segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Detento é encontrado morto dentro de CPPL de Caucaia

Um detento foi encontrado morto dentro da Casa de Privação Provisória de Liberdade Desembargador Francisco Adalberto de Oliveira Barros, em Caucaia (CPPL de Caucaia), na tarde deste domingo (22). Segundo a Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus), o interno foi encontrado morto com perfurações feitas por objeto cortante.

Ainda segundo a Sejus, o interno Carlos André dos Santos Pereira, de 34 anos, a vítima foi encontrada ao final do horário de visitas na rua B do pavilhão 2.

A Coordenadoria do Sistema Penal (Cosipe) ja tomou as medidas cabíveis para a abertura de inquérito que apontará a causa da morte e penalizará os responsáveis.

65% das vagas ociosas estão na Região Metropolitana

Segundo o Sine, entre as ocupações com maior número de vagas não preenchidas estão a de supervisor de produção, engenheiro civil, modelista, mestre de obras, pedreiro, secretária executiva, cozinheiro e eletricista
Quem afirma que o mercado de trabalho é concorrido e oferece poucas vagas de emprego pode ser que morda a língua neste início de ano. Isso porque o balanço realizado pelo Sistema Nacional de Emprego do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (Sine/IDT) indica que no Ceará, em 2011, do total de 89.000 vagas disponíveis no Estado, 49.000 não foram preenchidas.

A maioria das vagas que ficaram ociosas, 65%, era de empresas localizadas em Fortaleza e nos municípios da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). As ocupações com maior número de vagas não preenchidas foram de supervisor de produção, engenheiro civil, modelista, mestre de obras, pedreiro, secretária executiva, cozinheiro, eletricista, carpinteiro, operador de empilhadeira, soldador, operador de telemarketing, dentre outras.

Desde novembro de 2011, a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) já adiantava que o comportamento do ano seria esse: o nível de ocupação na RMF vem crescendo em ritmo mais lento do que no mesmo período de 2010.

Do total de vagas ocupadas em novembro do ano na RMF, 41% correspondiam a trabalhadores com carteira assinada. “Esse número de ocupados poderia ser um pouco maior se o pessoal fosse empregado”, explica Ediran Teixeira, coordenador técnico da PED do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/Ceará).

“Os resultados são satisfatórios para a realidade de crises que tivemos em 2011”, afirma Antenor Tenório, coordenador estadual de intermediação de profissões do Sine/IDT. Segundo ele, os principais motivos para o não preenchimento das vagas vão desde a falta e deficiência na qualificação profissional, além da falta de experiência e baixo nível de escolaridade, até as condições de trabalho apresentadas pelas empresas – que podem ser salários baixos ou poucos benefícios trabalhistas.

Antenor aponta que no ano passado houve retração no setor de indústria de transformação (têxtil, confecção e calçados) e que o fenômeno colaborou decisivamente para que as vagas tenham sobrado. “Se a indústria não vai bem, isso repercute nas vagas que oferecemos. Temos boa participação nesse setor”, explica. A meta do Sine/IDT para 2012 no Ceará é inserir 80.000 novos trabalhadores no mercado de trabalho. “Se o setor de indústria de transformação demonstrar reação, no entanto, a expectativa é que o número de vagas preenchidas supere a meta”, destacou.

O quê

ENTENDA A NOTÍCIA

Falta capacitação, experiência e nível de escolaridade aos que não conseguiram ocupar as vagas oferecidas no estado do Ceará. A solução é se capacitar e se qualificar por meio de cursos gratuitos ofertados pelo Governo Estadual.

Saiba mais

Como se cadastrar no SINE/IDT para receber as novidades sobre novas vagas de emprego?

Acesse www.maisemprego.mte.gov.br e preencha o formulário com seus dados. Para o cadastro ter validade, dirija-se a qualquer uma das 37 unidades do SINE/IDT distribuídas no território cearense portando os seguintes documentos: PIS, CPF, carteira de trabalho e certificados ou declarações de cursos de capacitação.

Número

467
atividades estão à disposição de quem quer se formalizar, desde pipoqueiro a soldador.

Torneio Salve o Campo do Potira.


Cadeia pública oferece tratamento pra dependentes químicos

A Cadeia Pública de Caucaia irá implantar ainda este mês, com o auxílio dos profissionais do CAPS-AD (Centro de Assistência Psicossocial de Dependentes de Álcool e Drogas) do Governo Municipal de Caucaia, um projeto de tratamento e recuperação para os detentos dependentes químicos. Trata-se de uma iniciativa inédita no Estado e com poucos exemplos espalhados pelo País.
  
