quinta-feira, 16 de abril de 2020

Em menos de um mês, Ciops registra 10.219 denúncias por aglomerações e comércios abertos

Entre 20 de março a 14 de abril, período que corresponde a 26 dias, a Coordenadoria de Operações de Segurança (Ciops) atendeu a 10.219 ocorrências por descumprimento ao isolamento social previsto no Decreto Estadual N° 33.519 - assinado pelo governador Camilo Santana como medida de combate ao novo coronavírus (Covid-19). Os dados abrangem os núcleos da Ciops em Fortaleza, Sobral e Juazeiro do Norte.
Das mais de 10 mil ocorrências somadas, 5.280 referem-se às aglomerações de pessoas e 4.939 são de denúncias acerca de comércios abertos
Entre os dias 20 de março e 5 de abril, a Ciops já contabilizava 7.836 ocorrências do tipo e, no mesmo período, a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) registrou 51 ocorrências contra estabelecimentos comerciais, conforme dados compilados pela Gerência de Estatística e Geoprocessamento (Geesp) da Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp). Desde que o decreto N° 33.519 entrou em vigor no Ceará, no último 20 de março, todos os registros contra estabelecimentos comerciais foram feitos em delegacias da PCCE.
Dispersão
Uma das denúncias aconteceu na noite do último dia 9 de abril. Por volta de 21h40min, operadores do Núcleo de Videomonitoramento (Nuvid) da Ciops visualizaram uma aglomeração de pessoas em um bar no Bairro Jardim da Oliveiras, em Fortaleza. Uma equipe da Polícia Militar do Ceará (PMCE) foi enviada ao local e, após dar orientações a todos que estavam presentes no local, realizou a dispersão das pessoas.
Inicialmente, os policiais orientam a dispersão ou encerramento de atividades indevidas. Caso haja reincidência no descumprimento do decreto, os responsáveis são encaminhados a uma delegacia da Polícia Civil. O infrator pode ser autuado por infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa.
Atuação da PM ampliada
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), a Polícia Militar do Ceará vem ampliando sua forma de atuação para coibir infrações, orientando e fiscalizando comércios, corredores bancários e locais onde haja aglomeração de pessoas e funcionamento inadequado de estabelecimentos.
“É importante lembrar que estamos adotando essas medidas pensando na segurança de toda população, estamos evitando que o vírus se propague e que prejudique, ainda mais, nossa cidade. Com a compreensão de todos, logo estaremos de volta à vida normal”, afirma o Coronel Comandante Geral da Polícia Militar, Alexandre Ávila.
Denúncias 
É possível fazer denúncias de irregularidade, tais como a aglomeração de pessoas ou o funcionamento de estabelecimentos considerados não essenciais, pelo telefone 190.

Prefeitura realiza marcações nas calçadas de agências bancárias para manter distanciamento entre as pessoas

A Prefeitura de Caucaia com o intuito de tornar mais rigorosa as medidas de distanciamento social recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) realiza pinturas nas calçadas das agências bancárias e casas lotéricas instaladas no município. A ação acontece por meio da Secretaria de Planejamento Urbano e Ambiental (Seplam), em parceria com a Secretaria de Patrimônio, Serviços Públicos e Transportes (SPSPTrans).
Os pontos onde essas marcações estão sendo realizadas foram selecionados por concentrarem grande fluxo de pessoas neste momento em que muitos buscam informações sobre o pagamento do Auxílio Emergencial feito pelo Governo federal.
“Temos tomado todas as medidas necessárias para conter o avanço do coronavírus em Caucaia. Já conseguimos que a justiça acatasse nosso pedido para que os bancos obedeçam às orientações de enfrentamento à doença e continuamos tentando conscientizar as pessoas que só evitaremos um contágio maior se todos estiverem com o mesmo intuito”, destaca o prefeito Naumi Amorim.
As marcações começaram a ser feitas nesta quarta-feira (15/4), nas calçadas das agências da Caixa Econômica e Lotéricas, localizadas na Jurema. As marcações são feitas com a distância mínima de 1,5m (um metro e meio), o sugerido nesse período de pandemia.
Segundo o morador da Grande Jurema, Gilberto Mendes, essa é uma ação fundamental. “Uma ação como essa é muito importante para conscientizar as pessoas do distanciamento, Muitos ainda não se atentaram para os riscos e agora terão que obedecer e manter a distância necessária”, diz.
A ação da Prefeitura de Caucaia contra as agências bancárias de Caucaia foi acatada pela Justiça Estadual e Federal, determina que os bancos funcionem em horário diferenciado para o atendimento de idosos, reduza o tempo de espera no atendimento, estabeleça a distância mínima de 1,5m entre pessoas, disponibilize aos clientes e funcionários álcool em gel 70%, dentre outras medidas. 
A fiscalização dessas medidas está sendo feita diariamente pela Guarda Municipal de Caucaia, que tem equipes em diversos pontos, orientando e conscientizando à população quanto aos cuidados e medidas de combate ao Covid-19.
 
