quarta-feira, 22 de julho de 2020

Mais de 13 mil cearenses com 'sinais de riqueza' teriam recebido auxílio emergencial, diz CGU

Mais de 13 mil cearenses supostamente receberam o auxílio emergencial de R$ 600 do Governo Federal sem ter direito. Um levantamento da Controladoria-Geral da União (CGU) no Ceará em parceria com a Receita Federal revela que entre os beneficiários estão proprietários de barco e carros de luxo, além de financiadores de campanhas eleitorais.
O levantamento faz parte da segunda fase de investigação da CGU sobre os repasses do auxílio emergencial no Ceará. O prejuízo estimado pelo órgão no Estado com o pagamento irregular do auxílio é de R$ 9.083 milhões. Os dados foram obtidos a partir de cruzamentos da própria Controladoria. 
Perfil
De acordo com a CGU, entre os cearenses que teriam recebido indevidamente o auxílio emergencial estão: 7.844 proprietários de veículos de valor superior a R$ 60 mil; 4.260 sócios de empresa cujo número de funcionários passa de cinco; 1.084 pessoas com domicílio no exterior; 535 proprietários de embarcações de alto valor e quatro doadores de valores superiores a R$ 10 mil a candidatos na última eleição de 2018.
Segundo o superintendente da CGU no Ceará, Giovanni Pacelli, existem três hipóteses que podem explicar o pagamento irregular do benefício a essas pessoas. Uma delas são falhas no próprio sistema do Governo Federal.
"Outra hipótese é que algumas dessas pessoas realmente sejam pobres e elas não sabem que têm carro, barco no nome delas, são laranjas; e a outra hipótese é que são pessas que pediram, declararam que se enquadraram nas regras e receberam a primeira e segunda parcela", explicou.
Agora a CGU vai notificar pelos Correios cada suspeito de receber indevidamente o pagamento e monitorar a devolução do dinheiro. No total, 13.727 cearenses teriam recebido o auxílio emergencial sem ter direito. 
Na primeira fase da investigação da CGU, o órgão detectou em conjunto com o Tribunal de Contas do Estado (TCE) o pagamento do benefício a mais de 24 mil servidores públicos estaduais e municipais que supostamente receberam o auxílio de forma irregular.
Auxílio 
Quem tem direito ao auxílio emergencial são os inscritos no CadÚnico; microempreendedores individuais; contribuintes individuais ou facultativos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS); os trabalhadores informais e os inscritos no programa Bolsa Família.  
Para receber o benefício, as pessoas deverão ter renda mensal de até meio salário mínimo ou renda mensal de até três salários mínimos na família inteira e não podem ter rendimentos acima de R$ 28 mil em 2018. 
dn

Prefeitura planeja utilizar estrutura do Hospital de Campanha para realização de cirurgias eletivas

A Prefeitura de Caucaia planeja utilizar a estrutura do Hospital de Campanha para a realização de cirurgias eletivas após o fim da pandemia causada pelo novo coronavírus. O equipamento atualmente é utilizado para o atendimento exclusivo de pacientes diagnosticados com a Covid-19.
“É um equipamento com uma ótima estrutura que servirá para a realização de outros procedimentos clínicos. Quando a pandemia passar, vamos destinar o espaço para outros fins, garantindo mais estrutura em saúde para a população de Caucaia”, afirma o Prefeito Naumi Amorim.
O município de Caucaia vem registrando ao longo do mês de julho uma baixa taxa de ocupação dos leitos no Hospital de Campanha e uma redução na procura por atendimentos nas Unidades de Atenção Primária à Saúde (UAPS) de pacientes com sintomas da Covid-19. Na manhã desta quarta-feira (22), apenas 6 pacientes com coronavírus estavam internados, sendo 5 na enfermaria e apenas 1 na UTI.
“Avaliamos que podemos fechar o Hospital de Campanha no mês de agosto. Temos esta esperança a partir dos indicadores”, afirma o secretário de saúde de Caucaia, Moacir Soares. “Mas devemos continuar vigilantes no combate ao vírus e ainda cumprir rigorosamente as medidas de isolamento social e higiene em saúde para evitarmos uma segunda onda de contaminação”, ressalta.
Ele enfatiza que esta é uma grande iniciativa para a retomada dos serviços hospitalares que ficaram represados durante a pandemia. “Nosso objetivo é que o sistema de saúde de Caucaia retome na íntegra todas as ações e serviços na sua plenitude a partir de agosto”, finaliza Moacir. 
Diversas especialidades podem ser contempladas como traumatologia, ginecologia, oftalmologia e cirurgias gerais, em procedimentos de hérnia, vesícula, vasectomia, histerectomia, laqueadura, oforectomia e colpoperinioplastia.
Assessoria de Comunicação
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Espingarda é apreendida pela PMCE em Caucaia-CE

