Em adesão à greve nacional, os bancários do Ceará paralisaram, nesta quinta-feira (19), as atividades por tempo indeterminado. Em um dos principais centros financeiros de Fortaleza, nos cruzamentos da Av. Santos Dumont com Desembargador Moreira, na Aldeota, pelo menos 4 agências suspenderam os serviços.
Entre reivindicações, categoria quer reajuste salarial de 11,93% Foto: Suzane Saldanha
Surpreendendo usuários desprevenidos, a sede do Banco do Brasil no Ceará fechou totalmente, inclusive o autoatendimento, durante todo o dia. O ato foi justificado pelo diretor do Sindicato dos Bancários do Ceará (Seeb-CE), Gustavo Tabatinga, devido a um desentendimento entre os funcionários e a superintendência da instituição. O fechamento total aconteceu apenas nesta quarta-feira. Nos próximos dias, os caixas eletrônicos da agência irão funcionar.
Os clientes que passaram pelo local foram orientados a buscar outras agências bancárias. A cliente Iluska Machado, 39, contestou a ação da categoria. “Sei que eles têm direito de lutar, agora tirando o direito do cidadão é muito ruim. Você não pode fazer nada. Eu ia fazer um deposito e não posso”, reclamou. O caixa eletrônico é a opção mais procurada para driblar os efeitos da greve, além de ser a mais completa. Das 507 agências em todo o Estado, 166 paralisaram as atividades, segundo a Seeb-CE.
As agências do Bradesco e Itaú, também nos cruzamentos das Av. Santos Dumont e Desembargador Moreira, funcionaram normalmente durante esta quarta. Conforme a confeiteira Márcia Coimbra, 49, o atendimento no Bradesco funcionou como se não houvesse greve. “Eu vi na TV hoje que ia ter greve, liguei para a agência e falaram que tava funcionando. Aqui está funcionando normal igual aos outros dias, consegui fazer todas as operações”. Já a agência do Itaú fechou até às 12h, tendo posteriormente os serviços normalizados.
A greve foi definida em assembleia realizada no último dia 12 e deve comprometer pelo menos parcialmente serviços que só podem ser realizados nas agências, como aberturas de contas, cadastros e financiamentos. Para Tabatinga, o movimento da categoria está mais forte este ano. “Esse ano está mais forte que ano passado. A negociação foi muito tensa, e a partir de junho a mobilização foi pegando. A proposta patronal não contemplou nenhuma das reivindicações”, alegou.
A Seeb-CE informou que, na próxima sexta-feira (19), fará o movimento em agências dos bairros Montese e Centro.
A categoria quer reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real além da inflação), participação nos lucros e resultado (PLR) de três salários mais R$ 5.553,15 e piso de R$ 2.860. Além do fim de metas consideradas abusivas e de assédio moral. A próxima assembleia para avaliação do movimento grevista acontece na próxima segunda-feira (23).
dn