Duzentas e duas famílias em situação de vulnerabilidade no Município de Quixeramobim, distante 215 km de Fortaleza, terão garantidos na mesa alimentos pelos próximos dias. Isso graças à iniciativa do Fórum da Comarca local que, sensível à realidade das comunidades carentes, agravada pela pandemia do coronavírus, promoveu campanha solidária em parceria com outras órgãos e arrecadou o total de R$ 7.688,00, valor suficiente para adquirir 202 cestas básicas.
A distribuição das cestas começou nessa quarta (21) e foi concluída nesta quinta-feira (22/04). Foram beneficiadas prioritariamente as localidades de Parelhas, Irmã Tereza, Olho D’água do Forno, Sabonete, Salva Vidas e Nova Canaã, além de 40 cestas destinadas a famílias em condições de extrema vulnerabilidade, que foram identificadas pelo Centro Regional de Assistência Social (CRAS). “A ampla adesão revela que as pessoas querem ajudar, muitas vezes só não sabem como. Priorizamos os distritos com menos acesso a serviços básicos. A recepção foi calorosa, recebemos muitos sorrisos de aquecer o coração, reforçando a certeza de que juntos podemos contribuir para diminuir a fome em nossa cidade”, afirma a juíza Kathleen Nicola Kilian, titular da 1ª Vara da Comarca, que esteve à frente da mobilização.
A magistrada conta como surgiu a ideia de realizar a campanha. “Procuramos atuar nessa linha de Justiça humanizada. Assim, em Quixeramobim, estamos atentos, próximos e sensíveis às necessidades da comunidade. Devemos nos instigar para que todos se inspirem a ser sua melhor versão, sempre com esse olhar voltado ao outro. Agradecemos a todos pelas contribuições que possibilitaram cuidar e levar amor ao próximo”, explica a magistrada. Os demais parceiros foram o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará, a Defensoria Pública, o Ministério Público e a Polícia Civil local.
Além de campanhas dessa natureza, a Comarca de Quixeramobim é referência em termos de inclusão e acessibilidade. Após identificar que havia uma grande demanda de usuários do Fórum local que tinha deficiência auditiva, foi implantado o “Projeto Mãos que Falam”, que viabiliza o acesso à Justiça de pessoas surdas, para o ambiente virtual. “A partir daí, implementamos reuniões periódicas com os advogados, defensores públicos, promotores de Justiça para apresentação de estatísticas e informações, estreitando assim a comunicação com os operadores do Direito e partes envolvidas”, destaca a juíza.
tjce