Com o fim da feira no meio da rua José Avelino, clientes e feirantes relatam que o comércio migrou para os galpões, para o Centro Fashion, na Jacarecanga, e para a feira da Caucaia, no bairro Campo Grande.
Neste primeiro fim de semana, 20 e 21, após a retirada da feira de confecção do meio da rua da José Avelino, no Centro da Cidade, clientes e feirantes se dividiram entre permanecer nos galpões no entorno da rua, ir ao Centro Fashion, na Jacarecanga, ou para a feira da Caucaia, na BR-222, no Campo Grande.
Desde que o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), resolveu acabar com a feira na José Avelino, colocando a rua em obras, a partir da última segunda-feira, 15, houve confusão no entorno pela permanência do comércio na rua, mas a feira, como era antes, não aconteceu mais. Naila Ferreira, vendedora do boxe “Chic D’ Vestir”, no Centro Fashion, diz que sua família possui boxe no “Galpão 100” da José Avelino. “Como lá é regularizado, o comércio continua”.
Ela diz que decidiu ir para o Centro Fashion quando ouviu rumores que a feira da José Avelino iria acabar, inclusive nos galpões. “Esperamos que o prefeito cumpra o que prometeu e deixe os galpões regularizados funcionarem”. Sobre o movimento no empreendimento privado, a percepção de Naila é a de que o negócio ainda está no início. Enquanto vendia em torno de R$ 1,2 mil por feira, na José Avelino, disse que arrecada em torno de R$ 400 no Centro Fashion.
“Ainda é o início, vai melhorar. Mas o que agora está bombando é a feira da Caucaia. Muitos amigos meus foram para lá e os ônibus também”, afirma. De 9h30min até às 11 horas que O POVO circulou pela José Avelino e Centro Fashion, observou que os ônibus se concentravam mais próximos aos galpões.
Paulo Vitor e José Iraildo (vulgo Pirambu) são carregadores. Dividem-se entre a feira dos galpões da José Avelino e do Centro Fashion. “A feira se dividiu. Está péssimo para ganhar dinheiro. Antes fazia R$ 350 por feira na José Avelino para carregar o material dos clientes que já tinha. Agora eles se espalharam e temos que começar tudo de novo”, diz Paulo. Para Pirambu, o movimento no Centro Fashion ainda não atendeu às expectativas, mas acredita que “com o tempo vai melhorar”.
Custo x benefício
Jucélio Alves, vendedor do boxe “Joelma Moda Íntima”, estava no Centro Fashion e permanecia com a estratégia de vender na José Avelino. “A feira na rua ainda existe. O pessoal está colocando as mercadorias na mão e indo vender. Tem que ter cuidado com fiscalização”.
Em termos de custo versus benefício, o vendedor avalia que o valor que se gasta na rua é parecido com o que se paga para o Centro Fashion. “Aqui só gasto com alimentação e manutenção. Tem como guardar as mercadorias e venho de condução (ônibus). Lá, não tinha onde guardar e tinha que ir de carro”.
A comodidade de não ter de ficar no meio da rua, a mercê do tempo, se fazia sol ou chuva, foi uma vantagem vista por Thaís Braga, do boxe “X-Tudo Fashion” do Centro Fashion. “Lá (na José Avelino) a gente não pagava nada, porque ficávamos no meio da rua, sem locar espaço, mas não tínhamos segurança e se chovia não tínhamos proteção”. Para ela, apesar de ter comprado um boxe por R$ 4,8 mil no Centro Fashion, a infraestrutura do empreendimento privado compensa o investimento.
BEATRIZ CAVALCANTE
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