A Polícia Militar do Ceará (PMCE), por meio de duas composições da Força Tática do 12º Batalhão Policial Militar, apreenderam, na noite de ontem, 21, por volta das 20h 30 min, uma espingarda calibre .20 em Caucaia-CE.
A apreensão aconteceu em decorrência de um assalto na Fazenda Boa Sorte. Quando as viaturas da PMCE chegaram, foram recebidas à bala pelos suspeitos. Os policiais militares, então, revidaram os disparos de arma de fogo. Durante o confronto, os suspeitos se evadiram adentrando um matagal e deixaram para trás o armamento apreendido. Não houve presos e diligências foram efetuadas a fim de capturar os envolvidos. A arma foi apresentada junto com os fatos na Delegacia Metropolitana de Caucaia (DMC), onde o procedimento foi instaurado.
Denúncia
Você pode contribuir com o trabalho da PMCE. Informe, por meio do telefone 190, a identificação e/ou localização dos suspeitos. O sigilo e anonimato são garantidos.

Assessoria de Comunicação da PMCE

Prefeitura segue com entrega dos kits alimentação para escolas da Jurema

A Prefeitura de Caucaia continua nesta semana a entregar o terceiro lote do kit alimentação para as escolas da rede municipal de ensino localizadas na região da Jurema. São mais de 20 escolas, totalizando cerca de 9 mil kits. 
Os kits serão entregues para os alunos como forma de auxílio durante o cumprimento do isolamento social e do calendário escolar de forma remota, ocasionado pela pandemia do novo coronavírus. 
"São mais 55 mil kits que estamos entregando neste terceiro lote, garantindo apoio na alimentação dos nossos alunos que estão assistindo aulas de casa”, comentou o prefeito Naumi Amorim. Outros 110 mil kits alimentação adquiridos com recursos próprios da Prefeitura já foram entregues no mês de abril e junho. 
Segundo a secretária de Educação, professora Camila Bezerra, os pais ou responsáveis dos alunos só devem ir às escolas quando os diretores informarem quando os kits já estiverem disponíveis no local. “Entendemos que muitas pessoas ficam ansiosas neste momento, mas é importante manter a calma e não ir até a escola sem necessidade, pois estamos enfrentando uma pandemia e devemos cumprir o isolamento social”, finaliza.
As escolas da região da BR-020 e da BR-222 já receberam os kits e começaram a entrega para os alunos. Após concluir as entregas na Jurema, as escolas do Garrote começarão a receber os kits. A logística da entrega dos kits para as 187 escolas municipais é feita em parceria entre a Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia (SME) e a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SDS).
Assessoria de Comunicação
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Câmara aprova PEC do novo Fundeb em 2º turno; texto segue para o Senado

Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta terça-feira (21), em segundo turno, a PEC 15/15, que torna permanente o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e aumenta a complementação do Governo Federal.
O texto-base da proposta foi aprovado em segundo turno por 492 votos a 6, além de 1 abstenção. No primeiro turno, a matéria recebeu 499 votos a favor e 7 contrários. Os deputados ainda precisam votar um destaque para concluir a votação da PEC, que seguirá para análise do Senado.
Ao fim da apreciação do destaque, a matéria segue para ser votada no Senado, onde precisa também ser votada em dois turnos e aprovada pela maioria dos senadores.
A matéria aprovada estabelece que a complementação da União no fundo deve aumentar escalonadamente dos atuais 10% para 23% até 2026A mudança foi apresentada no relatório da professora Dorinha (DEM-TO). O Fundeb é composto por impostos de estados e municípios e uma complementação do Governo Federal.
A PEC também determina que, pelo menos, 70% dos recursos do Fundo repassados aos entes sejam gastos com salários de profissionais da Educação e 15% em investimento na área. A vigência do modelo atual do Fundeb termina em dezembro deste ano.
A participação da União no Fundeb crescerá assim:
  • 12% em 2021;
  • 15% em 2022;
  • 17% em 2023;
  • 19% em 2024;
  • 21% em 2025;
  • 23% em 2026;
Distribuição
Os valores colocados pelo Governo Federal continuarão a ser distribuídos para os entes federativos que não alcançarem o valor anual mínimo aplicado por aluno na educação, como já era feito. Da mesma forma, o fundo continuará recebendo o equivalente a 20% dos impostos municipais e estaduais e das transferências constitucionais de parte dos tributos federais.
Em 2019, o Fundeb distribuiu R$ 156,3 bilhões para a rede pública, dos quais cerca de R$ 16 bilhões eram provenientes da União e o restante de impostos arrecadados por estados e municípios. Atualmente, o fundo garante dois terços dos recursos que os municípios investem em educação. Os repasses da União, que representam 10% do fundo, não entram no teto de gastos (Emenda Constitucional 95/16).
Desigualdades regionais
Dos 23% da União de complementação no Fundo, 10% continuará a ser distribuído para os entes federativos que não alcançarem o valor anual mínimo aplicado por aluno na educação, os outros 10,5 pontos percentuais deverão complementar cada rede de ensino municipal, distrital ou estadual sempre que o valor anual total por aluno (VAAT) não atingir o mínimo definido nacionalmente. A intenção é diminuir desigualdades regionais no recebimento do apoio.
Após acordo com o governo, pelo menos metade do dinheiro deverá ser destinado à educação básica ‒ se for o caso, inclusive para escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas. Segundo a relatora, a medida terá grande impacto, já que a educação infantil concentra a maior demanda não atendida pela rede pública no País.
Além do montante colocado por estados e municípios no Fundeb, o cálculo do VAAT deverá levar em conta os outros recursos direcionados à educação, as cotas estaduais e municipais de arrecadação do salário-educação e o complemento da União segundo os critérios atuais (valor anual por aluno).
Os outros 2,5 pontos percentuais que a União deverá colocar a no Fundeb serão distribuídos às redes públicas que cumprirem requisitos de melhoria na gestão previstos em lei e atingirem indicadores de aprendizagem com redução das desigualdades, nos termos do sistema nacional de avaliação da educação básica.
Os entes federativos deverão usar os recursos do Fundeb exclusivamente em sua atuação prioritária definida na Constituição: os municípios cuidam da educação infantil e do ensino fundamental; e os estados, do ensino fundamental e médio. Assim, o dinheiro não poderá ser aplicado, por exemplo, em universidades.
Para cumprirem o montante mínimo de 25% dos impostos investidos anualmente em educação, também conforme a Constituição, estados e municípios poderão contar somente com 30% do total repassado pela União. Nenhum ente federativo poderá reter os repasses vinculados ao Fundeb, sob pena de crime de responsabilidade.
Em relação aos tributos de estados e municípios que compõem as fontes do Fundeb, foi aprovado destaque, apresentado por nove partidos, que alterou o parecer da deputada Professora Dorinha. Assim, continuam de fora os recursos oriundos da compensação da União pela desoneração das exportações prevista na Lei Kandir (Lei Complementar 87/96).
Regulamentação
A lei que regulamentará o novo Fundeb deverá levar em conta as metas do plano nacional de educação; o valor anual por aluno investido em cada etapa e modalidade; a transparência e o controle social dos fundos; e o conteúdo e a periodicidade da avaliação dos indicadores de qualidade.
Esse regulamento definirá ponderações relativas ao nível socioeconômico dos estudantes e à disponibilidade de recursos vinculados à educação e o potencial de arrecadação de cada ente federativo.
Quanto ao padrão mínimo de qualidade do ensino, a referência será o custo aluno qualidade, constante no Plano Nacional de Educação (Lei 13.005/14), com o objetivo de encontrar o financiamento necessário por estudante para a melhoria da qualidade da educação no Brasil.
Dados centralizados
O substitutivo da deputada Professora Dorinha determina a centralização dos dados contábeis, orçamentários e fiscais da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. O objetivo é garantir a rastreabilidade e a comparação dos dados para divulgá-los ao público.
No caso de uma reforma tributária, o texto prevê que deve ser garantida, em cada exercício financeiro, a aplicação dos montantes mínimos em educação por estados, municípios e União equivalentes à média aritmética dos últimos três anos, independentemente da extinção ou substituição de tributos.
Uma lei deverá regulamentar a fiscalização, a avaliação e o controle das despesas com educação nas esferas estadual, distrital e municipal.
A partir da publicação da futura emenda constitucional, os estados terão dois anos para vincular parte dos repasses do ICMS para os municípios a indicadores de melhoria nos resultados de aprendizagem e de aumento da equidade.
Atualmente, os estados repassam parte do ICMS arrecadado (25%) às cidades. A PEC diminui o total repassado proporcionalmente às operações realizadas no território de cada município e aumenta o mesmo tanto no repasse que nova lei estadual deverá vincular às melhorias na educação.
Princípios
No artigo da Constituição que define os princípios do ensino, a PEC inclui a garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida.​
dn

