domingo, 1 de junho de 2014

Motoristas decidem parar na quarta


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Motoristas, cobradores e fiscais de ônibus saíram em passeata, ontem, pelas ruas do Benfica e do Centro. O trânsito ficou engarrafado
FOTO: ÉRIKA FONSECA
Motoristas, cobradores e fiscais de ônibus de Fortaleza estão em estado de greve e podem realizar paralisações a qualquer momento no sistema de transporte coletivo da Capital. Para a próxima quarta-feira (4), está definida uma paralisação geral da categoria, que aguardará, de braços cruzados, a negociação prevista para o mesmo dia, no Ministério do Trabalho, entre representantes dos rodoviários e de empresários de ônibus.
Os novos rumos da campanha salarial de 2014 dos trabalhadores em empresas de transporte coletivo de Fortaleza foram definidos neste sábado em assembleias da categoria realizadas pela manhã e à tarde. A primeira reunião, por volta das 10h, aconteceu em plena Avenida Tristão Gonçalves, na esquina com a Avenida Domingos Olímpio, com a participação de cerca de 300 trabalhadores. O trânsito na área ficou engarrafado, mas não foram registrados atritos.
Por unanimidade, os rodoviários de Fortaleza decidiram deflagrar o estado de greve, com a realização de paralisações dos ônibus sem aviso prévio, além de mobilizações e protestos nos terminais sem hora marcada. Foi acertado, ainda, que qualquer tipo de agressão física a algum integrante da categoria durante sua jornada de trabalho resultará na imediata paralisação dos coletivos da Capital por tempo indeterminado, independentemente da realização de uma assembleia geral.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Ceará (Sintro-CE), Domingos Neto, após cinco rodadas de negociação salarial, os representantes da entidade patronal não apresentaram propostas que pudessem satisfazer motoristas, cobradores e fiscais de ônibus.
Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial de 18%, cesta básica no valor de R$ 120,00, vale-alimentação de R$ 12,00, jornada de trabalho de sete horas, com intervalos de 30 minutos, fim da dupla função motorista-cobrador e mais segurança no ambiente de trabalho. "Até agora, o que os patrões ofereceram foi o índice de 5,81% de reajuste salarial", disse Domingos Neto.
O dirigente sindical informou, ainda, que novos encaminhamentos sobre a campanha salarial da categoria somente serão definidos após a reunião de quarta-feira com o patronato.
A mobilização dos rodoviários coincidirá com o Dia Estadual de Lutas no Ceará, quando estão previstas paralisações de diversas categorias de trabalhadores, como operários da construção civil, vigilantes, servidores públicos e outras. Após a assembleia da manhã de ontem em via pública, os rodoviários saíram em passeata até o cruzamento das Avenidas Carapinima e 13 de Maio. A manifestação foi ordeira, sem incidentes.
De acordo com o Sindiônibus, a greve é um direito da categoria, mas a paralisação do sistema de transporte coletivo, caso ocorra, deve ser feita de forma legal.
A assessoria de comunicação informou que o sindicato repudia a decisão dos trabalhadores, uma vez que não pode haver paralisação sem a autorização da Justiça e sem que a categoria dê o aviso com, pelo menos, 72 horas de antecedência.
Na manhã deste sábado, os terminais da Parangaba, Lagoa e do Siqueira funcionaram normalmente. Já no Terminal do Conjunto Ceará, o efetivo de ônibus diminuiu consideravelmente.
Assalto
A tentativa de assalto a ônibus que resultou na morte do motorista Erivaldo Marinho, além de ter ferido o cobrador Francisco Valderir Carneiro, motivou a paralisação dos terminais da Capital na última quinta-feira. Um adolescente foi apreendido.
dn

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