Segundo o administrador da cadeia, Francisco Lino Mendes Coelho, muitos detentos já chegam à instituição com histórico de dependência e precisam de tratamento. “Eles chegam aqui muito dependentes e a ociosidade que vivenciam aqui é um agravante. Iniciamos o projeto com palestras informativas e já temos muitos interessados”, ressaltou o administrador. 
  
O que antes era feito sob o acompanhamento de instituições religiosas, através da cura espiritual, agora será feito sob o acompanhamento de especialistas do CAPS-AD, entre eles, assistente social, psicólogo, enfermeiros e médico psiquiatra. Haverá consultas individuais, aconselhamentos, abordagens motivacionais e medicação em momentos de crises de abstinência. Os medicamentos, receitados pelo médico psiquiatra, serão disponibilizados pelo CAPS-AD. “O mais importante é que os pacientes em tratamento terão um acompanhamento clínico progressivo, até a suspensão, redução do tratamento, ou cura total”, segundo Lino Coelho. 
A iniciativa da Cadeia Pública, que tem a parceria do Governo Municipal de Caucaia, conta ainda com o apoio do Conselho da Comunidade de Caucaia.

Soldado da vida

Quando saiu da casa, do calor da cama, o menino sabia apenas que se chamava José. Passou a ser, da porta para fora, o Já Morreu, o Zé Gobira, o Zé do Pioí. Do caminho de 15 quilômetros que fez, no início dos anos 1960, do distrito Baixio das Palmeiras para a sede do município, no Crato (a 504 quilômetros de Fortaleza), deixou para trás o quase nada que tinha. Levou apenas a roupa do corpo e a vontade de ter uma vida melhor. Mas tinha pouca consciência disso.

Queria mesmo era fugir das maldades da nova mulher do pai. No entanto, descobriu, da pior forma, que ao fim dos gracejos de criança, o menino não tinha mais a coberta de taipa da casa. E pedia guarita na igreja e no cemitério. Sem medo, porque era menino criado no “mei” do mato.

Os caminhos levaram José rumo à fome e às humilhações. Resolveu trilhar o mais difícil: foi engraxate, gari, limpador de carros. “Mais fácil era ter ido pro lado errado”, diz. Aos 18 anos, resolveu tirar um documento e se descobriu José Gonçalves da Silva.

Anos depois, cujo percurso você descobre na entrevista que segue, o José torna-se Tenente Silva e faz o caminho de volta. Do Crato para o Baixio das Palmeiras. Na volta, leva o coturno, a farda e o orgulho de ter se tornado o coordenador disciplinar do Colégio da Polícia Militar. “Não posso dizer que sou um vencedor. Ainda estou vencendo”.

O POVO – O senhor fugiu de casa aos 7 anos. Mas antes disso, quais são as primeiras lembranças que guarda da infância?
Tenente José Gonçalves da Silva - Eu morava num distrito chamado Baixio das Palmeiras, no Crato. Comecei a trabalhar muito cedo. Mas a brincadeira melhor que eu gostava era de correr com um cavalo de pau, pulada de açude, correr de jumento. E correr nos fundos da vida, sem destino, por aventura, para ver qual menino chegava mais rápido. O meu pai era agricultor. Nós éramos 12 irmãos, seis por parte de pai, três por parte de mãe e três por parte de pai e mãe. Os dois já eram viúvos.

OP – Por que resolveu fugir?
Tenente Silva - Minha mãe morreu primeiro. Aí meu pai casou de novo. E minha madrasta não se dava bem com a gente, porque via filho do meu pai, filho da minha mãe, filho dos dois e ela sem ter nenhum. Aí ela achava que podia mandar nas duas famílias. Nós ficamos revoltados. Meu pai dizia uma coisa, ela mandava fazer outra e ninguém sabia a quem atender. E aí fomos nos desgastando e um dia eu abandonei sozinho a casa, aos 7 anos. Vim a pé pro Crato. São 15 quilômetros, quatro horas a pé. Fazia um sol desgraçado. Saí de manhã cedinho. O meu pai foi atrás de mim e eu me escondi, para não voltar, porque eu não queria dizer a ele o motivo de eu ter fugido. Eu tinha medo de apanhar.

