A desembargadora Águeda Passos Rodrigues Martins inaugurou um novo
momento de modernização e inclusão no Judiciário estadual ao ser a
primeira mulher a assumir o mais alto posto do Tribunal de Justiça do
Ceará (TJCE), em 1999. A boa nova abriu uma era de protagonismo
feminino, ratificado, 22 anos após esse marco, pela posse da
desembargadora Maria Nailde Pinheiro Nogueira, que ocorre com uma
premissa em seu mandato que se inicia: humanização com foco na
produtividade. Um trabalho que se propõe a complementar os esforços de
outra marcante liderança, a da desembargadora Maria Iracema Martins do
Vale, que de 2015 a 2017 reforçou o empoderamento das mulheres como
caminho para a prevenção de injustiças e de evolução social. Três
mulheres que, cada uma a sua maneira, ofereceram uma necessária e
revigorada visão de futuro à Justiça cearense.
OLHAR HUMANO
Empatia, acolhimento e humanização no atendimento são palavras
que servem de norte à Administração da terceira mulher a presidir o
TJCE, desde a instalação da Corte, a 3 de fevereiro de 1874. A
desembargadora Maria Nailde Pinheiro Nogueira assumiu a chefia do
Judiciário cearense no último dia 29 de janeiro de 2021, para cumprir um
mandato de dois anos. Período este, que, como determina a nova
mandatária, deverá ser marcado pela busca incansável por uma melhoria
dos procedimentos e uma melhor produtividade, além de investimentos em
tecnologia e infraestrutura, sem deixar de se preocupar com a parte mais
elementar: as pessoas que trabalham no Tribunal e, claro, seus
usuários.
“A automação e a gestão aprimorada de processos de trabalho se tornam
absolutamente imprescindíveis. Em tempos tão difíceis, porém, não
podemos dispensar a necessidade de humanização do atendimento, visando
ao acolhimento daqueles que mais necessitam de auxílio e apoio, com o
objetivo de propiciar um Poder Judiciário efetivamente aberto e
inclusivo para todos”, comentou a magistrada, durante a solenidade na
qual foi empossada como presidente do TJCE.
A desembargadora reconhece a importância de ser uma mulher a ocupar o
cargo mais alto da Justiça estadual. Em sintonia com essa demanda,
demonstrou sensibilidade e inquietação com o problema da violência
doméstica e prometeu atuação firme na aplicação da Lei Maria da Penha,
acrescida de um olhar especial para a prevenção do problema por
intermédio de ações de conscientização.
Outro diferencial será o programa de desenvolvimento de lideranças
femininas. A finalidade é incentivar a maior participação da mulher na
administração do Judiciário cearense, no sentido de começar a propiciar
uma igualdade de gênero dentro da instituição.
‘BASTA’ À VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Poucos anos antes de empossar a desembargadora Nailde Pinheiro
Nogueira, o TJCE esteve sob o comando da desembargadora Maria Iracema
Martins do Vale, de 2015 a 2017. Naquela Gestão, o Ceará foi palco do
lançamento da “Semana Nacional da Justiça pela Paz Casa”, campanha que
teve início com a presença da então presidente do Supremo Tribunal
Federal (STF), ministra Cármen Lúcia.
A ação persiste desde então, ao longo de todos os anos, com medidas
para dar celeridade aos processos amparados pela Lei Maria da Penha e em
casos de feminicídio (quando a vítima é morta apenas pela condição de
ser mulher). O projeto é uma parceria do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) e TJs de todo o Brasil.
Além disso, a desembargadora Iracema Vale iniciou as negociações para
a instalação da Casa da Mulher Brasileira em Fortaleza e implantou o
projeto “Um Novo Caminhar”, que oferece oportunidades de emprego a
mulheres que sofrem violência doméstica, entre outras realizações.
Atualmente, a magistrada faz parte da 3ª Câmara de Direito Público do
Tribunal, da qual é presidente.
TRIBUNAL DO POVO
O pioneirismo de uma primeira mulher a presidir o TJCE coube à
desembargadora Águeda Passos Rodrigues Martins (1999/2000). No legado
deixado pela magistrada estão o programa de informatização do
Judiciário, que conectou as comarcas cearenses por meio de fibra ótica, e
a instalação do Tribunal do Povo, hoje rebatizado como Fórum das Turmas
Recursais.
Seguindo orientação da desembargadora, a arquitetura do prédio foi
pensada justamente para oferecer um acolhimento diferenciado aos
cidadãos, tornando um pouco menos árdua a jornada do usuário com causas a
resolver na Justiça.
Segunda mulher a integrar o TJCE (a pioneira havia sido a
desembargadora Auri Moura Costa), Águeda Passos se aposentou em 26 de
março de 2004 e veio a falecer no dia 10 de maio de 2017, em Fortaleza,
com velório realizado na sede do Tribunal.
MARÇO: MÊS DA MULHER
Além da série de reportagens especiais que será publicada no
site e no programa de TV Judiciário em Evidência, a Assessoria de
Comunicação do TJCE planejou campanha com programação que será realizada
ao longo de todo este mês, com peças alusivas à data nas redes sociais
da instituição, entre outras ações.
tjce