Assessoria de Comunicação
(85) 3342.4410
ascom@caucaia.ce.gov.br

Ceará atinge 100% de ocupação em leitos de UTI da rede pública para coronavírus

O serviço de saúde do Ceará tem 48 pessoas com suspeitas de covid-19 na fila de espera por Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), na manhã desta quinta-feira (16). A informação é da secretária executiva de Vigilância e Regulação da Secretaria da Saúde (Sesa), Magda Almeida, que afirma que o Estado já atingiu 100% da capacidade de acolhimento nas UTIs da rede pública.
Até a noite desta quarta-feira (15), o Ceará tinha 169 pessoas hospitalizadas nessas Unidades, segundo balanço da Sesa. Do total, 133 estavam internadas em Fortaleza. De acordo com Magda, o perfil de maior gravidade de pacientes com covid-19 demanda maior estrutura especializada. Cada paciente fica, em média, de 7 a 14 dias nesses leitos.
dn

Caucaia vacina mais de 23 mil idosos contra a gripe e atinge a meta de 90%

O município de Caucaia vacinou 23.057 mil idosos na 1ª fase da Campanha de Vacinação Contra a Gripe, atingindo a meta de 90,88% de imunização. A cobertura vacinal de profissionais da saúde chegou a 70,74%, com 3.984 pessoas imunizadas. 
Mesmo com o início da 2ª fase da Campanha nesta quinta-feira (16/04), onde o publico alvo são os povos indígenas, caminhoneiros, motoristas de transporte coletivo e portuários, a Prefeitura de Caucaia, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), continua a vacinar idosos e profissionais da saúde que não foram imunizados. 
“Podem se dirigir a qualquer posto de saúde que será vacinado”, ressalta Moacir Soares, titular da pasta. As vacinas estão disponíveis nas 45 salas de vacinação das Unidades de Atenção Primária à Saúde (UAPS) de Caucaia.
O telefone para agendamento da vacinação domiciliar de idosos acima de 80 anos, acamados e pessoas com dificuldade de locomoção continua funcionando de segunda à sexta-feira, de 8h às 17h, nos números (85) 9.8749-2827 e (85) 9.8958-0371.
2ª fase da Campanha de Vacinação
O Ministério da Saúde decidiu incluir como público alvo nesta etapa que iniciou nesta quinta-feira (16/04), os povos indígenas, caminhoneiros, motoristas de transporte coletivo e portuários. 
Também fazem parte desta etapa os profissionais das forças de segurança e salvamento, portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais e funcionários do sistema prisional. 
A Campanha encerra no dia 22 de maio. O total de 7.850 mil doses foram entregue pelo Governo do Estado do Ceará ao município de Caucaia. 
Na terceira fase da campanha, que inicia em 9 de maio, serão vacinados professores das escolas públicas e privadas, crianças de 6 meses a menores de 6 anos, gestantes, puérperas, povos indígenas, adultos de 55 a 59 anos de idade e pessoas com deficiência. 
Assessoria de Comunicação
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Em resposta a Trump, cientistas dizem que coronavírus não 'vai embora' no calor

