Documento da ANP mostra que as refinarias Premium I e II não serão concluídas antes de 2017/2018
Relatório
sobre a evolução do mercado de combustíveis e derivados: 2000 - 2012,
divulgado ontem, pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) revela a
importância da construção das refinarias de petróleo Premium I e II,
respectivamente, nos Estados do Maranhão e do Ceará, para adequação da
atual oferta nacional ao novo perfil da demanda do mercado por gasolina,
óleo diesel, GLP, nafta e QAV (querosene de aviação).
O
documento chega em momento em que o gabinete da Casa Civil retoma os
entendimentos com o Palácio do Planalto, para agendamento de visita do
governador do Ceará, Cid Gomes, à presidente Dilma Roussef, reunião na
qual os temas refinaria e seca devem constar, certamente, na pauta.
No
documento, a ANP transcreve citações do último Plano de Negócios e
Gestão da Petrobras 2012-2016, onde diz que as refinarias Premium I e
II, e o segundo trem de processamento do Comperj não serão concluídos
antes de 2017/2018. Consta também, que os projetos das duas refinarias
no Nordeste estão em processo de avaliação e que somente serão
implementadas “caso se verifique o alinhamento de seus custos com as
métricas internacionais, em termos de Capex e taxas de retorno de
investimento”.
Abastecimento
Sintetizado
em 23 páginas, o relatório da ANP destaca logo no início que “as
recentes e crescentes dificuldades para a garantia do abastecimento de
derivados de petróleo no Brasil suscitam a busca de soluções de curto e
longo prazo, as quais dependem de investimentos e incentivos visando à
ampliação da oferta, à redução da demanda e à otimização da
infraestrutura de logística”.
Afirma ainda que os cenários que
preconizavam expectativas de autossuficiência, e até mesmo de exportação
de derivados, no horizonte de 2020, parecem definitivamente
ultrapassados. Na avaliação da ANP, a dependência das importações tem se
ampliado, gerando efeitos perversos sobre a balança comercial do país,
diante do aumento crescente da demanda e déficit de produção de
combustíveis e derivados. Conforme o relatório, no intervalo de 2001 a
2011, a taxa média do PIB do Brasil, cresceu 3,76%, contra 4,05% do
diesel, 4,60% da gasolina e 9%, do etanol. Mostra ainda, que apesar do
direcionamento de grande parte do aumento do consumo de combustíveis
para o etanol entre 2003 e 2009, a partir de 2010 os preços da gasolina
voltaram a ser competitivos e o consumo deste produto voltou a crescer,
fechando 2012 com aumento de 13%, sobre a demanda de 2011.
Parque de refino
Nesse
contexto em que também se destaca o descolamento dos preços da gasolina
praticados no mercado doméstico, em relação aos preços internacionais,
amplia-se a necessidade e as perspectivas de expansão do parque de
refino nacional para este e demais derivados do petróleo.
Demanda elevada
A
expansão se faz necessária à adequação da produção ao perfil da demanda
em elevação, para produção de derivados de maior valor agregado e
atendimento de novos requisitos de qualidade dos produtos, a exemplo do
diesel com menor teor de enxofre, bem como à redução dos custos
logísticos.
Nesse cenário, o relatório da Agência Nacional de
Petróleo aponta as perspectivas de aumento da capacidade de
processamento do parque de refino até 2020, a partir da entrada de
operação das refinarias Abreu Lima, em Pernambuco, em 2014, da Premium I
e II, a partir de 2017 e 2018, respectivamente, e do primeiro trem de
processamento do Compej, no Rio d janeiro, em 2015, como condições para
ampliação da oferta interna de derivados de petróleo e consequente
redução das importações desses produtos.
dn