OP – E o senhor ficou ao relento, morando nas ruas do Crato?
Tenente Silva - Eu fui parar na igreja. Dormi lá vários meses. Um sacristão quando viu minha estrutura física, sujo, uma roupa só, chinelo, me botou para correr da igreja. Ele era uma pessoa boa, só me expulsou porque era o papel dele. Era por volta de uma hora da manhã. Eu não tinha o que fazer, encontrei o cemitério da cidade. Cheguei lá e falei com o vigia. Eu disse: “Rapaz, eu estava lá na igreja e o sacristão me botou para correr”. Ele disse: “Se você quiser dormir aqui... Você não é ‘malino’, não?” Eu disse: “Sou não”. “E seu pai?”. “Meu pai mora no Baixio das Palmeiras”. “E se ele vier lhe buscar?”. “Se ele vier me buscar, eu vou”. Mas eu disse isso que era pra ele deixar eu dormir. Ele disse: “inclusive morreu uma pessoa aqui, faz dois dias, está bem fresquinho. Eu saía pra rua, pedir esmolas. Voltava para dormir. Menino criado no ‘mei’ dos matos não tem medo de nada. Eu tenho medo é hoje.

OP – O que a rua lhe ensinou?
Tenente Silva – Aprendi a lavar o carro, comecei a pegar carrego, que são pessoas que colocam 50 quilos na cabeça. Ia para a feira, colocava um balaio na cabeça e as madames iam só pegando. Arroz? Na cabeça. Feijão? Na minha cabeça. (Entregava) Longe, dois, três quilômetros. Depois voltava correndo, para pegar outro carrego. Então, dia de segunda-feira, eu tinha um dinheirinho para comer por dois dias. Quando chovia, eu ficava debaixo dos alpendres. E quando era chuva de vento, eu não dormia, ficava de pé.

OP – O seu pai foi lhe procurar?
Tenente Silva – Foi, mas não encontrou, não. Quando ele estava na cidade, eu me escondia. Eu não queria encontrá-los. Em dias de feira, na segunda, eles iam para o Crato, mas eu estava sujo. tinha vergonha. Eu me escondia, os via de longe e só aparecia de novo quando eles iam embora.

OP – O senhor criou o apelido no cemitério de “Já Morreu”?
Tenente Silva – Porque eu era muito sujo e “maguim” demais. Não sabia o que era tomar banho, escovar a boca. Eu lavava só o rosto e os pés e com a mesma roupa, passava a semana. Para lavar, eu ia lá para um canal e tirava a camiseta e bermuda, e ficava só com a cueca. Não lavava a cueca porque era muito tempo para enxugar. Às vezes, eu vestia (a roupa) molhada mesmo. Quando era à noite, eu estava com as minhas partes íntimas tudo vermelha, de assada. De semana é que eu ia tomar banho em postos de gasolina.

OP – Como foi a experiência de trabalhar de gari no Crato?
Tenente Silva – Eu pegando “bigu” nos caminhões de lixo, menino saliente. Eu peguei o apelido de Zé Gobira, porque era uma pessoa muito saliente, muito andador. Foi um dos motoristas de caminhão (de lixo) que ofereceu o emprego. Eu tinha uns 12 anos. Morei na rua dos 7 aos 19 anos na rua. E dormia dentro da garagem do caminhão. Eu acordava no meio da noite, com as minhas partes íntimas cheias de barata. Eu trabalhava durante o dia e, na hora que eu saía do trabalho, não podia lavar a roupa e dormir com ela molhada. Ia ficar nu onde, na prefeitura? Naquela época, não tinha farda. Depois, saí da prefeitura e voltei ao convívio das ruas, para pedir esmolas.

OP – E porque o senhor saiu do emprego de gari?
Tenente Silva – Porque eu abusei, era muito menino, não tinha juízo. Voltei a dormir no cemitério e fui ser engraxate.

OP – O senhor, quando fugiu de casa, não levou documentos?
Tenente Silva – Eu não tinha documento nenhum. A primeira vez que eu tirei um documento foi em 1974 (tinha 18 anos). Uma senhora me ofereceu para me ajudar, porque eu sabia que o meu nome era só José. Eu disse que o nome do meu pai era Antônio Gonçalves. Ela disse que ia colocar José Gonçalves da Silva.