Membros de um comitê da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos (NAS, na sigla em inglês) enviaram à Casa Branca uma carta em que afirmam que os dados são contraditórios no que diz respeito a uma suposta disseminação menor do coronavírus em climas quentes.
A manifestação foi feita após o presidente Donald Trump ter dito que "quando ficar um pouco mais quente, [o coronavírus] milagrosamente vai embora". Os especialistas dizem que "há alguma evidência" de que a transmissão seja menos eficiente no calor, mas que isso não tem um grande peso, uma vez que poucas pessoas no mundo são imunes ao coronavírus.
"Há alguma evidência que sugere que a transmissão seja menos eficiente em locais mais úmidos e com temperaturas mais altas. No entanto, devido à falta de imunidade global, essa eficiência menor de transmissão não deve levar a uma redução significativa na disseminação da doença sem a adoção concomitante de grandes intervenções de saúde pública", diz a carta.
O texto cita, por exemplo, que um estudo sobre o surto na China apresentou que, mesmo sob temperaturas mais altas e clima mais úmico, o vírus se disseminou "esponencialmente", com todas as pessoas infectadas contaminando cerca de duas outras pessoas, em média.
A carta dos cientistas foi enviada a Kelvin Droegemeier, no departamento de políticas em Ciência e Tecnologia da Casa Branca. O documento dos cientistas do NAS observa que alguns estudos de laboratório apontaram transmissão reduzida do vírus em ambientes mais quentes, mas que isso não é um consenso.
Os cientistas também argumentam que o vírus ainda está sendo transmitido em países com climas quentes. "Uma vez que países atualmente em climas 'de verão', como Austrália e Irã, estão vivenciando rápidas disseminações do vírus, uma queda de casos com um aumento em úmidade e temperatura em outro lugar não deve ser assumida", dizem.
cnnb

