A Justiça recebeu nessa quarta-feira (20/04) denúncia do Ministério
Público do Estado do Ceará (MPCE) contra um italiano e dois brasileiros
envolvidos no homicídio de um turista albanês, em Caucaia. O fato
aconteceu na noite de 18 de fevereiro de 2019, no bairro Tabuba, e a
denúncia foi oferecida na última terça-feira (19/04) pelo promotor de
Justiça Jairo Pequeno Neto. O albanês era empregado do italiano em
empresa sediada na Itália, porém viajou para o Brasil a pedido do
denunciado para fazer companhia a ele.
A investigação apontou que o albanês A. G. foi assassinado pelo
denunciado R. L. L. e por outra pessoa não identificada, a mando da
brasileira S. H. S. R. e do italiano G. B. Conforme a denúncia, o
estrangeiro queria a morte do albanês por interesses financeiros, já que
a vítima estava desenvolvendo um projeto grande dentro da empresa do
italiano e, com a ascensão dele, o empresário temia que o empregado
pudesse atrapalhar os negócios. Já a brasileira S. H. S. R. acreditava
que o albanês era um obstáculo no relacionamento dela com o italiano,
pois ele, às vezes, orientava o estrangeiro a se afastar dela.
Assim, segundo a denúncia, o albanês A. G. e o italiano G. B. estavam
voltando de um restaurante em Fortaleza em direção à casa do italiano
no Cumbuco, em Caucaia, quando foram abordados por dois indivíduos em
uma motocicleta, os quais interceptaram o carro, retiraram o albanês do
veículo e o executaram com três disparos de arma de fogo, dois na cabeça
e um no ombro. Nada foi levado na ocorrência, o que descartaria
latrocínio, e a situação retirou da vítima qualquer chance de fugir ou
se defender.
A investigação revelou, ainda, que o carro conduzido pelo italiano
estava parado, de forma alinhada, com as portas fechadas, próximo ao
meio-fio, e nenhuma freada foi ouvida no momento da interceptação dos
assassinos. Depreende-se, portanto, que o italiano estacionou o veículo à
espera dos criminosos. De acordo com a apuração, a vítima não tinha
inimigos na Itália, muito menos no Brasil, vez que fazia apenas quatro
dias que estava em Caucaia e em nenhum momento se envolveu em situação
que pudesse criar desafetos. Testemunhas também afirmaram não ser comum a
ocorrência de roubos à noite no bairro.
“Depreende-se que aquele jantar foi mero pretexto para tirar o
albanês de casa e assim fazer surgir a oportunidade de assassiná-lo na
rua, em um lugar pouco movimentado, tentando transparecer que a morte
foi um eventual assalto mal sucedido. O denunciado atraiu a vítima para
Caucaia, acreditando na falácia da impunidade da Justiça brasileira, vez
que não conseguiu executá-lo em território italiano, temendo a
rigorosidade das leis de sua terra”, detalha o promotor de Justiça Jairo
Pequeno Neto.
mpce