O segundo ato de Lula no Oeste catarinense foi um encontro com o sistema cooperado de agricultura familiar no interior de Nova Erechim. A caravana saiu de Chapecó por volta de 10h sob forte esquema de segurança, com escolta e batedores da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Federal durante todo o trajeto.
Sem registro de incidentes ou bloqueios no caminho, o ex-presidente chegou ao local por volta de 10h50min. Primeiro ele visitou uma propriedade rural, onde tomou café e conversou com a família por mais de uma hora. A casa ficava ao lado de um palco montado sob uma tenda, para onde Lula seguiu a pé já depois do meio-dia, sob chuva fina e cercado por agricultores e militantes que o saudavam, tiravam fotos e entoavam cantos e palavras de ordem apoiando o petista.
Lideranças políticas locais e nacionais do partido, como os deputados estaduais Ana Paula Lima, Luciane Carminatti e Dirceu Dresch, os deputados federais Pedro Uczai e Décio Lima, o ex-deputado federal Cláudio Vignatti e a senadora e presidente nacional da sigla Gleisi Hoffmann estiveram no palco e algumas discursaram antes da chegada de Lula. Houve ainda uma homenagem e agradecimento pelos investimentos na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e no ensino público em geral e falas de representantes de cooperativas da região, que destacaram a importância da agricultura familiar e os avanços nos governos do PT e defenderam nova candidatura de Lula.
Já passava das 13h quando o ex-presidente discursou. Começou prometendo que voltará a garantir que a população rural possa continuar no campo com boas condições econômicas e sociais, criticou a reforma trabalhista e a tentativa de reforma da Previdência e disse que a agricultura familiar será uma prioridade em um eventual governo seu.
Disse que "não precisaria mais ser candidato, porque já foi vitorioso", mas que pretende concorrer porque "estão destruindo" as conquistas dos governos petistas.
— Vou voltar para reconstruir o país. E reconstruir sem ódio, sem mágoa — declarou.
Não citou nominalmente o Judiciário e a Polícia Federal, mas voltou a se declarar inocente.
— Eu durmo com a consciência dos inocentes. Eu quero saber se eles conseguem dormir, com as mentiras que existem contra mim — falou às dezenas de pessoas presentes.
O ato público teve segurança reforçada, incluindo o pelotão tático da PM, mas ao contrário do registrado em Chapecó, não houve presença de manifestantes anti-Lula em Nova Erechim e a reunião foi tranquila até o fim.
Ao final do evento, Lula e a caravana partiram para São Miguel do Oeste, onde devem almoçar e depois visitam uma cooperativa à tarde. Na praça central da mesma cidade, no início da noite, está previsto o ato público final da caravana em Santa Catarina. Na segunda, Lula parte para o Paraná.
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