Cientistas descobrem planeta potencialmente habitável similar à Terra

Astrônomos descobriram um exoplaneta potencialmente habitável, do tamanho da Terra, a 300 anos-luz de distância de nós.
Dos 2.681 planetas fora do Sistema Solar já encontrados pelo telescópio espacial Kepler, da Nasa, entre 2009 e 2018, este é o mais parecido em tamanho e possivelmente em temperatura com o nosso planeta, de acordo com um novo estudo publicado nesta quarta-feira (15) na revista científica “Astrophysical Journal Letters”.
O Kepler foi “aposentado” em 2018, mas os dados coletados por ele podem levar a mais descobertas nos próximos anos. Foi justamente vasculhando este arquivo que os pesquisadores encontraram o novo planeta.
Intitulado Kepler-1649c, ele é 1,06 vez maior que a Terra e recebe cerca de 75% do total de luz que nosso planeta recebe do Sol. Isso sugere que a temperatura em sua superfície pode ser similar à da Terra.
O planeta também está localizado na zona habitável de sua estrela, distante o suficiente para que a água se mantenha líquida –o que também indica a possibilidade de suportar vida.
Kepler-1649c, porém, orbita uma estrela anã-vermelha, muito menor e mais fria que nosso Sol. Nos últimos anos, diversos planetas foram descobertos orbitando esse tipo de astro, que é bem comum em nossa galáxia, a Via Láctea.
O planeta está muito mais próximo de sua estrela do que a Terra está do Sol: um ano lá dura o equivalente a 19,5 dias terrestres. Isso indica ainda que o Kepler-1649c pode ser atingido por explosões de radiação da estrela, ameaçando qualquer vida potencial. Apesar disso, nenhuma explosão do tipo foi detectada até agora.
Além disso, os cientistas ainda não sabem muito sobre a composição da atmosfera do planeta, o que poderia aumentar a estimativa de temperatura da superfície. Os pesquisadores sabem que há outro planeta de tamanho semelhante orbitando a mesma estrela, mas muito mais perto dela, como Vênus no nosso Sistema Solar, informou a Nasa.
“Este intrigante mundo distante nos dá ainda mais esperanças de que uma segunda Terra encontra-se entre as estrelas, aguardando para ser encontrada”, disse Thomas Zurbuchen, administrador associado da Diretoria de Missões Científicas da Nasa, em Washington. “Os dados coletados por missões como a [do telescópio especial] Kepler e do nosso Satélite de Pesquisa de Exoplanetas em Trânsito (Tess, na sigla em inglês) irão continuar produzindo descobertas espetaculares enquanto a comunidade científica refina suas habilidades para procurar planetas promissores ano após ano.”
O Kepler-1649c se junta a outros intrigantes planetas com tamanho similar, como Trappist-1F, no sistema Trappist, a 39 anos-luz da Terra. Outros exoplanetas, como Trappist-1D, e TOI 700d, têm temperatura similar à estimada de Kepler-1649-c.
Mas o novo exoplaneta é o mais interessante, pois tem tamanho e temperatura similares aos da Terra, além de estar na zona habitável de sua estrela.
Inicialmente, Kepler-1649c foi esquecido porque um algoritmo de computador chamado Robovetter o classificou como falso positivo. Computadores podem errar, então os cientistas de um grupo especializado em analisar os falsos positivos reavaliaram os dados e identificaram o corpo como sendo um planeta.
“De todos os planetas errados que recuperamos, este é particularmente emocionante --não apenas porque está na zona habitável e ser do tamanho da Terra, mas também devido à maneira como ele pode interagir com este planeta vizinho", disse Andrew Vanderburg, pesquisador da Universidade do Texas, em Austin, e o primeiro autor do estudo. "Se não tivéssemos examinado o trabalho do algoritmo manualmente, teríamos perdido ele."
Os cientistas acreditam que pode haver um terceiro planeta no sistema, apesar de ele não ter sido avistado ainda. Isso porque o primeiro e o segundo planetas têm uma ressonância orbital: suas órbitas se alinham em uma proporção estável. A cada nove vezes que Kepler-1649c orbita sua estrela, o planeta mais próximo completa quatro órbitas. Um outro planeta poderia existir entre os dois.
“Quanto mais dados obtemos, mais sinais apontam para a noção de que exoplanetas potencialmente habitáveis e do tamanho da Terra são comuns em torno desse tipo de estrela", disse Vanderburg. "Com as anãs vermelhas em quase toda a parte da nossa galáxia, e esses pequenos planetas rochosos potencialmente habitáveis ao redor delas, a chance de um deles não ser muito diferente da nossa Terra parece um pouco mais palpável."
cnnbrasil.

Presidente do Ceará, Robinson de Castro revela que foi infectado pelo coronavírus e se curou

O presidente do Ceará Sporting ClubRobinson de Castro, revelou ter sido infectado pelo novo coronavírus. Na noite desta quarta-feira (15), o mandatário alvinegro garantiu que está curado, mas que passou por momentos muito difíceis nos últimos dias, desde que descobriu que estava com a doença.
"Descobri e fui me hospitalizar. Você tem uma sensação que não vai voltar. Eu devo ter adoecido no dia 23 ou 24 e pensei que estava com influenza, uma gripe menor, e no domingo resolvi ir ao hospital. A médica de plantão recomendou me hospitalizar pra não evoluir, e eu tomei a decisão certa de ficar. Fiquei muito mal fisicamente. Não conseguia andar da cama pro banheiro, porque não tinha fôlego pra isso. Não tinha capacidade respiratória", revelou o dirigente, em entrevista ao Canal do Nicola, no Youtube.
Robinson falou ainda que ficou debilitado e perdeu bastante peso no período, mas agora já está totalmente recuperado.
"Estava fraco, não dormia à noite, não me alimentava, passei cinco dias sem comer nada. Perdi 10 kgs. Depois, passei a tomar remédios, principalmente a cloroquina, e dei uma reagida muito forte. Passei seis dias mal. Hoje estou bem, 100%, graças a Deus", complementou,
Com o sufoco enfrentado pela Covid-19, Robinson garante que refletiu bastante.
"Você tem uma sensação muito grande que não vai voltar. E passei a ver as coisas diferentes. Você passa a ter uma nova percepção. Nessas horas, você se sente vulnerável. Agradeço a Deus, pois tenho amigos que morreram, algumas pessoas não suportaram. Amigos que passaram 15 a 20 dias entubados. E eu consegui ultrapassar esse momento. Hoje to bem, 100%, mas com um débito muito grande pela oportunidade que eu tive", revelou.

