Dados são do boletim epidemiológico; 54,1% da população estão em municípios de risco muito altoOutubro
chegou e, apesar da redução dos casos da doença, observados desde o mês
junho, os índices ainda são motivo de preocupação para a população,
tendo em vista que 85 municípios estão com risco alto e muito alto de
epidemia. Ou seja, 46% das 184 cidades do Estado.
Fortaleza
permanece com os maiores números de notificação e de confirmação da
doença no Ceará. Até o último dia 28 de setembro, foram 37.185 casos na
Capital, ou seja, 76,8% das ocorrências no Estado Foto: Natinho
RodriguesPelo menos é o que aponta o boletim epidemiológico
da Secretaria da Saúde (Sesa). Figuram no mapa do "Risco Dengue",
municípios pertencentes às regiões do Sertões dos Inhamuns, Sertão do
Centro, Cariri, Zona Norte e Região Metropolitana de Fortaleza.
Considerando
a população estimada pela Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios
(Pnad) 2011, que indica 8.671 milhões de cearenses, desse total de
pessoas, exatos 54,1% da população estão em municípios de risco muito
alto.
Fazem parte desta lista os moradores de cidades como
Baturité, Campos Sales,
Caucaia, Chaval, Frecheirinha, Jijoca de
Jericoacoara, Parambu, Quixadá, Quixeramobim, Salitre, Santana do
Acaraú, Senador Sá, Tamboril, Tauá e Tejuçuoca, entre outros municípios.
Já 13,9% estão em cidades de risco baixo; 17,2%, de risco moderado;
14,9%, em risco alto.
Dentro deste quadro, Fortaleza permanece
com os maiores índices tanto de notificação como de confirmação da
doença. A Capital possui 37.185 casos confirmados, ou seja, é
responsável por 76,8% de todas as ocorrências até o último dia 28, no
Ceará, além de ter 18 óbitos.
Em 2011, o Ceará passou por sua
maior epidemia de dengue, contabilizando 56.714 casos. Já em 2012, mesmo
com epidemia declarada somente na Capital, o Estado já contabiliza o
segundo ano com maior número de casos, um total de 48.387, até o último
dia 28.
Os responsáveis por todos estes casos são os sorotipos 1 e 4 da doença, com prevalência do último tipo.
AvaliaçãoO
Risco Dengue é uma nova ferramenta feita para avaliar as probabilidades
de epidemias da doença nos estados e municípios brasileiros.
Os
fatores levados em conta para a avaliação foram cinco. São eles, três do
setor saúde - incidência de casos nos anos anteriores, índices de
infestação pelo mosquito transmissor Aedes aegypti, além de tipos de
vírus da dengue em circulação; um ambiental (cobertura de abastecimento
de água e coleta de lixo); e um demográfico (densidade populacional).
DoençaTransmitida
pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado, a dengue ocorre
principalmente nas áreas de clima quente e úmido. O único modo possível
de evitar sua transmissão é a eliminação do mosquito vetor. O mais
importante é nunca deixar a água parada em qualquer tipo de recipiente.
Os
sintomas da doença são amplos. Febre inesperada, dores de cabeça, corpo
e juntas, muitas vezes confundidos com outras doenças dessa estação.
Quem tem esses sintomas deve ficar atento e procurar imediatamente um
médico.
THAYS LAVORREPÓRTER