Cardápios saudáveis, atendimentos psicológico e nutricional, exames de check-up e prevenção de doenças, ginástica laboral e rodas de conversa são algumas das estratégias que compõem o Programa de Qualidade de Vida do Hospital Regional Norte (HRN), vinculado à Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) e administrado pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH). A iniciativa tem como principal objetivo cuidar da saúde integral do colaborador.
Segundo o coordenador do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) do HRN, Jerione Soares, o programa foi elaborado por uma equipe multiprofissional que pensou estratégias para englobar o colaborador em sua totalidade.
O plano conta com algumas ações permanentes e outras volantes. De forma permanente, foram definidas estratégias para traçar o perfil epidemiológico dos colaboradores e prevenir o adoecimento. A equipe de médicos do trabalho do HRN definiu como grupo de risco prioritário os profissionais acima de 35 anos e os que têm Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 30, o que caracteriza a obesidade grau um. Para estes, está sendo disponibilizado um conjunto de exames para diagnosticar precocemente doenças como diabetes e colesterol alto.
“Esses exames foram pensados com o objetivo de diagnosticar de forma precoce doenças mais prevalentes, como diabetes e dislipidemia, que aumentam o risco de doenças cardiovasculares. Além disso, fazemos exames como dosagem hormonal de hormônios da tireóide e PSA [Antígeno Prostático Específico] na tentativa de rastrear precocemente o câncer de próstata”, afirma o coordenador do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional do HRN, Sérgio Ricardo Lima.
Segundo o médico, os dados serão utilizados para acompanhar de forma mais fidedigna a saúde dos colaboradores. “Embora não haja risco ocupacional nas atividades, esses exames são qualificados como exames de qualidade de vida”, diz. Entre os exames estão hemograma completo, glicemia, colesterol total e frações, triglicerídeos, TGO e TGP, TSH e T4 livres, além de PSA para homens a partir de 45 anos de idade. O check up é solicitado junto ao exame periódico do colaborador anualmente para quem tem a partir de 45 anos e bianual para os que têm até 45 anos.
A auxiliar administrativo do HRN Cristina Oliveira fez o check-up e descobriu um quadro de hipertensão e de colesterol elevado. “É muito importante esse acompanhamento, além do exame periódico que já fazíamos. Preciso começar a cuidar melhor da minha alimentação, da saúde, procurar outros especialistas”, reconhece.
Em parceria com universidades, o HRN também promove atendimento nutricional para os colaboradores com algum grau de obesidade e ginástica laboral. Os cardápios do refeitório são pensados para oferecer saladas cruas e cozidas, alimentos funcionais, como arroz integral, além de frutas e preparações cozidas e grelhadas.
Apoio psicológico
Outra estratégia pensada dentro do Programa de Qualidade de Vida foi o apoio psicológico permanente a todos os colaboradores que buscarem o serviço. Há, ainda, uma oferta de acolhimento psicológico aos colaboradores enlutados. “A iniciativa surgiu da necessidade de focar no colaborador como prioridade, cuidando de sua saúde física e mental”, pontua a coordenadora da Psicologia do HRN, Raiza Ribeiro. Para o agendamento, é necessário procurar o SESMT.
Com o objetivo de ouvir e valorizar o colaborador, o HRN também está promovendo rodas de conversa. Os encontros são realizados por setor, obedecendo as recomendações preventivas do Ministério da Saúde (MS) e da Sesa sobre o coronavírus. Os momentos são importantes para que os colaboradores possam partilhar relatos de desafios e alegrias neste tempo de pandemia. A mediação dos encontros é realizada pela psicóloga Raiza Ribeiro. “As rodas de conversa são momentos de escuta e acolhimento dos colaboradores nos desafios que estão vivenciando”, argumenta a profissional.
A técnica de enfermagem da Emergência, Cristiane Parente, disse ter aprovado a iniciativa. “São muito valorosos e proveitosos esses momentos porque mostra uma preocupação conosco, com o profissional da Saúde. Eu me sinto sendo ouvida”.