A direção superior da Polícia Civil, por meio do gabinete do
Delegado Geral Luiz Carlos de Araújo Dantas, decidiu afastar
preventivamente o delegado plantonista Delmiro Baturité Queiróz, por
denúncias feitas por policiais militares, com informações de um Termo
Circunstanciado de Ocorrência (TCO) expedido pelo delegado, onde ele
teria liberado suspeitos de tráfico na madrugada desta terça-feira (15).
O delegado do 34° DP permanecerá à disposição do Departamento de
Recursos Humanos (DHR) da Polícia Civil, devendo fazer a entrega de sua
identidade funcional, arma(s) e algema(s). Foto: Waleska Santiago
Segundo a Polícia Civil, em uma operação do Ronda de Ações Intensivas
e Ostensivas (Raio), 4 homens, dentre eles um menor, foram detidos
portando uma balança de precisão, cocaína, crack e pouco mais de mil
reais em dinheiro.
No caminho para a delegacia, os homens ofereceram R$ 30 mil aos
policiais do Raio para liberá-los, que prontamente recusaram. O menor
assumiu a culpa e foi encaminhado à Delegacia da Criança e do
Adolescente (DCA), onde foi feito um flagrante e aberto um inquérito por
tráfico de drogas.
Quando os 3 homens foram para o 34° Distrito Policial (DP), o
delegado plantonista entendeu que não se tratava de tráfico de drogas e
lavrou o TCO que liberou dois dos suspeitos, pois Michel de Castro Silva
tinha um mandado de prisão em aberto.
Procedimento irregular, baseado no Estatuto da Polícia Civil
Segundo a portaria 31 do Gabinete do Delegado Geral, o delegado
Delmiro Baturité foi afastado baseado no artigo 103, linha c, inciso 3
do Estatuto da Polícia Civil, onde o delegado agiu com "procedimento
irregular de natureza grave" ao liberar os suspeitos e não garantir
êxito às investigações.
O delegado do 34° DP permanecerá à disposição do Departamento de
Recursos Humanos (DHR) da Polícia Civil, devendo fazer a entrega de sua
identidade funcional, arma(s) e algema(s), e será investigado pela
Controladoria Geral de Disciplina dos órgãos de Segurança Pública e
Sistema Penitenciário.