Uma associação comunitária localizada no bairro Parque Soledade, em Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), deseja levar o debate sobre inclusão social para crianças em situação de vulnerabilidade. Por isso, além das guloseimas e distribuição de brinquedos, o Lions Clube Caucaia colocou na programação deste ano para o dia das crianças, um espaço para discutir o respeito às diferenças. O evento acontece neste sábado (10), na sede do clube, e deve receber até 50 pequenos.
Durante a comemoração cópias do livro Flor de Sete Pétalas, de autoria da assistente social Eliane Maia, serão distribuídas para o público. O livro conta a história de uma flor que, ao crescer, percebe ser diferente das outras plantinhas do jardim onde vive. “Ela não entendia o motivo das outras flores estarem com oito pétalas se ela tinha sete. É uma história sobre aceitar as diferenças e se aceitar, também”, conta a autora.
A discussão também fica por conta da escritora, que fará a leitura da história junto aos pequenos. O caminho da Flor de Sete Pétalas até a aceitação servirá como base para as discussões na festinha, explica Eliane. “A Flor de sete pétalas se tornou uma personagem que, por conta da história, traduz essa mensagem de igualdade e respeito às potencialidades. Alcança todas as idades. Nós temos uma linguagem bem acessível. Após a contação, farei um pequeno comentário para que todo mundo consiga perceber a mensagem do livro”, complementa Eliane.
Delicadeza
Atual presidente do Lions Clube Caucaia, a contadora Suely Braga, 60, explica que o tema deste ano foi adotado por todas as unidades Lions do mundo. O objetivo é refletir sobre o assunto neste dias de isolamento social. “Todas as unidades estão adotando essa temática maior, de inclusão, pela delicadeza do momento que estamos passando”, indica. Com 103 anos de atuação, o Lions é uma rede internacional de voluntários. No Ceará, são 55 centros da associação.
Para o encontro do sábado, a ideia é abordar o assunto de forma didática, explica Suely. Daí teria partido a escolha para apresentação do tema. “Nós recebemos pessoas carentes nos mais diversos perfis. É preciso que esse assunto seja discutido de maneira adequada, em uma linguagem acessível para que todo mundo possa participar”, aponta a presidente.
A festinha não é aberta ao público, sendo exclusiva para famílias inscritas anteriormente, já assistidas pela associação. “Tradicionalmente fazemos um sopão solidário na nossa sede. Colocamos durante a distribuição da sopa, uma lista de inscrição apenas para as famílias que foram para esses eventos”, complementa a contadora.
Cuidados
Os festejos para os pequenos, aponta Suely, já viraram tradição na comunidade. “É muito esperado e nós fazemos tudo muito bem feito”, ressalta a presidente. Por trás dos cuidados, está o carinho por quem costuma recorrer à associação. “Conhecemos todo mundo, acompanhamos o crescimento de alguns. Tem criança que a gente conheceu de braço e agora já tá grandinha”, diz.
Por conta das recomendações de prevenção ao novo coronavírus, a comemoração de 2020 precisou ser “fragmentada” em três dias. “Para que a gente atendesse o mesmo número de crianças”, garante Suely.
A primeira comemorações acontece na tarde desta sexta (9), às 16h, na Casa do Menino Jesus. Por lá, são esperados até 60 meninos e meninas. O encerramento está previsto para a segunda-feira (12), quando mais 50 crianças serão acolhidas em uma comunidade no bairro Capuan, em Caucaia.
O evento do sábado, único com contação de histórias, acontece no segundo dia de comemoração e deve receber 50 pequenos. “Pensamos assim para que a gente conseguisse manter nosso número dos anos anteriores. Geralmente, atendemos 150 crianças na nossa sede nessas festinhas”, explica.
Manter a saúde dos convidados está entre as prioridades do projeto: totens de álcool em gel serão espalhados nos espaços. “E só poderá entrar quem estiver com máscara”, adiciona a presidente.
dn