OP – E de onde vem o Silva?
Tenente Silva – Silva é um nome fictício que botaram. Porque o nome da minha mãe era Maria Rita da Conceição.

OP – O senhor disse que foi engraxate do Patativa do Assaré e do Luiz Gonzaga. Como foi o primeiro contato com eles?
Tenente Silva – Eu perguntei para o Luiz Gonzaga se ele queria engraxar os sapatos. Aí o Patativa chegou. Eles eram muito amigos.“Esse menino sabe engraxar, seu Luiz?”, perguntou o Patativa. “Vamos testar se ele sabe”, foi a resposta. Eles gostaram tanto que toda vida que eles iam ao Crato, eu engraxava os sapatos deles.

OP – O senhor poderia ter enveredado por um caminho totalmente diferente. O que motivou o senhor a seguir esse caminho?
Tenente Silva – Deus me disse, em oração, que o cidadão tinha que construir a própria vida, com a ajuda de Deus.

OP – O senhor fala sempre do preconceito. O senhor viveu alguma situação onde esse preconceito ficou mais evidente?
Tenente Silva – Uma vez, quando eu trabalhava no hotel, no Crato, eu saí do emprego para trabalhar numa empresa de táxi. Na semana seguinte, assaltaram o hotel e a primeira pessoa acusada: eu, que tinha acabado de sair. Mas não fui eu que roubei. Fui preso, apanhei na delegacia. Eu pedi muito a Deus que aparecesse quem roubou, e Ele me atendeu. Aí o ladrão apareceu, confessou, mas aí eu já tinha apanhado, não tinha como tirar a peia. Depois a mulher que foi roubada foi me pedir desculpas. Ainda hoje ela chora quando me vê, de arrependimento. Tudo isso eu acho que é a cor. Não tiro da minha cabeça, ainda hoje.

OP – E quando o senhor veio para Fortaleza, veio desamparado?
Tenente Silva – Não, eu já vim empregado. Recebi o convite para trabalhar na empresa de ônibus Timbira. Um conhecido tinha um concunhado na empresa de ônibus e queria me levar para lá. Mas eu disse que não sabia ler nem escrever. Ele disse que me ajudava. Eu tinha 22 anos. Comprou a passagem de ônibus, me apresentou ao dono, doutor Manuelito Azevedo, que hoje está em um bom lugar. Ele me acolheu e eu passei a dormir no alojamento. Tinha muitos trabalhadores do Interior. Ele me indicou no colégio onde eu ia estudar, fiz a quarta e a quinta série nesse colégio, o Deocléssio Ferro, no Parque Araxá. Eu não pagava, porque a dona da escola sabia da minha situação e não cobrava nada. Passei dois anos trabalhando como cobrador. Foi ali que eu aprendi a ler e a escrever, a fazer conta. Aí surgiu o concurso da PM, em 1979, que exigia só a quinta série. Eu fiz e, graças a Deus, passei. E fui fazer o curso. Passei seis meses morando aqui nesse local onde estou conversando com você (Colégio da Polícia Militar). Aqui antigamente era o quartel. Depois fui selecionado para a academia militar, em 1980.

OP - Já conhecia sua ex-mulher nessa época?
Tenente Silva – Não, ainda não. A gente se conheceu quando ela estava passando em frente à minha casa, para o colégio, lá no (bairro) Antônio Bezerra. O nome dela é Graça. Chamei ela para conversar logo comigo e não deu duas horas e a gente já estava namorando. Não deu três meses e a gente já estava casando. A gente casou com ela grávida. Eu estava apressado porque queria construir uma família. Encomendei logo uma criança.

OP – O senhor chegou a reencontrar seus parentes?
Tenente Silva – Logo em seguida ao casamento, resolvi voltar ao Crato. Foi um momento muito emocionante. Encontrei primeiro o meu irmão mais velho. Fiz o retorno, a pé pelo mesmo caminho de mais de 40 anos atrás, só que agora fardado. Eles se admiraram, ficaram felizes. Disseram: “José, você estava perdido?”. E eu: “Era, mas agora eu me achei”. A comunidade do distrito soube que eu estava lá e foi todo mundo me visitar. Foi importante fazer o mesmo caminho, porque eu fui passando e as pessoas foram me reconhecendo. “Tu é o Zé de Pioí (nome que chamavam o pai do Tenente)”.