Proposta de reforma tributária do Governo pode aumentar carga tributária durante a crise

Apresentada como sugestão de simplificação do sistema tributário brasileiro, a proposta de reforma entregue pelo Governo Federal ao Congresso ontem (21) não altera o perfil dos impostos no País e ainda pode gerar um impacto consideravelmente negativo ao setor de serviços, com um possível aumento da carga tributária. A análise é do advogado tributarista e diretor do Instituto Cearense de Estudos Tributários (ICET) Schubert Machado.
O modelo apresentado pelo Ministério da Economia trata da unificação do PIS (Programa de Integração Social) à Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), passando a aplicar uma alíquota única de 12%. A proposta ainda traz uma taxa menor para entidades financeiras, incluindo bancos, planos de saúde e seguradoras (com 5,9%), e a garantia de benefícios para zonas de livre comércio.
Além disso, os itens da cesta básica continuam isentos. Para esse último ponto, contudo, pode haver mudanças a partir de novas sugestões do Governo Federal, que busca integrar o benefício ao um novo programa de distribuição de renda.
Segundo Guedes, a proposta do governo é complementar às da Câmara e do Senado, ambas já em discussão no Congresso. Dessa forma, o governo apenas abordou uma simplificação de tributos federais. "Trazemos o IVA, o Imposto sobre Valor Adicionado dual, mas nunca porque quisemos ter só o imposto federal, mas para complementar a reforma da Câmara, que já era a do IVA a nível de estados e municípios", disse o ministro.
"Em sinal de respeito, nós oferecemos uma proposta técnica do IVA, mas com apoio total ao que está estipulado na PEC 45, que busca o acoplamento desses impostos", acrescentou Guedes. Ele apontou que o governo ainda mandará propostas em relação a outros tributos, entre eles imposto de renda, dividendos e IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), que poderão ser acrescentadas aos textos já em discussão.
Pela proposta encaminhada, a CBS vai incidir apenas sobre a receita bruta do faturamento empresarial, e não pelo cálculo da receita total, como ocorre atualmente com o PIS e a Cofins. A ideia é dar mais segurança jurídica à cobrança de impostos, que atualmente gera disputas judiciais que representam 51% do Produto Interno Bruto (PIB).

