Sob críticas pelo sucessivo aumento dos preços dos combustíveis, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse em live nesta quinta-feira (18) que promoverá mudanças na Petrobras e anunciou isenção de impostos federais.
Bolsonaro fez críticas ao presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco.
"Não posso chamar a atenção da Agência Nacional de Petróleo, porque é
independente, mas tem atribuição também. Não faz nada. Você vai em cima
da Petrobras, ela fala 'opa, não é obrigação minha'. Ou como disse o
presidente da Petrobras, há questão de poucos dias, né, 'eu não tenho
nada a ver com caminhoneiro, eu aumento o preço aqui, não tenho nada a
ver com caminhoneiro'. Foi o que ele falou, o presidente da Petrobras.
Isso vai ter uma consequência, obviamente", disse Bolsonaro.
A Petrobras informou nesta quinta dois novos reajustes nos preços da
gasolina e do diesel, que subirão 10,2% e 15,1%, respectivamente, a
partir desta sexta (19). É o quarto reajuste da gasolina e o terceiro do
diesel em 2021.
"Teve um aumento, no meu entender, aqui, eu vou criticar, um aumento
fora da curva da Petrobras. 10% hoje na gasolina e 15% no diesel. É o
quarto reajuste do ano. A bronca vem sempre para cima de mim, só que a
Petrobras tem autonomia", afirmou.
Bolsonaro chamou o aumento de abusivo e informou que, em reunião com o ministro Paulo Guedes (Economia), decidiu zerar por dois meses, a partir de 1º de março, o PIS/Cofins que incide sobre o diesel.
"O que é que foi decidido hoje? A partir de 1º de março também não
haverá qualquer imposto federal no diesel por dois meses. Então, por
dois meses, não haverá qualquer imposto federal em cima do diesel. Por
que por dois meses? Porque nestes dois meses nós vamos estudar uma
maneira definitiva de buscar zerar este imposto no diesel. Até para
ajudar a contrabalancear este aumento, no meu entender, excessivo da
Petrobras", afirmou.
Logo em seguida, sem dar detalhes, prometeu mudanças na petroleira.
"Mas eu não posso interferir nem iria interferir na Petrobras. Se bem
que alguma coisa vai acontecer na Petrobras nos próximos dias. Você tem
que mudar alguma coisa, vai acontecer", disse Bolsonaro.
Na mesma transmissão, ele anunciou que vai zerar tributos federais que incidem sobre o gás de cozinha.
"Hoje à tarde, reunido com a equipe econômica, tendo à frente o
ministro Paulo Guedes, decisão nossa. A partir de 1º de março agora, não
haverá mais qualquer tributo federal no gás de cozinha, ad eternum."
"Então, não haverá qualquer tributo federal no gás de cozinha, que
está em média, hoje em dia, R$ 90, na ponta da linha, lá para o
consumidor lá. E o preço na origem está um pouco abaixo de R$ 40. Então,
se está R$ 90, os R$ 50 aí é ICMS, imposto estadual, e é também para
pagar ali a distribuição e a margem de lucro para quem vende na ponta da
linha", disse Bolsonaro.
Pressionado em suas redes sociais, ele voltou a cobrar de governadores a redução do ICMS, imposto estadual.
"Temos agora que achar uma maneira de mostrar à população quanto é o
ICMS de cada estado e sobra, então, uma margem de lucro da
distribuidora, né, e o valor da distribuição. Para o pessoal saber quem é
que, realmente, porventura está abusando aí para vender o gás na ponta
da linha", disse Bolsonaro.
dn