Os adolescentes do Centro Socioeducativo Aldaci Barbosa de Mota iniciaram nesta semana uma oficina de produção de máscaras de tecido, equipamentos de proteção individual para serem usados dentro do próprio sistema socioeducativo. O material foi viabilizado graças a parceria com o Instituto de Assistência e Proteção Social (IAPS) e o Comitê da Cruz Vermelha (CICV), com articulação da Defensoria Pública do Estado do Ceará, por meio do Núcleo de Atendimento aos Jovens e Adolescentes em Conflito com a Lei (Nuaja).
Seis adolescentes estão participando das aulas práticas e teóricas, em dias alternados, durante toda a semana sobre o manuseio das máquinas de costura até a produção final. “A partir de nossas inspeções e recomendações para se assegurar o mínimo de contágio dentro das unidades, percebemos a necessidade dessa limpeza especializada. Busquei a interlocução com o CICV, que é parceiro da Defensoria. A Seas recebeu de modo positivo a nossa iniciativa e, a partir de então, fizemos reuniões para definir como se daria esse cronograma”, explica o defensor público do Nuaja, Francisco Rubens de Lima.
De acordo com a professora da oficina, Jamila Dias, as jovens estão gostando bastante das aulas. “Elas estão vendo essa produção como uma atividade profissionalizante para elas, elas gostam, relaxam. A gente vê que elas realmente estão gostando, é uma aula que está passando muito rápido. Muitas delas têm também a questão da familiaridade, uma delas a avó costura, uma outra a madrasta costura, então elas já tinham noção do funcionamento da máquina.”.
Com apenas dois dias de aula, as jovens já aprenderam a costurar pedaços específicos do tecido, bem como cortar e já deixar os elásticos nos lugares. A perspectiva é que, nas próximas aulas, elas já comecem a ter mais familiaridade com o equipamento de costura, e que mais peças possam ser produzidas. Estima-se que , inicialmente, 2 mil máscaras possam ser produzidas. Ao todo a matéria-prima doada pelo CICV, permitirá confeccionar 12 mil produtos.
Além de ajudar ao próximo em tempos tão difíceis, a oficina também permite que as jovens pensem em uma nova possibilidade de trabalho conforme relata, J.D, 18 anos. “Está sendo muito legal! A minha avó trabalhava com isso, ela mexia com máquina de costura; não era industrial, mas eu aprendi a costurar nela, e é muito legal aprender nessas, porque a tia Jamila tira todas as nossas dúvidas e podemos aprender muito mais coisas e acabamos recebendo um apoio para aprender, e podemos futuramente trabalhar com isso.”
Parceria com CICV – No ano passado, a Defensoria Pública do Estado do Ceará e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) assinaram um termo de cooperação técnico institucional com o objetivo de prevenir e reduzir as consequências humanitárias relacionadas à violência urbana em Fortaleza.
Com informações da Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo (Seas)
Créditos Fotos: George Braga/Seas