A leishmaniose visceral, também
conhecida como calazar, é uma doença endêmica no Brasil, transmitida
pela picada de um mosquito. A doença é incurável, pode matar o cão e
colocar em risco a vida das pessoas que convivem com ele. A principal
forma de controle é a prevenção.
Para fornecer informações sobre como
cada cidadão pode ajudar a conter o avanço da doença, foi sancionada em
2012 uma Lei Federal que instituiu a Semana Nacional de Combate e
Controle à Leishmaniose, celebrada anualmente na semana que incluir o
dia 10 de agosto. Este ano, o evento acontece entre os dias 10 e 14
deste mês.
O município de Caucaia vai abrir as
atividades no Ceará com muita informação para conscientizar os
moradores. Na próxima segunda-feira, dia 10, às 9 horas, será realizada
uma palestra sobre os riscos do calazar, além do encoleiramento gratuito
de 1400 cães com Scalibor, a coleira recomendada mundialmente
pelos principais especialistas para proteger os cães das picadas do
mosquito transmissor da leishmaniose visceral. Os interessados deverão
comparecer aos locais onde o evento será realizado levando seus cães. A
ação tem o apoio da Secretaria Municipal de Saúde de Caucaia e da
Avipec.
A leishmaniose visceral mata mais do
que a dengue. O último levantamento oficial do Ministério da Saúde, do
ano de 2013, mostra que de 2010 a 2013, 928 pessoas morreram no Brasil
vítimas de leishmaniose visceral, enquanto que 847 morreram por causa da
dengue no mesmo período. Os números da doença crescem cada vez mais no
Brasil. A região Nordeste é uma das áreas mais infectadas pela
leishmaniose.
Na cidade de Caucaia, em 2014, foram
confirmados 36 casos de leishmaniose em humanos, provocando uma situação
de extremo alerta. Em 2015, o município já registra sete casos humanos
concentrados na região urbana.
Em Fortaleza, de acordo com a
Secretaria Municipal de Saúde da cidade, em 2015 já foram registrados 41
casos da doença em humanos, com nove óbitos. Neste primeiro
semestre, aproximadamente 3.500 cães foram notificados positivos para a
leishmaniose.
O calazar é a segunda doença
parasitária que mais mata no mundo. Segundo a Organização Mundial da
Saúde (OMS), a doença registra anualmente 500 mil novos casos humanos no
mundo com 59 mil óbitos. Quando não tratada, pode evoluir para óbito em
mais de 90% das ocorrências. Na América Latina, ela já foi detectada em
12 países e destes, cerca de 90% dos casos acontecem no Brasil, onde,
em média, 3.500 pessoas são infectadas e mais de 200 morrem anualmente.
Pesquisadores estimam que nas áreas endêmicas, para cada humano doente,
existam 200 cães infectados.
Fonte: O Estado CE