OP – O senhor se considera um vencedor?
Tenente Silva – Não, ainda não. Falta Deus, pra dar a minha vitória, porque a vitória quem vai dar é Ele. Não posso dizer a você que sou um vencedor. Ainda estou vencendo. Estou aqui porque ele me levantou da queda que levei. Porque a queda foi grande, pra eu me levantar, foi difícil. Poderá, a qualquer hora, eu cair novamente. Não quero nunca que crianças que vivem no mundo por aí passe pelo o que eu passei. O exemplo de vida que eu tenho para dar. Acho que pouquíssimas pessoas tiveram o que eu recebi de mal, para dar de bem as pessoas. Porque, perdi os pais aos 7 anos de idade e hoje sou essa pessoa que você está vendo aqui (se emociona). Era como se meu pai tivesse morrido, porque eu não tive mais o seu convívio. Muitos fariam mal se tivessem passado pelo o que eu passei.

OP – Mas como o senhor veio parar aqui no Colégio da Polícia Militar?
Tenente Silva – Eu saí Oficial da Polícia, em 2004, aí o comandante geral, que já me conhecia, me indicou para trabalhar no Colégio da Polícia Militar. Eu fui trabalhar coordenando a merenda escolar, por dois anos. Eu gostei muito e me surpreendi com essa facilidade que eu tive em lidar com criança. Hoje sou coordenador disciplinar do Ensino Fundamental I. Eu conheço cada um desses meninos aqui (aponta para o quadro, na parede, com fotos dos alunos) e com certeza eles me conhecem e gostam de mim. Que continuem obedecendo as mães e os pais. Porque mesmo eu não obedecendo, porque não tive, obedeci as pessoas que me ajudaram.

OP – O senhor guarda alguma mágoa de alguém?
Tenente Silva – Guardo não. Porque a mágoa é uma doença. Você acaba tratando as pessoas como elas não merecem. Só guardo alegria. Porque as dificuldades me fortaleceram. Porque a dor só me ensinou a dar valor as coisas boas. Cada uma das pessoas que eu encontrei que me fizeram mal, eu rezo por elas.

OP – Por que o senhor resolveu fazer faculdade de História?
Tenente Silva – Porque minha vida sempre foi uma história (risos). E aqui, trabalhando com criança, eu vi que poderia somar na formação dela. Eu disse: “Rapaz, eu vou estudar também”. Fui fazer vestibular para história, passei. E vim estudar no próprio colégio onde eu trabalho (o tenente é formado em História, pela Universidade do Vale do Acaraú (UVA), que ministra aulas no Colégio da Polícia Militar). Passei de professor a aluno.

OP – O que levou o senhor, menino criado solto, na rua, a fazer o concurso para a PM, uma instituição com tanta disciplina, com regras rígidas?
Tenente Silva – Eu acho que é um dom entrar para a Polícia. Eu escolhi pelo meu passado. Resolvi dar a minha contribuição como cidadão.

OP – O senhor pensa em lecionar?
Tenente Silva – Pretendo sim, mas no momento, estou construindo a vida militar.

OP – O que falta ainda o senhor conseguir?
Tenente Silva – Eu não duvido dos milagres que Deus ainda pode fazer na minha vida.

Angélica Feitosa
angelica@opovo.com.br

Edimar Soares
edimarsoares@opovo.com.br

A entrevista aconteceu numa manhã de terça-feira, na sala do Tenente Silva, no Colégio da Polícia Militar do Ceará, na avenida Mister Hull, no bairro Padre Andrade.

O tenente Silva é o coordenador disciplinar das turmas do ensino fundamental I (1º ao 5º ano).Durante a entrevista, alguns alunos estavam no colégio e foram até a sala para cumprimentar o tenente.

O tenente Silva é coordenador de um time de futebol no bairro Antônio Bezerra. É o Grêmio Recreativo de Antônio Bezerra (Grab), que promove campeonatos e tem seus “rachas” às quartas-feiras.

O tenente Silva tem três filhas: Gracilene, 29, Gracilane, 26 e Graciliane, 23. E quatro netas.

Na sala do tenente Silva, há uma réplica da placa de formatura do curso de História, da UVA. O oficial pretende entregá-la de presente ao homem que lhe arrumou o emprego como cobrador de ônibus. “Se ele não tivesse me arranjado esse emprego, eu hoje não seria militar”.

