Depois de 22 anos, o senador José Sarney (PMDB-AP) poderá voltar à
cadeira de presidente da República. Com a viagem da presidente Dilma
Rousseff para a França e a Rússia, a partir de domingo (9), quem assume o
governo é o vice-presidente Michel Temer, primeiro na linha da
sucessão. Mas Temer deve embarcar para Lisboa, entre os dias 14 e 15,
para as comemorações do "ano do Brasil em Portugal". O segundo na linha
de sucessão, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-SP), também deve
estar fora do País. Há uma previsão de viajar para cumprir agenda do
Mercosul. O gabinete, então, ficará aberto para Sarney.
Interesses
Sarney poderá ocupar, novamente, o cargo de presidente da República. Foto: Agência Brasil
A
interinidade de Sarney seria uma "homenagem" de Dilma ao presidente que
comandou o Planalto, de março de 1985 a março de 1990. Mas assessores
da Presidência e do Senado negam que esta composição seria uma tentativa
de agradar Sarney, no momento em que ele poderá ser instado a colocar
em votação a derrubada do veto presidencial ao projeto dos royalties do
petróleo.
O fato é que a presidente Dilma está preocupada com a mobilização dos
governadores de Estados não produtores de petróleo, capitaneados por
Cid Gomes, do Ceará, que querem derrubar o veto da presidente, para
garantir a distribuição dos recursos. Entre os governadores, Roseana
Sarney, do Maranhão, filha do presidente do Senado. Embora a derrubada
do veto seja uma manobra considerada difícil de ser concretizada, o
Planalto foi alertado sobre o risco de isso ocorrer e tenta agora uma
aproximação com Sarney.
No início da semana, a presidente Dilma Rousseff esteve em São Luiz,
no Maranhão, quando destacou a parceria do Planalto com o governo
maranhense e tratou o ex-presidente como uma das "mais destacadas
personalidades" maranhenses. Dilma também agradeceu a Sarney por "todas
as iniciativas que, na liderança do Senado, ele tem propiciado ao
Brasil". No Palácio dos Leões, sede do governo, a presidente recebeu as
medalhas da Ordem dos Timbiras e Manoel Bequimão, concedidas
respectivamente pelo governo do Estado e pela Assembleia Legislativa.
dn