Regressivo

De acordo com Machado, a sugestão apresentada por Guedes, inicialmente, não altera o perfil regressivo do sistema tributário brasileiro, isto é, em que mais pobres são mais taxados que mais ricos. Durante a crise do novo coronavírus, o advogado ponderou que mudar esse perfil seria uma ótima solução para aumentar a arrecadação do Governo.
Além disso, o tributarista comentou que a unificação de PIS e Cofins não traz muitas novidades, já que os impostos já têm uma legislação semelhante e são cobrados juntos. Outro ponto preocupante apontado por ele é que o modelo poderá levar ao fechamento de muitas empresas do setor de serviços. Com a mudança, negócios passariam de alíquotas entre 4% e 9% para um valor único de 12%.
Para contornar o impacto, os empresários teriam apenas duas opções: repassar o preço ao consumidor final ou absorver o custo do tributo e redobrar esforços de trabalho. Contudo, como o setor foi um dos mais impactados pela crise, ele afirma que muitas empresas podem não sentir que há espaço para aumentar preços. Com a redução da atividade econômica, o número de clientes diminuiu e a elevação de preços pode não ser uma estratégia favorável.
"Você ouve que os empresários passam tudo para o preço, mas vivemos uma pandemia e quem define preço é o mercado. E os prestadores são os mais afetados pela crise. Se a carga tributária é maior e eu estou sem gente, como eu vou conseguir passar essa carga tributária para o preço? Isso vai implicar um esforço muito maior desses empresários, que poderão até fechar", disse.
Segundo o secretário da Receita Federal, José Tostes Neto, a reforma tributária tem como princípio a manter o atual patamar de arrecadação do governo federal com impostos sobre o consumo. "Independentemente das várias alterações e propostas que serão implementadas, manter no global o mesmo nível carga tributária atual", disse o secretário especial da Receita.
Machado também ponderou o sistema de créditos gerados na cadeia produtiva para diminuir o impacto do novo modelo nas empresas. Como os créditos dependem da aprovação do Governo, a União poderia aumentar a carga tributária simplesmente ao negar parte desses créditos. A decisão poderia gerar impactos negativos em todo o mercado.
"Na teoria, é maravilhoso, na prática, é complicado. Mas o fator cumulativo dos impostos dá margem para o Estado aumentar a carga tributária, pois o ele pode negar os créditos e aí não tem jeito. O governo pode usar expedientes como esses para aumentar as cargas tributárias. Não é algo bom para um país como o Brasil. Era melhor que fosse cumulativo, mas com uma alíquota menor", explicou.

Proposta fatiada

Esta será a primeira de quatro etapas da reforma tributária preparada pelo governo, afirmou Tostes. Na avaliação do conselheiro federal de Economia e PhD em Desenvolvimento Regional, Lauro Chaves Neto, não se pode discutir uma proposta fatiada e é preciso conhecer todo o projeto para ter mais clareza nas observações. "Me causa estranheza depois de tanto tempo de debate, o Governo não entregar um projeto completo. Não se pode discutir isso de forma fatiada porque prejudica a qualidade do debate. Você precisa ter o conjunto completo da reforma para avaliar cada ponto".
Neto defende uma proposta que reduza o imposto sobre o consumo e aumento o taxação sobre a renda, patrimônio, dividendos e heranças. "Porque na hora que você faz isso, você está impondo uma maior justiça tributária. O princípio de quem tem mais, paga mais. Hoje no Brasil, a carga tributária maior é sobre o consumo".
O conselheiro criticou a falta de informação sobre como será tratada a questão do desenvolvimento regional. "O ICMS é o maior gargalo que temos no Brasil porque são 27 legislações diferentes. Dentro da reforma temos que debater a questão das desigualdades regionais. Ter essa proposta (a que foi apresentada ontem) é um avanço, mas é algo extremamente limitante".
Para a economista Tânia Bacelar, o Congresso Nacional é quem deve assumir a reforma tributária. "A minha visão é que o Congresso vai tomar a iniciativa da reforma. Já tem dois projetos avançados. Isso (proposta apresentada ontem) é uma pequena modificação do imposto federal. Quem vai sofrer é o setor de serviços, mas dentro dele eu não sei quais seriam mais prejudicados. É uma simplificação, aumenta a alíquota e onera os serviços. Diante da complexidade do que é o problema, isso é decepcionante".

Setores

Para o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE), Maurício Filizola, um dos pontos positivos dessa proposta é a simplificação dos tributos. Ele disse ainda que é preciso ouvir os setores antes de debater os impactos que a reforma terá em cada segmento.
"O que nós estamos cobrando dos governos é que quando se trata de assuntos de tributação, é necessário ouvir os setores. Eu acho que não houve diálogo mais aberto em relação a isso. Quando há amplitude de uma reforma, alguns setores podem sair ais vitoriosos que outros, mas é importante abrir essa discussão".
Filizola afirmou que vai se reunir com o setor produtivo para debater as propostas. "Esperamos esses dias fazermos isso e apresentarmos propostas. É necessário ouvir mesmo no momento da negociação o lado representativo. Eu não posso dizer mais detalhes porque não houve uma ampliação do diálogo".
Para o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Ceará (FCDL-CE), Freitas Cordeiro, a forma como o Governo Federal está apresentando a proposta é incorreta.
"O Governo está picotando a proposta. A gente não consegue saber o propósito. Isso deixa a gente preocupado, porque essa reforma não vem com o propósito de diminuir a carga tributária. A gente precisa de uma reforma que simplifique e expanda a base de contribuição e não aumente a carga em cima de quem já contribui. O Brasil está precisando aumentar a base de arrecadação", defendeu.
dn