Durante a entrevista, o Tenente Silva se emocionou duas vezes. A primeira, quando contou como foi a primeira vez quando reencontrou seus irmãos. A segunda, quando relembra que perdeu o pai quando saiu de casa.

Todos os dias, o tenente Silva chega no Colégio da Polícia Militar do Ceará às 6h20min, se apresenta ao comandante, reúne os alunos na quadra da escola e, juntos, cantam o hino nacional. Em seguida, o tenente dá os avisos do colégio.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Sine/IDT - Caucaia - Vagas de Empregos

CAUCAIA
(85) 3101.3378
Abastecedor de linha de produção  10 vagas
Auxiliar de depósito  1 vaga
Auxiliar de escritório  1 vaga
Auxiliar de linha de produção  15 vagas
Churrasqueiro  1 vaga
Costureiro de máquinas industriais  4 vagas
Eletricista de instalações de veículos  1 vaga
Estofador de móveis  1 vaga
Frentista  1 vaga
Instrutor de informática  1 vaga
Mecânico de veículos  2 vagas
Motorista entregador  1 vaga
Oficial de serviços gerais  1 vaga
Operador de telemarketing ativo e receptivo  1 vaga
Pizzaiolo  1 vaga
Professor de inglês  1 vaga
Representante comercial autônomo  3 vagas
Salgadeiro  1 vaga
Vendedor interno  1 vaga
Vendedor pracista  6 vagas
Vendedor externo  1 vaga
Vendedor  1 vaga
Vigia noturno  1 vaga

sábado, 21 de janeiro de 2012

Funceme aposta em chuva dentro da média no CE

Após realizar a análise das condições atmosféricas e da temperatura dos oceanos Pacífico e Atlântico, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) aposta em chuva dentro da média no Ceará neste ano. Em prognóstico da quadra chuvosa de 2012, divulgada ontem, o órgão afirma que há 40% de probabilidades de chuvas dentro da base histórica no Estado.

O pesquisador da Funceme Antônio Geraldo Ferreira, explicou que o fenômeno meteorológico La Niña faz com que as águas do Pacífico Equatorial apresentem-se mais frias do que o usual. A análise da temperatura feita pela fundação mostrou que o fenômeno será fraco neste ano. Por isso, existe a probabilidade maior de que as precipitações atinjam a média histórica de chuvas no Ceará.

"É importante continuar monitorando a temperatura do oceano, pois é isso que vai determinar as chuvas. Acreditamos que, em maio, a temperatura das águas vai voltar ao normal e o período chuvoso chegará ao fim", afirma o pesquisador.

Ele ressaltou que algumas áreas, como o litoral, terão uma média maior de precipitações. Enquanto isso, em outros locais, as chuvas serão menores do que a média histórica.

O estudo da Funceme também aponta que há 35% de chances das chuvas deste ano serem abaixo da média histórica e 25% de probabilidade de elas superarem esta base.

Sistema de nuvens

Ferreira destacou que, no último mês de dezembro, foram registradas poucas chuvas, a maioria concentrada na região sul do Estado. "Normalmente, as médias de precipitações no último mês do ano são baixas", frisa o pesquisador da Funceme.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Justiça do Ceará funciona em regime de plantão neste sábado e domingo

O Judiciário estadual funciona em regime de plantão neste fim de semana. O atendimento será feito no Tribunal de Justiça do Ceará (TJ/Ce), no Fórum Clóvis Beviláqua e nos 20 Núcleos Regionais do Interior.
Os plantonistas no TJ/Ce serão os desembargadores Carlos Rodrigues Feitosa e Durval Aires Filho. Eles ficarão à disposição, das 12h:00 às 18h:00, no sábado (21/01) e no domingo (22/01), respectivamente.
No Fórum da capital, o plantão será de responsabilidade da 6ª, 7ª, 8ª e 9ª Varas de Família e do Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, 1ª, 2ª e 3ª Varas Criminais. O serviço será das 6h de sábado às 06h:00 de 2a.feira (23/01).
No interior, haverá atendimento das 08h:00 às 14h:00 nas Comarcas de Caririaçu, Barbalha, Cariús, Aurora, Baixio, Madalena, Mulungu, Iracema, Fortim, Maracanaú, Horizonte, Caucaia, Morrinhos, Sobral, Barroquinha, Tianguá, São Benedito, Hidrolândia, Novo Oriente e Canindé.
Fonte: TJ/Ceará