De acordo com o Sintro, todos os terminais da cidade, juntamente com a rodoviária Engenheiro João Tomé, aderiram ao dia nacional de paralisações
Por volta das 10h30min, os terminais da Lagoa, Parangaba e Conjunto Ceará foram liberados. No Terminal do Siqueira, a paralisação segue, mas sem tumulto. Passageiros aguardam os ônibus sentados do lado de fora do terminal. De acordo com a Polícia, após o confronto no Terminal do Siqueira, oito pessoas foram presas e dois policiais militares ficaram feridos por pedradas.
A avenida Engenheiro Santana Junior, próxima ao Terminal do Papicu, está interditada com ônibus na pista. Motoristas e funcionários da construção civil comandam a paralisação e se organizam para seguir em direção ao Centro, onde às 11 horas haverá um ato pelo Dia Nacional da Luta, na Praça da Bandeira.
Os motoristas que não aderiram a paralisação não estão entrando no Terminal do Papicu, desviando o caminho. Os ônibus estacionados estão com os pneus furados.
O Terminal da Parangaba encontra-se totalmente paralisado e cerca de dez policiais do Batalhão de Choque encontram-se no local. Trabalhadores da Construção Civil realizaram uma manifestação na tentativa de parar as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) da região e fecharam por alguns minutos a rua Carlos Amaro, ao lado do terminal.
As atividades no Terminal da Messejana também estão paralisadas. A população aguarda os ônibus do lado de fora do terminal. Não há confronto com a Polícia no local.
No Terminal do Siqueira, onde a revolta da população é mais preocupante, a Polícia chegou a usar bombas de efeito moral para conter o quebra-quebra. Vários ônibus tiveram seus vidros quebrados. Nos terminais do Siqueira, Papicu e Parangaba, principalmente, houve cenas de depredação e ações da polícia através do COTAM.
VIAS CONGESTIONADAS
De acordo com a Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e Cidadania (AMC), os dois sentidos da avenida Engenheiro Santana Júnior no cruzamento com a rua Pereira de Miranda estão bloqueados devido a uma manifestação dos trabalhadores da Construção Civil. Na rua Barbosa de Freitas, nas proximidades da Assembleia Legislativa, há também manifestação de trabalhadores, causando congestionamento no local.
CIRCULAÇÃO DE ÔNIBUS
A Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) afirmou que está tentando garantir a circulação dos ônibus fora dos terminais. A recomendação do órgão é que a população utilize o Bilhete único para não precisar passar pelos terminais. Além disso, a assessoria da Etufor confirmou que a situação no Terminal do Siqueira, totalmente paralisado e onde houve confronto com a Polícia, é crítica e recomenda que as pessoas não passem por este terminal.
CENÁRIO EM FORTALEZA
Diante do quadro de protestos instalado no País na manhã desta sexta-feira, 30, a situação nos terminais de Fortaleza é de revolta da população e tumulto gerado pela paralisação dos ônibus.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Ceará (Sintro), todos os terminais da cidade, juntamente com a rodoviária Engenheiro João Tomé, na Borges de Melo, estão aderindo ao dia nacional de paralisações.
Segundo o presidente do Sintro, Domingos Neto, a previsão é de que a paralisação se estenda durante todo o dia, porém acredita-se que cerca de 50% da frota dos ônibus continue em circulação. Em nome do sindicato, ele pede o apoio de toda a classe trabalhadora "nesta causa que é de todos os trabalhadores que são explorados", disse o presidente.
ENTENDA OS PROTESTOS
Segundo José Batista, coordenador da Central Sindical e Popular (CSP - Conlutas), o objetivo deste dia de paralisações é dar continuidade à jornada de lutas iniciada em junho pela juventude em todo o país, exigindo melhorias do governo, como redução da jornada de trabalho, fim do fator previdenciário, e mais investimento na saude, educação , e transporte público. Ainda segundo ele, os trabalhadores de várias categorias, como professores, enfermeiros, trabalhdores da Construção Civil, entre outros, darão início às 11h a uma passeata, saindo da Praça da Bandeira e indo até o Centro da Cidade, para paralisar as lojas da Cidade.
Dia nacional de paralisações
Os motoristas vivem um dia nacional de paralisação, mobilizados por entidades sindicais como CUT e CGB e CONLUTAS que querem redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e a derrubada do projeto de lei 4330, que amplia terceirizações no setor público.
Já nas imediações da Assembleia Legislativa, há também grande movimentação de manifestantes ligados ao setor da educação. Os professores, também mobilizados pela CUT e Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), farão um dia de protesto exigindo mais dinheiro para o setor.
Redação O POVO Online