é muito perigoso e pode ainda haver motins e fugas”, alertou, ressaltando a falta de infraestrutura necessária.
Agora, a Comissão produzirá dois relatórios, que serão apresentados ao Conselho Seccional da OAB Ceará para a tomada de medidas cabíveis. Também participaram da visita os advogados membros da Comissão, Luiz Henrique Almeida Nogueira, Timóteo Fernando da Silva, Cristiane Rocha, Alexandre Sales e Deodato Ramalho, presidente da Comissão de Direitos Humanos.
oab