A Eneva vendeu por R$ 300 milhões a participação de 50% que ainda detinha na usina Termelétrica Pecém I, em São Gonçalo do Amarante. A compradora é a portuguesa EDP (Energias do Brasil S.A) que já era dona dos outros 50%. Ao mesmo tempo a Eneva, controlada pela alemã E.ON (42,9%), Eike Batista (20%) e outros pequenos acionistas, informa que protocolou pedido de recuperação judicial.
Com a decisão, que tem por objetivo garantir continuidade operacional das atividades, a companhia ganha prazo de 60 dias para negociar, a contar da data da aceitação do pedido, os pagamentos relativos à dívida acumulada pela holding e a Eneva Participações S.A., no valor de R$ 2,33 bilhões.
Segundo o Fato Relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), antes de decidir pela medida judicial, a companhia implementou medidas para reforçar sua estrutura de capital. Na primeira etapa, em junho de 2014, a companhia realizou aumento de capital no montante de R$ 175 milhões, a venda de 50% do controle de Pecém II por R$ 408 milhões para a E.ON e a aprovação de uma linha de crédito de longo prazo no valor de R$ 300 milhões para Pecém II, pendente de contratação e desembolso.
Hoje a Eneva opera sete usinas termelétricas, tem faturamento superior a R$ 2 bilhões por ano e geração de caixa operacional positiva em seus dois últimos balanços trimestrais. Os sete ativos, que incluem as usinas Pecém II e a solar Tauá, ambas no Ceará, estão fora do pedido de recuperação, que considera apenas a Eneva S.A. e sua controlada Eneva Participações S.A.
No terceiro Fato Relevante enviado à CVM, a Eneva comunica que as renúncias dos diretores Fabio Bicudo e Frank Possmeier, e as alterações de diretoria foram aprovadas pelo Conselho de Administração. Alexandre Americano, que atuava como Diretor Jurídico e de Regulação, assumirá a posição de Diretor Presidente da Eneva. Ricardo Levy, que atuava como Diretor Financeiro, será diretor Vice-Presidente e de Relações com Investidores.
Pecém I
A usina termelétrica Pecém I localiza-se no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, em São Gonçalo do Amarante. Produz energia à base de carvão mineral e possui dois módulos de 360 MW, totalizando 720 MW. A térmica começou a operar comercialmente em 1º de dezembro de 2012 com uma unidade de geração e em fevereiro de 2013, com a segunda unidade geradora.
o povo