O governador Cid Gomes decretou luto oficial de três dias a partir desta sexta-feira (23) devido ao falecimento do humorista e artista cearense Chico Anysio.
Segue depoimento do Governador sobre Chico Anysio:
“A morte de Chico Anysio é uma perda que, para nós, cearenses, jamais será reparada. Cala-se o extraordinário profissional do riso, silenciam seus personagens inesquecíveis, que durante décadas traduziram, com graça e fino humor, as esperanças, angústias e alegrias do nosso povo.
O maranguapense que se imortalizou pela via do talento foi pródigo, a vida inteira, em demonstrações de carinho por sua terra. Inspirou dezenas de outros artistas e criou escola, fazendo do Ceará um celeiro de grandes humoristas.
Hoje, mergulhados na orfandade, Azambuja, Coalhada, Silva, Pantaleão, Bozó, Professor Raimundo, Salomé, Alberto Roberto e tantas outras criações de Chico desfilam na tela de nossas lembranças - todas elas vestidas de luto, assim como enlutados e órfãos estamos nós, seus eternos admiradores”.
Chico Anysio
Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho, conhecido como Chico Anysio, nasceu em Maranguape em 12 abril de 1931. Humorista, ator, dublador, escritor, compositor e pintor, Chico se destacou em todas as atividades que se dedicou, mas foi com o humor sofisticado e popular ao mesmo tempo que ganhou espaço no coração dos brasileiros.
Chico Anysio mudou-se com sua família para o Rio de Janeiro quando tinha seis anos de idade. Decidiu tentar fazer um teste para locutor de rádio quando a sua irmã também faria. Saiu-se excepcionalmente bem no teste, ficando em segundo lugar, somente atrás de outro jovem iniciante, Sílvio Santos. Na rádio na qual trabalhava, a Rádio Guanabara, exercia várias funções: radioator, comentarista de futebol, etc. Participou do programa Papel carbono de Renato Murce. Na década de 1950, trabalhou nas rádios "Mayrink Veiga", "Clube de Pernambuco e Clube do Brasil. Nas chanchadas da década de 1950, Chico passou a escrever diálogos e, eventualmente, atuava como ator em filmes da Atlântida Cinematográfica.
Na TV Rio estreou em 1957 o Noite de Gala. Em 1959, estreou o programa Só Tem Tantã, lançado por Joaquim Silvério de Castro Barbosa, mais tarde chamado de Chico Total. Além de escrever e interpretar seus próprios textos no rádio, televisão e cinema, sempre com humor fino e inteligente, Chico se aventurou com relativo destaque pelo jornalismo esportivo, teatro, literatura e pintura, além de ter composto e gravado algumas canções.
Chico Anysio foi um dos responsáveis pela intermediação referente ao exílio de Caetano Veloso em Londres. Quando completou dois anos de exílio, Chico enviou uma carta para Veloso, para que este retornasse ao Brasil. Caetano e Gilberto Gil haviam sido presos em São Paulo, duas semanas depois da decretação do AI-5, o ato que dava poderes absolutos ao regime militar. Trazidos ao Rio de carro, os dois passaram por três quartéis, até viajarem para Salvador, onde passaram seis meses sob regime de prisão domiciliar. Em seguida, em meados de 1969, receberam autorização para sair do Brasil, com destino a Londres, onde só retornariam no início de 1972.[6]
Desde 1968 estava ligado à rede Globo de Televisão.
23.03.2012
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