O clube cearense Caucaia está em 11º no ranking nacional de equipes
femininas da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). E se encontra em
momento dramático, sobrevivendo no amadorismo para disputar a Copa do
Brasil deste ano.
Em entrevista ao O POVO, o presidente da
agremiação, Eudes da Silva Lima, revela que não há mais patrocinadores
para sustentar o time. “A gente tira do próprio bolso, pede ajuda a um e
a outro”.
Responsável por revelar Gabi Neymar — com
passagem por seleção brasileira e atualmente no Porto-POR — e outras
jogadoras no cenário nacional, o Caucaia está pagando R$ 200 para 13
atletas competirem no torneio nacional. Sem local para realizar
atividades físicas em campo, o time está jogando sem treinar. “Apenas
reunimos jogadoras e viajamos para o jogo”, confessa Eudes, que
pretende deixar a presidência ao fim da temporada e não sabe como será o
futuro do clube.
fonte: o povo
Para sair de situações críticas assim, o
pedido dos profissionais que trabalham com futebol feminino é de voto
de credibilidade. Única treinadora de futebol no Estado, comandando o
Juventus, Gilvânia da Silva Severo, a “Bebê”, aponta que o Brasil
precisa arriscar investimentos pesados no futebol feminino para que ele
possa engatinhar, se desenvolver e, só depois, dar frutos para o
esporte no País.
“Os grandes clubes e entidades aqui do
Brasil precisam ver o futebol feminino como algo para plantar e colher
no futuro. Não é um resultado para receber em um ano. É preciso se
fazer as bases. O futebol feminino tem que crescer e não ser barrado”,
pede a ex-jogadora. Bebê aponta que há preconceito de cartolas e também
de boa parte do público com o esporte praticado por mulheres. “Quem
primeiro tem que mudar a cabeça são os patrocinadores e os clubes. Aí
podemos reverter essa cultura”.
(André Victor Rodrigues