A expectativa é que o empreendimento, o segundo do tipo no Nordeste, fique pronto em junho de 2014
Mais um empreendimento comercial deve aquecer a economia da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Orçado em R$ 80 milhões, o primeiro outlet do Ceará já está fase de construção e ficará localizado no município de Caucaia. A previsão é que a obra seja concluída em junho do próximo ano. O Outlet Fashion Fortaleza, que será o segundo do Nordeste - o primeiro deve ser inaugurado ainda este ano na Bahia -, ocupará uma área total de 200 mil metros quadrados e será baseado no modelo internacional, onde produtos de marcas famosas são encontradas em liquidação durante todo o ano.
O Outlet Fashion Fortaleza ocupará uma área total de 200 mil metros quadrados e será baseado no modelo internacional, onde produtos de marcas famosas são encontradas em liquidação durante todo o ano fotos: divulgação
O local vai abrigar 90 lojas das principais marcas internacionais e nacionais de enxovais, vestuário e calçados. Alguns nomes confirmados são: Nike, Calvin Klein, Mandi, Capodarte, Lacoste, Levi´s, Carmen Steffens, TNG e M. Martan. O projeto pertence à Varicred do Nordeste Empreendimentos e Participações e tem consultoria da About, empresa criada para prestar consultoria de planejamento e comercialização de outlets no Brasil.
Segundo o diretor de locação da About, André Costa, a escolha do local é feita de acordo com o interesse de lojistas, que buscam estar presentes na região e no potencial consumidor da área. "Atualmente, a Região Metropolitana de Fortaleza é a sexta do Brasil em população. Além disso, tem mostrado um crescimento muito atrativo no varejo e no consumo, fazendo aumentar o setor de shoppings na região", destaca.
A vocação turística do Estado poderá contribuir para o faturamento do outlet, uma vez que esse formato de negócio funciona bem em áreas de turismo
A estimativa é que cerca de 300 empregos diretos e indiretos sejam gerados apenas durante a construção do empreendimento. Após a inauguração do outlet, a previsão é que esse número passe para 800 empregos. As novas oportunidades devem suprir uma demanda de 4 milhões visitantes que devem passar por ano pelo local.
Consumidor
De acordo com André Costa, o Outlet Fortaleza deve trabalhar com dois diferentes grupos de consumidores. Ele ressalta que o aquecimento da economia proporcionou o crescimento do poder aquisitivo das classes B e C, o que impulsionou a construção do empreendimento. "O primeiro grupo é formado por pessoas que já consomem esses produtos de marcas, incluídos na classe A e B. Já o segundo público, ainda mais importante, é composto por consumidores que não costumam adquirir essas marcas nos shoppings tradicionais, por conta do preço, mas que no ambiente de vendas com desconto se torna um consumidor", avalia.
Parte desses consumidores também poderão ser fruto do turismo cearense. Conforme André Costa, o elevado volume de turistas que desembarcam por ano no Ceará irá agregar no faturamento do empreendimento. "O formato outlet sempre funcionou muito bem em áreas de turismo. Desenvolvemos projetos em regiões com grande potencial de consumo e com o adicional do turismo. É muito importante ter apelo turístico, pois visitantes podem estender a permanência para fazer um dia de compras nos outlets", comenta.
Mercado em expansão
Após uma tentativa frustada de se consolidar no mercado brasileiro nos anos 90, o segmento de outlets apresenta um novo período no Brasil. Sucesso nos Estados Unidos e na Europa, até pouco tempo, a palavra outlet era desconhecida dos consumidores e proibida entre investidores e varejistas.
Segundo a empresa de consultoria, até o fim de 2014, o Brasil terá dez empreendimentos do tipo em diferentes regiões. Além de Fortaleza, outros serão entregues até o ano que vem em São Roque (São Paulo), Camaçari (Bahia), Camboriú (Santa Catarina) e Rio de Janeiro. Junto dos já existentes, eles movimentarão R$ 2 bilhões anuais.
Desafio
O desafio comum será provar que o insucesso dos anos 1990 não se repetirá. Naquela época, o negócio não deu certo por uma série de motivos: os lojistas trabalhavam com pouco estoque; os empreendimentos foram projetados em regiões próximas dos grandes centros, e portanto dos shoppings tradicionais; as grandes marcas, com medo de canibalizar seus produtos, não aderiram ao modelo.