A
Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) incentiva o protagonismo feminino,
seja na indústria ou no empreendedorismo nas comunidades próximas à
usina. Em homenagem ao Mês da Mulher, compartilhamos histórias
diferentes, fortes e inspiradoras
Na época de faculdade, a cearense Sofia da Costa Barreto,
28 anos, gostava de observar as pessoas que embarcavam na rota de
ônibus da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) rumo à empresa. Agora,
formada engenheira eletricista, ela relembra com carinho quando a vida
profissional de hoje ainda era um sonho, aparentemente, distante. Ela
conquistou o que desejava, trabalha na siderúrgica há dois anos. Na CSP,
é crescente a força feminina. As mulheres já representam 12,3% da mão de obra da usina, que se mantém acima de média da siderurgia nacional, que é de 8%, conforme dados do Instituto Aço Brasil.
“Eu
via o pessoal usando aquela farda e alimentava meu sonho de trabalhar
em uma grande indústria. Eu fiz acontecer me capacitando para a vaga.
Entrei como trainee em 2018 e depois fui efetivada. Trabalhar na siderurgia representa pra mim o poder que nós mulheres temos de chegar aonde a gente quer. Eu me sinto privilegiada por representar a força feminina nesse ambiente de siderurgia”, relata a analista de Manutenção Elétrica, que atua no Alto-Forno da CSP.
Sofia
acompanha indicadores, rotinas de manutenção e cumprimento dos
planejamentos, atuando também nas paradas programadas para manutenção.
“Cada dia que passa é um conhecimento novo e isso é muito engrandecedor.
É uma das coisas que mais me empolga de estar aqui. Tudo o que eu já
tinha visto na faculdade, eu vejo na prática”, compartilha. Para quem
também busca oportunidades na indústria, ela incentiva: “Se isso é um
sonho pra você, prepare-se e dedique-se, porque não há lugar hoje em que
as mulheres não possam chegar”.
Ela produz aço há 42 anos
A Analia Christina Pereira Caires,
64 anos, é um sólido exemplo disso. Desde 1979, ela trabalha na
indústria siderúrgica. Paulista e formada em Química, Analia conta que
se sente realizada na profissão que abraçou há 42 anos e teve a
satisfação de acompanhar, de perto, as transformações no setor. A maior
delas é a crescente presença feminina.
Há
seis anos na CSP, a especialista de Laboratório leva o sorriso de canto
a canto para falar da profissão e da empresa. “Vi os tijolos sendo
colocados. Não só a construção física, mas também a construção da
cultura organizacional da CSP. Aqui, a participação feminina é muito
maior do que em outros estados brasileiros. E eu fico muito contente,
porque a gente sabe da dificuldade que uma mulher tem para estar no
mercado de trabalho, ser respeitada e valorizada. Vejo isso como um grande patamar que foi vencido, uma grande barreira. Admiro muito a mulher cearense”, destaca Anália.
De Aprendiz à Operadora de Alto-forno
A história da Maria Juliana é exemplo para quem está ingressando na siderurgia, ainda como aprendiz. Maria Juliana Martins da Silva, 21
anos, mora na sede de São Gonçalo do Amarante (SGA). Ela concluía o
Ensino Médio quando ouviu as notícias de que a CSP estava iniciando suas
operações. Ao longo do tempo, vendo os amigos começarem a trabalhar na
siderúrgica, foi aumentando o interesse em também fazer parte da
empresa. Ao completar 18 anos, ela se inscreveu no Programa Jovem Aprendiz CSP e foi selecionada.
Hoje,
ela é operadora de produção no Alto-Forno da CSP. Desempenha atividades
relacionadas ao sistema de limpeza e tratamento de gases. A tarefa
inclui a inspeção rigorosa de todos os equipamentos, antecipando
cenários. “Eu queria muito saber como era produzido o aço. A experiência
de estar na CSP é uma mistura de orgulho e desafios. Fico buscando,
cada vez mais, aprender e conhecer. A área onde estou é muito ampla,
então, a cada dia, tenho um novo aprendizado. É muito gratificante ver
que estou evoluindo cada vez mais”, conta a gonçalense Juliana Martins.
Ao chegar na siderurgia, Juliana
não sabia que desafios enfrentaria por trabalhar em uma área onde há
predominância de trabalhadores homens. A surpresa foi positiva: "não
vejo diferença. Todo mundo sabe o seu lugar. Isso me dá orgulho, ver que não é feita essa diferenciação”.
“Muita
gente de São Gonçalo entrou na CSP como aprendiz, e muitos já foram
efetivados há anos, desde quando a CSP começou a funcionar. E percebo
que tem crescido, cada vez mais, o número de pessoas da região que
entram na siderúrgica e conseguem o emprego. Para o meu futuro, pretendo
evoluir cada vez mais. Planejo fazer uma graduação em Engenharia
Metalúrgica, para me especializar na minha área de trabalho”, projeta
Maria Juliana.
Transformação e crescimento, mesmo com a pandemia
Essa liderança feminina, em conquistar seu espaço, também é percebida e incentivada pela CSP nas comunidades. O
Território Empreendedor, programa social realizado pela CSP, tem
participação expressiva de mulheres. Elas representam 77% dos
interessados em empreender
na região. Por meio do programa, em edições anteriores, elas receberam
capacitação técnica e consultoria para a elaboração do Plano de Negócios
empresarial.
A Fabiana Cipriano da Silva
é cabeleireira há nove anos. Mora em Caraúbas, distrito de São Gonçalo
do Amarante, é casada e mãe de quatro filhos. Ela possui um salão de
beleza ao lado de sua casa, onde se dedica diariamente às clientes. A
decisão de trabalhar de forma autônoma veio após participar do
Território Empreendedor.
“O
conhecimento transformou a minha vida. Eu perdi o medo de empreender.
Com os cursos, eu encontrei forças para ir em frente. Isso abre a nossa
mente. Aprendemos a ter uma boa administração, para que o negócio não
feche. Hoje, já tenho o resultado do meu crescimento”, relata a
gonçalense.
Para
ela, empreender foi a solução para conciliar os cuidados com a casa,
filhos, casamento e trabalho. “Hoje, posso ajudar financeiramente em
casa, posso construir os meus sonhos e incentivar outras mulheres. A
gente não é só dona de casa, a gente pode ser muito mais. É só buscar
aquela forcinha que você tem lá dentro do coração, batalhar e enfrentar.
Mulher não tem nada de sexo frágil não, viu”, compartilha Fabiana, com
orgulho das vitórias conquistadas.
Durante a pandemia, foi preciso fechar as portas e inovar. Quando
os atendimentos no salão foram interrompidos, em obediência aos
decretos do Governo do Estado, Fabiana decidiu vender produtos de beleza
e ampliou sua atuação nesse segmento. “Foi muito difícil porque, em
março de 2020, tivemos que fechar as portas, mas eu não desanimei. Veio
na minha cabeça o que me falaram no Território Empreendedor: em todos os
momentos, a gente tem que se reinventar. Quando temos um sonho, a gente
tem que buscar, lutar por ele todos os dias”, conta emocionada.
O
próximo passo é ampliar o salão de beleza para a oferta de outros
serviços no segmento. Para isso, ela planeja ser uma multiplicadora do
conhecimento que possui, treinando outras mulheres que queiram aprender a
realizar serviços na área e gerar a própria renda. “Quero ajudar essas
pessoas que não têm experiência, mas com muita vontade de ter uma
profissão, de se sentir útil e valorizada”, afirma.