Caucaia vai investir mais de R$ 2,3 milhões em cultura

A Prefeitura de Caucaia, por meio da Secretaria Municipal de Turismo e Cultura, vai investir mais de R$ 2 milhões em ações de fomento à cultura no município. Os recursos são oriundos do Governo Federal, por meio da Lei Aldir Blanc, de 29 de junho de 2020, e destinados para o pagamento de três parcelas de auxílio emergencial, no valor de R$ 600, a trabalhadores informais da cultura que não tenham recebido o auxílio geral.
O recurso também será utilizado para conceder subsídios e financiar a manutenção de empresas e de espaços artísticos e culturais impactados pela pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19), além de incentivar a produção cultural local com a realização de cursos, editais para eventos e pagamento de prêmios.
Para receber o auxílio emergencial o artista deve se cadastrar no Mapa Cultural do Estado do Ceará por meio deste link. Entre eles, estão contadores de histórias, produtores, técnicos, curadores, oficineiros e professores de escolas de arte e capoeira. “Este é um pré-requisito para receber o auxílio. Os espaços culturais também devem se cadastrar para serem comtemplados com o subsídio para manutenção dos seus espaços”, comenta o titular da pasta da cultura de Caucaia, Paulo Guerra.
Sobre o incentivo a produção cultural, ele conta que um comitê gestor com a participação do poder público e da sociedade civil está sendo criado para discutir as prioridades do investimento. “Estamos em processo de sensibilização para a formação de um comitê onde tenha a representatividade da sociedade e do poder público e que venha a atender os interesses de todos os seguimentos culturais de Caucaia, incluindo indígenas e quilombolas”, exemplifica. 
Para mais esclarecimentos sobre o processo de cadastro junto ao Mapa Cultural, a Secretaria disponibilizou diversos canais de comunicação. “Caucaia se antecipou e buscou parceria com a Secretaria de Cultura do Estado para compor o leque de municípios no sistema do Mapa Cultural Estadual. Fomos aprovados e hoje compomos a rede com 24 municípios, para que nossos artistas se cadastrem e tenham acesso ao benefício”, comenta o assessor técnico da secretaria de Cultura de Caucaia, Eugênio Oliveira.
SERVIÇO
Dúvidas sobre cadastro de artistas junto ao Mapa Cultural do Estado do Ceará
Telefones: (88) 99785-6847 / 3342-5720
E-mail: fco.eugeniocosta@gmail.com
Cadastro no Mapa Cultural do Estado do Ceará: https://mapacultural.secult.ce.gov.br/
 
Assessoria de Comunicação
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terça-feira, 21 de julho de 2020

Cadeados de celas e de ala em que presos fugiram estavam abertos; confira lista dos fugitivos

Os 17 presos que fugiram do Instituto Penal Professor Olavo Oliveira (IPPOO II), em Itaitinga, na madrugada desta terça-feira (21), passaram por três portões que estavam com os cadeados abertos, conforme apurou a reportagem.
Os cadeados de duas celas e da ala seriam de difícil acesso, o que levanta a suspeita de ajuda externa. Depois, os detentos utilizaram uma "tereza" (corda feita com lençóis) para escalar o muro do presídio.
Questionada sobre os cadeados, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou que "para não prejudicar o trabalho da investigação, prefere não detalhar as cenas e elementos do local da fuga".
Em nota, a SAP confirmou a fuga dos 17 internos e afirmou que "suas equipes estão em campo, junto a outras forças de segurança pública, no trabalho de recaptura dos apenados. Por fim, a pasta esclarece que o efetivo funcional do plantão desta madrugada encontra-se na Delegacia de Assuntos Internos para os devidos esclarecimentos".
dn