A economia cearense, medida pelo Produto Interno Bruto (PIB) a preços de mercado, que representa a soma de todos os bens e serviços produzidos, cresceu 3,4% no primeiro trimestre de 2012, em comparação ao mesmo período do ano passado, superando a média nacional, que foi de 0,8% em igual período. As taxas do PIB dos últimos quatro trimestres mostram um crescimento de 3,7% para o Ceará e 1,9% para o Brasil. Com o resultado, o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) mantém uma estimativa de crescimento do PIB, para este ano, de 5,0%.
Os dados, que são preliminares e podem passar por alterações quando publicados os números definitivos de 2012 pelo IBGE e os demais estados do Brasil, constam do documento PIB Trimestral do Ceará – janeiro/março de 2012 – Contas Regionais. Foram estimados com base nos resultados de três setores: agropecuária; indústria e serviços. O trabalho foi divulgado nesta segunda-feira (18) pelo Ipece, órgão vinculado à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) do Governo do Estado. Além do Ceará, apenas outros cinco estados realizam a estimativa de sua economia trimestralmente: Bahia, Espírito Santo, Goiás, Pernambuco, Minas Gerais e São Paulo.
De acordo com o professor Flávio Ataliba, diretor Geral do Ipece, o setor de serviços puxou o crescimento cearense nos três primeiros meses deste ano, com uma variação de 5,1%. Todas as atividades que compõem o segmento apresentaram taxas positivas, a destacar o comércio, com 6,9%, e alojamento e alimentação, com 7,2%. O desempenho do comércio foi confirmado pelo volume das vendas varejistas, medido pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMC/IBGE). De janeiro a março de 2012, o Índice simples ficou em 6,8%. Mas quando as atividades de Veículos, moto, partes e peças foram incluídas, a taxa baixa para 5,6%, contra o mesmo período de 2011.
Ele observa, no entanto, que o ritmo das vendas do varejo está crescendo com menor dinamismo. Os segmentos do varejo que registraram as maiores altas nos três primeiros meses do ano, comparadas a igual período de 2011, e que permitiram a manutenção de crescimento do volume de vendas cearenses foram: combustíveis e lubrificantes (15,9%); materiais de construção (14,4%); artigos farmacêuticos, médicos e outros (13,9%) e móveis e eletrodomésticos, com 11,5%.
Já a Indústria cearense apresentou, nos três primeiros meses de 2012, um crescimento de 1,6%, sendo que, dos quatro segmentos que compõem o setor, o único a apresentar queda foi o de transformação, com uma taxa negativa de 2,3%, anulando, praticamente, as taxas positivas da eletricidade, gás e água, com 8,4%; extrativa mineral, com 5,6%, e Construção Civil, com 4,4%, dado o peso que exerce no índice geral da Indústria, que é mais de 50%. A construção civil – afirma Flávio Ataliba - vem mantendo uma tendência ascendente desde 2004, em decorrência de uma série de fatores, como a maior disponibilidade de crédito direcionado ao segmento e a melhoria na renda dos trabalhadores.
O setor de transformação acusou uma queda de 2,3%, pois suas principais atividades enfrentam problemas de mercado, quer seja pelo fraco desempenho dos principais países de destinos, ainda em recuperação, e/ou por problemas de concorrência com produtos industrializados importados. Reforçando esse resultado negativo, os dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF/IBGE), referentes ao 10 trimestre de 2012, mostram que a produção física industrial cearense registrou uma queda de 3,8% sobre igual período de 2011. O resultado foi influenciado pelo recuo na produção de têxtil (-22,4%), vestuário e acessórios (-5,2%), calçados e artigos de couros (-1,1%) e alimentos e bebidas (-2,5 %), que são as atividades de maiores contribuições da Indústria de transformação cearense.
IMPORTAÇÃO E EXTPORTAÇÃO
Os resultados do Comércio exterior, de janeiro a março deste ano, revelam que as exportações cearenses cresceram 4,1% em relação a igual período de 2011, correspondendo a um valor de US$ 328,8 milhões. O aumento das importações cearense, nessa mesma comparação, foi mais expressivo, com uma taxa de 38,12%, alcançando um valor de US$ 607,7 milhões. A corrente de comércio exterior, que é a soma de todas as exportações e importações, totalizou US$ 936,5 milhões no primeiro trimestre de 2012, representando uma expansão 23,91%, frente a igual período de 2011. E isso apesar do cenário conjuntural de incertezas na economia mundial, caracterizado pela crise na Europa e uma economia fragilizada nos Estados Unidos, os quais são os principais parceiros comerciais de compras estaduais.
MERCADO DE TRABALHO
No primeiro trimestre de 2012, segundo o documento do IPECE, houve aumento no saldo do emprego formal, quando foram admitidas 117,8 mil pessoas e demitidas 117,7 mil, o que gerou um saldo líquido de 172 postos de trabalho. O estudo deixa claro que é normal, no primeiro trimestre de cada ano, o registro de saldo menor, tendo em vista que os contratantes fazem ajustes no quadro de pessoal, geralmente absorvido por ocasião das comemorações de final de ano, quando há uma necessidade maior de mão-de-obra para atender a demanda, principalmente do comércio varejista.
AGROPECUÁRIA
Dentre as três atividades que contribuem para a geração do PIB, a agropecuária registrou queda de 9,8% no primeiro trimestre de 2012, em relação a igual período do ano anterior. De acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA/IBGE, posição de abril de 2012), divulgado em maio do ano corrente, alguns produtos da lavoura, que possuem safra relevante no 1º trimestre, apresentaram queda nas estimativas de produção anual e produtividade. Esse é o caso do feijão 1a safra (-48,8%), do milho (-53,6%), e do arroz (-25,8%), responsáveis por cerca de 90% da produção agrícola. Por outro lado, apresentaram estimativas de crescimento de produção: a castanha de caju (51,1%), melão (41,9%) e melancia, com 31,9%. O documento pode ser acessado no www.ipece.ce.gov.br
18.06.2012
Assessoria de Imprensa do Ipece