O secretário da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS), André Costa, informou sobre os balanços de ocorrências atendidas desde o início do decreto de isolamento social no Estado em entrevista à rádio O POVO CBN nesta quarta-feira, 1º. Segundo o titular, mais de 5.850 ocorrências de descumprimento ao isolamento e de aglomerações foram atendidas pelas forças de segurança do Ceará diante da crise do coronavírus, que contabiliza, até última atualização, 401 casos da doença no Estado.
Segundo o secretário, muitos estabelecimentos autuados ainda desconheciam os termos do decreto, instaurado no dia 19 de março. Igrejas, bares e comércios foram alguns dos estabelecimentos fechados pela Polícia Militar, que realizou as operações no intuito de orientar o fechamento desses comércios e instituições para evitar aglomerações diante da pandemia do coronavírus no Ceará. Algumas dezenas de casos de conduções de pessoas à delegacia também foram registrados. Segundo André, os casos da Capital foram recorrentes em diversas áreas da Cidade, dentre elas as periferias.
O número passa a média diária de atendimentos realizados na Capital e na Região Metropolitana em março, que registrou cerca de 2300 ocorrências por dia, conforme informado pelo titular. No entanto, os índices de criminalidade diminuíram. "Já é uma diminuição em comparação a fevereiro, em que tivemos um pico decorrente dos motins", concluiu.
As preocupações com alguns crimes em específico foram redobradas pelas forças de segurança. Roubos em residência e furtos de comércios são alguns deles, visto que, em quarentena, os moradores costumam ficar em suas casas. Dois casos de furto foram registrados no bairro Centro na noite dessa terça-feira e a prisão foi feita em flagrante pela Polícia Militar.
No caso de denúncias de aglomerações ou estabelecimentos abertos, o canal 190 está disponível para receber ocorrências. O direcionamento da Polícia Militar é de checagem presencial da denúncia. "Algumas áreas que sabemos que concentram volumes expressivos, como praias, já tem policiamento para evitar aglomerações", informou o titular.
Uma das dificuldades citadas pelo titular são filas em bancos e lotéricas, serviços considerados como essenciais para a população que costumam aglomerar diversas pessoas. "A gente depende bastante da própria consciência das pessoas, de manterem uma distância entre si".
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Diante do isolamento em casa e a possibilidade do aumento de casos de violência doméstica no Estado, André ressaltou a denúncia pela delegacia eletrônica, ferramenta aberta para denúncias dessas situações. O intuito é reunir mais dados para trabalhar a coibição da prática.
O isolamento pela Covid-19 pode expor mulheres do mundo inteiro ao aumento da violência contra o gênero, em especial a violência física. Estudo recente divulgado pela ONU explica que o coronavírus pede cuidados diferenciados a mulheres, visto que estão na frente do combate a doença em hospitais e enfermarias, além do aumento da carga de cuidados domésticos.
O POVO