Macarrão cumprirá 15 anos de prisão. A ex-namorada de Bruno pegará cinco anos em regime semiabertoContagem (MG).
Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e Fernanda Gomes de Castro,
ex-namorada do goleiro Bruno Fernandes, foram condenados na noite de
ontem pela morte e desaparecimento de Eliza Samudio, em junho de 2010.
O
amigo e ex-secretário de Bruno recebeu a sentença de 15 anos de prisão.
A confissão do crime atenuou a pena FOTO: AGÊNCIA ESTADOA
sentença lida pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues determina que
Macarrão terá de cumprir 15 anos de prisão. Já a ex-namorada de Bruno
cumprirá cinco anos em regime semiaberto. Ele foi condenado pelo
sequestro, cárcere privado e morte de Eliza, além do sequestro e cárcere
de seu filho Bruninho. Macarrão foi inocentado da acusação de ocultação
do cadáver.
Fernanda foi condenada pelos crimes de sequestro e cárcere privado de Eliza e seu filho, hoje com dois anos e meio de idade.
A
decisão dos sete jurados - seis mulheres e um homem- saiu após cinco
dias de julgamento, que foi marcado por tumultos, troca de advogados e
desmembramento de processos.
A expectativa agora é para saber
como a decisão de ontem vai influenciar o julgamento de Bruno, de Marcos
Aparecido dos Santos, o Bola, e Dayanne de Souza, ex-mulher do jogador,
que foi adiado para 4 de março.
Versão inventadaO
promotor que atua no caso Eliza Samudio refutou ontem histórias
contadas pelo réu Luiz Henrique Romão, o Macarrão (amigo e ex-secretário
de Bruno Fernandes). O promotor Henry Wagner de Castro pediu que o júri
condenasse o réu.
Para o promotor, a versão de que Macarrão
apenas levou Eliza para um assassino que não identificou, ficando fora
da cena do crime, é uma história inventada. "A confissão do Macarrão é
inteligentemente planejada", disse. O fato de Macarrão ter confessado
participação, contudo, atenuou a pena.
A própria juíza disse ao réu que isso seria "enormemente considerado".
A defesa de Macarrão disse que o inquérito policial, no qual o promotor se baseou para o acusar, é "atabalhoado e viciado".
O advogado Leonardo Diniz afirmou que seu cliente seguia ordens do goleiro Bruno, pois era "serviçal" e "faz-tudo" dele.
Terminou,
por volta das 20h57 (horário de Brasília), a fase de debates do
julgamento do desaparecimento e morte de Eliza. Os jurados se reuniram
na sala secreta do fórum de Contagem, região metropolitana de BH, para
decidir o destino de Macarrão e de Fernanda.
O promotor Henry
Wagner de Castro exibiu, durante o julgamento o álbum de fotografias do
filho de Eliza encontrado nas imediações do sítio do goleiro Bruno
Fernandes, o suposto mandante do crime.
Na réplica dos debates
entre acusação e defesa, o promotor citou que o álbum foi encontrado
pela reportagem da Folha de S.Paulo em julho de 2010, com fotos
queimadas, e entregue à Polícia Civil. Segundo o promotor, as imagens de
Bruninho são as mesmas encontradas no computador de Eliza. Ele exibiu
aos jurados as fotos queimadas e as do computador.