dn

Senado aprova em primeiro turno o ‘orçamento de guerra’ contra coronavírus Fonte: Agência Senado

O Plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (15) em primeiro turno, por 58 votos a 21, o substitutivo do senador Antonio Anastasia (PSD-MG) à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 10/2020, que facilita os gastos do governo para o combate à pandemia de coronavírus. A proposta, que ficou conhecida como “PEC do Orçamento de Guerra”, institui um regime extraordinário financeiro e de contratações para facilitar a execução dos gastos relacionados às medidas emergenciais.
Se aprovada em segundo turno, por ter várias modificações, a PEC terá que voltar para a Câmara dos Deputados, onde se originou. Se a Câmara então aceitar o substitutivo, o texto poderá ser promulgado. Caso ela rejeite as mudanças, será preciso uma nova análise por parte do Senado.
O regime especial criado pela PEC permite processos simplificados para compras, obras e contratações de serviços e de pessoal temporário. As ações pontuais do governo para combate à pandemia não precisarão seguir as limitações legais contra a expansão de despesas ou a renúncia de receitas. Essas ações deverão ser discriminadas em uma programação orçamentária específica.
O Executivo também ficará dispensado de cumprir a chamada “regra de ouro” da Constituição, que permite a emissão de títulos da dívida pública apenas para financiar despesas de capital (como investimentos). Com a PEC, o governo poderá aumentar o seu endividamento para pagar salários, benefícios previdenciários, manutenção da máquina pública e outras despesas correntes.
Entre essas despesas estão incluídos os juros e encargos da própria dívida pública. Atualmente, o refinanciamento da dívida se dá com a emissão de títulos pelo Tesouro Nacional para pagamento apenas do valor principal, acrescido da atualização monetária. A permissão se trata de uma espécie de desvinculação de recursos para facilitar a gestão da dívida pública durante o período de calamidade pública.
Em contrapartida, o texto exige do Ministério da Economia a publicação, a cada 30 dias, de relatório contendo os valores e o custo das operações de crédito realizadas no período de vigência do estado de calamidade pública. As ações também deverão ser destacadas na programação orçamentária, na prestação de contas anual da Presidência da República e no Relatório Resumido de Execução Orçamentária (RREO).
Outra excepcionalidade introduzida pelo regime extraordinário é a suspensão da exigência de que empresas estejam em dia com a Previdência Social de seus empregados para poderem receber benefícios e incentivos fiscais. A medida visa dar fôlego financeiro às empresas com a concessão de crédito em condições favoráveis para pagamento da folha de salários dos empregados. Porém, essas empresas — e todas as outras que venham a receber benefícios tributários, creditícios e financeiros durante a crise — precisarão assumir o compromisso de preservar empregos
O Congresso poderá suspender qualquer decisão do Executivo, realizada dentro do âmbito da PEC, que for considerada irregular ou que extrapole os limites autorizados. A ferramenta para isso será um decreto legislativo, que deve ser votado pela Câmara e pelo Senado.
As regras especiais terão vigência até o fim do estado de calamidade pública, previsto por decreto para 31 de dezembro deste ano. Serão convalidados os atos de gestão praticados nos termos da PEC desde 20 de março — data em que o Congresso Nacional aprovou o início do estado de calamidade.

