Na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), a situação mais grave decorrente das precipitações foi verificada em uma ocupação localizada às margens da BR-020, conhecida como Favela do Caranguejo, no Potira II, em Caucaia, que foi tomada pelas águas, atingindo até cerca de 500 barracos, construídos de taipa, chapas de metal e lonas.
Segundo a moradora da Rua Catumbi, no Potira II, a comerciante Vânia Maria Fortunato, a remoção das famílias se deu espontaneamente, à medida que "uma imensa lagoa foi se formando nestes dias", disse. Ela informou que a precariedade de moradia também se estende ao conjunto habitacional localizado no município de Caucaia.
Com a frequência das precipitações pluviométricas neste mês, Vânia disse que a Rua Catumbi, mostra como os alagamentos têm causado prejuízos à comunidade. "Sem calçamento, as águas invadem as casas e os nossos comércios. Além disso, os carros têm dificuldade de trânsito pelas ruas", afirmou a comerciante, que reside no local há dois anos. Já o pedreiro Francisco Almeida Freitas, 64, ressalta os prejuízos da falta de saneamento básico naquele local. "Somos uma comunidade bastante esquecida, tanto pelo saneamento básico quanto pela iluminação pública. Isso se agrava agora no inverno", declarou.
Maranguapinho
Em Fortaleza, a apreensão com o alagamento de casas também tomou conta dos moradores da Rua Santa Maria, às margens do Rio Maranguapinho, no Bom Jardim. Apesar de terem sido realizados serviços de limpeza, canalização e drenagem do manancial, ainda há casas construídas em faixa de primeira categoria, tornando-se bastante vulneráveis em tempos de quadra invernosa mais intensa.
O comerciante Sebastião Ricardo de Almeida reconhece que a situação do entorno do Rio Maranguapinho melhorou bastante com as obras de saneamento realizadas tanto pelo governo estadual quanto municipal. No passado, conforme lembra, o temor de desmonte das casas, por conta da cheias, era sempre presente. "O problema atual é que ainda existem pessoas que constroem casas nas margens, provocam desmatamento e tiram as proteções para o escoamento da água do rio", disse Sebastião.
Segundo o meteorologista da Funceme, Leandro Valente, a chuva é ocasionada devido à Zona de Convergência Intertropical, sendo o principal sistema causador de chuvas no período de fevereiro a maio no Ceará. "A previsão para segunda e terça-feira, é que ao longo do dia haja chuva em todas as regiões. No litoral do Estado, a precipitação acontece entre a madrugada e a manhã", afirma.
SAIBA MAIS
Maiores chuvas do fim de semana no interior
1.Eusébio: 85 mm
2. Senador Sá: 45.0 mm
3.São Gonçalo Do Amarante: 39 mm
4. Maranguape: 30 mm
5.Aquiraz: 28 mm
6.Chaval: 28 mm
7. Itaitinga: 26 mm
8. Chorozinho: 25 mm
dn