A tragédia na Escola Estadual Raul Brasil na manhã desta quarta-feira, 13, na cidade de Suzano, em São Paulo, deixou dez vítimas, entre alunos, funcionária, coordenadora e proprietário de locadora de veículos. Os atiradores, identificados como Guilherme Taucci Monteiro, 17, e Luiz Henrique de Castro, 25, ambos ex-alunos da escola, usaram revólver e arma medieval durante a ação.
Uma das primeiras vítimas identificadas foi a
funcionária Eliana Regina de Oliveira Xavier. “A tia que morreu era
muito querida, não só pelos alunos, mas pelo pais”, contou um dos
sobreviventes ao O POVO Online. “A tia foi a melhor tia que eu já tive. A
gente não teve aula do primeiro e segundo período. Aí ela ficou com a
gente na sala. Ela tava muito feliz com a filha dela. Sempre falava da
filha dela”, conta o estudante C.P.C, aluno do 3oC, sobre Eliana.
“Eles não eram só funcionários. Conheciam nossos filhos
pelo nome. Cumprimentavam a gente dentro e fora da escola. Era um amor
danado por essa tia”, conta mãe de aluno sobre a inspetora. Ela foi uma
das primeiras vítimas dos atiradores.
O estudante sobrevivente, que não se identificou,
lembra do comportamento de Cleiton Antônio Ribeiro, um dos alunos
mortos. “O Cleiton era um ótimo aluno, apesar de ser bem reservado.
Tirava boas notas”.
Momento dos disparos
Em entrevista à Rádio CBN de São Paulo, a merendeira
Silmara Cristina Silva de Moraes, 54, com a ajuda de outras
funcionários, escondeu 70 alunos dentro da cozinha. “A gente colocou o
maior número de aluno dentro da cozinha, trancamos a porta e deitamos
todo mundo no chão. Aí ficou aquela cena lá fora. Ouvimos muitos gritos.
Aí a Polícia chegou e tirou a gente, mas quando saímos já tinham vários
corpos”.
"Somos seres humanos e precisamos estender as mãos,
aquilo que pudermos fazer por eles, vamos fazer. Eles são os nossos
filhos. Nossos filhos estão noutra escola e sendo cuidados por outras
pessoas”, completou Silmara Cristina.
Comportamento
Os atiradores eram vizinhos e frequentavam a mesma lan house.
Um ex-funcionário e frequentador do estabelecimento lembra o
comportamento dos autores dos disparos. “Eles intercalavam o uso de uma
corrente com uma cruz e suástica nazista no pescoço. Eu vi primeiro no
Luiz. Depois de uma semana eu vi no Guilherme. Até achei estranho alguém
no século 22 usar isso. Era um colar preto”, relata.
A mãe de Guilherme iria ao Instituto Médico Legal (IML) para reconhecer o corpo do filho às 21 horas desta quarta.
Com informações da correspondente do O POVO em São Paulo, Isabel Filgueiras
Larissa Carvalho