Banco Central

Além do “orçamento de guerra”, o texto abre caminho para que o Banco Central negocie mais amplamente títulos públicos e privados, com os objetivos de garantir liquidez a empresas e interferir na curva de juros de longo prazo.
A PEC autoriza o BC a comprar e vender títulos privados de algumas categorias no mercado secundário — ou seja, ele não poderá adquirir títulos diretamente com as empresas que os emitem, mas poderá comprá-los de outros atores que já os tenham, como bancos e fundos de investimentos. Atualmente, o Banco não pode negociar títulos privados.
Esses títulos deverão ter classificação de risco mínimo, atribuída por agência de prestígio, e preço de referência publicado no mercado financeiro. O BC deverá privilegiar títulos de micro, pequenas e médias empresas.
No caso dos títulos públicos, o Banco Central poderá mirar papéis específicos, também no mercado secundário (ou seja, não poderá comprá-los diretamente do Tesouro Nacional). Hoje, o BC só pode ofertar ou adquirir títulos como instrumento de controle do volume de moeda em circulação. Se quiser retirar dinheiro do mercado, toma empréstimos das instituições financeiras e apresenta carteiras de títulos como garantia. Se quiser injetar, a operação é inversa: o BC libera os recursos e recebe carteiras em troca.
Todas as operações deverão ser publicizadas diariamente, com detalhes como valores, prazos e condições financeiras. Além disso, a cada 30 dias o presidente do BC deverá prestar contas ao Congresso do conjunto de operações realizadas nesse período.
O Banco Central poderá comprar títulos nos moldes autorizados pela PEC até a data do fim do estado de calamidade, mas a venda de títulos comprados poderá acontecer inclusive depois desse prazo, se isso significar um ganho de interesse público.
Os bancos que venderem títulos ao Banco Central não poderão utilizar os recursos obtidos para distribuição de lucros e dividendos ou para aumentar a remuneração de seus diretores.
As novas normas para o BC seriam complementadas por uma regra publicada na Medida Provisória (MP) 930/2020, segundo a qual, durante o período da pandemia, os diretores e servidores do órgão não seriam responsabilizados pelos atos praticados no exercício das funções — exceto em casos de fraude, dolo ou infração criminal. No entanto, essa isenção foi revogada pela MP 951/2020, publicada também nesta quarta-feira.

Alterações e críticas

O “orçamento de guerra” chegou ao Senado sob críticas. Parlamentares questionaram a necessidade de dar um “cheque em branco” ao governo federal, considerando que a decretação do estado de calamidade já abre as exceções necessárias para gastos federais. Além disso, os dispositivos que dão mais poderes para o Banco Central foram apontados como temerários, pois permitiriam que a instituição incorporasse títulos de alto risco.
O relator da PEC no Senado, Antonio Anastasia, levou essas críticas em consideração para elaborar um substitutivo bastante diferente do texto original, acatando 27 das 61 emendas apresentadas pelos colegas. Entre as principais mudanças, Anastasia aumentou os mecanismos de prestação de contas, pelo governo, das ações realizadas dentro do regime excepcional. O senador também promoveu mudanças nas autorizações ao Banco Central, restringindo os tipos de títulos privados que podem ser negociados e exigindo um grau de risco certificado para os papéis. Anastasia retirou, ainda, a regra que exigia participação do Tesouro Nacional em todas as operações.
A PEC original previa a criação de um Comitê de Gestão de Crise, que coordenaria todas as ações contidas no “orçamento de guerra”. Anastasia removeu esse ponto, argumentando que esse órgão poderia invadir competências de órgãos federais envolvidos no combate à crise e provocar conflitos federativos e institucionais. Para ele, o presidente da República já tem a competência constitucional para coordenar as ações do Poder Executivo.
Mesmo com o novo formato da PEC, o texto continuou alvo de críticas no tocante aos dispositivos para o Banco Central. Os senadores Weverton (PDT-MA), Telmário Mota (PROS-RR), Major Olimpio (PSL-SP) e Mecias de Jesus (Republicanos-RR) declararam votos contrários à proposta, afirmando que a PEC é direcionada ao mercado financeiro.

Mudança constitucional

Durante a semana, senadores questionaram a conveniência de se aprovar uma emenda à Constituição Federal numa sessão remota, sem a possibilidade de discussões presenciais. O assunto voltou à tona nesta quarta-feira. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, comentou essa preocupação e avaliou que a situação de pandemia exige que o Legislativo adapte as suas práticas.
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) chegou a acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) contra a tramitação da PEC, através de um mandado de segurança. O pedido foi indeferido nesta terça-feira (13) pelo ministro Ricardo Lewandowski, que alegou que o assunto é de competência interna do Legislativo.

Fonte: Agência Senado