A medida não se caracteriza como greve, já que a Justiça continuará aberta, e garantiu que a medida não prejudicará a população, pois os casos de urgência serão apreciados
Nesta quarta-feira, 27, os Juízes Federais de todo o Brasil vão paralisar suas atividades por 24 horas. Segundo informações da Justiça Federal no Ceará, será um protesto em reivindicação por mais segurança, "especialmente no julgamento de organizações criminosas, simetria com o regime jurídico do Ministério Público Federal e revisão do teto salarial".
O movimento foi decidido em assembleia geral da Associação dos Juízes Federais Brasileiros, quando 83%, dos 767 juízes votantes, optaram pela paralisação. Contudo, a medida não se caracteriza como greve, uma vez que a Justiça continuará aberta, e garantiu que a medida não prejudicará a população, pois os casos de urgência serão apreciados.
A segurança dos magistrados é o principal fator de preocupação da classe. Hoje, juízes que prendem e condenam líderes do tráfico internacional de drogas e do crime organizado alegam não ter segurança adequada para si e para familiares.
"A Polícia Federal não tem pessoal para fazer a segurança dos juízes ameaçados em todo o país", explica o presidente da Ajufe, Gabriel Wedy, que denuncia ainda dezenas de notificações, nos últimos seis meses, de juízes que sofreriam ameaças.
Eles também reivindicam simetria com o regime jurídico do Ministério Público Federal.
A reivindicação dos juízes é para que o governo cumpra a previsão constitucional de reposição inflacionária anual, pios alegam que desde 2005 a revisão anual não seria cumprida, com exceção do ano de 2009, no qual houve um ajuste de 8%.
A assembleia geral da Associação dos Juízes Federais Brasileiros decidiu, ainda, que em até 90 dias, a partir de 27 de abril, será convocada uma nova reunião, em que poderá ser debatida nova paralisação ou greve.