Novo equipamento, no Centro do Município, está sendo construído por meio de Parceria Público Privada (PPP)Fortaleza.
Após 23 anos sem passar por uma restauração, o Mercado Público de
Caucaia chegou a seu limite de degradação e, como consequência,
esvaziamento da clientela. Eis que agora, finalmente, o equipamento não
apenas está sendo reformado como ampliado.
O
projeto do novo mercado é do arquiteto Luiz Nunes, que se inspirou em
equipamentos similares de países europeus. Rampa e escada rolante
facilitarão o acesso da clientela que já reclamava por melhor
estabelecimento público na cidadeA iniciativa atende antiga
reivindicação dos permissionários e, sobretudo, dos usuários, que
reclamavam da falta de manutenção e, acima de tudo, das precárias
condições de higiene. Com isso, a administração municipal, por meio de
recursos da Parcerias Público Privadas (PPP), se propõe a oferecer,
ainda neste ano, um estabelecimento comercial adequado às necessidades
do público, moderno e diferenciado em todo o Estado.
ContratoO
secretário de Infraestrutura e Urbanismo da Prefeitura de Caucaia, José
Marques Feitosa, informa que o projeto é do arquiteto Luis Nunes, que
se inspirou em equipamentos similares de outros países, inclusive da
Europa. Com dois andares, o novo Mercado Público de Caucaia contará com
uma rampa para facilitar o acesso de pessoas com necessidades especiais,
mais das mercadorias entre um pavimento e outro, e mais uma escada
rolante apenas para subir.
Além da reforma e ampliação do
mercado, também está prevista a construção do Mercado da Jurema. Ambos
os equipamentos receberão intervenções por meio de uma PPP com a
construtora SR Empreendimentos Imobiliários, no valor de R$
8.762.336,16. O contrato tem um período de 20 anos.
A construção e
reforma dos dois mercados estão previstos para serem concluídos em 300
dias, contados a partir da assinatura da ordem de serviço, que foi feita
em 31 de outubro de 2011. Contando que a empresa tinha ainda 30 dias
para iniciar as obras, o que dá, na realidade, um prazo de 330 dias.
No
entanto, José Marques duvida que o cronograma da obra possa ficar
concluído até outubro próximo. "Existem contratempos naturais, mas nada
que impeça que o serviço esteja concluído ainda neste ano", ressaltou o
secretário.
Ele lembra que é uma ação retardada, porque vinha se
criando um ambiente bastante precário e degradado para o comércio de
alimentos. Outro problema apontado é com relação ao crescimento do
comércio ambulante que se vem ampliando no entorno do antigo mercado.
Centro e Jurema
A
reforma e ampliação terá como objetivo criar vagas de estacionamento
(57 vagas), facilitar a circulação interna e externa de pessoas,
melhorar as condições de higiene do equipamento, permitir acessibilidade
e ampliar o número de boxes e lojas.
No fim da obra, o mercado
terá como área construída no térreo 4.190 m² e no pavimento superior
4.760 m². Haverá no térreo 43 lojas, 328 boxes; no superior serão 378
boxes, 34 lanchonetes e 16 cafés. Uma das intervenções previstas no novo
projeto do mercado é a construção de uma praça no entorno. O lugar vem
sendo ocupado por ambulantes e, com a urbanização, a meta é que o espaço
seja melhor ocupado.
"Atualmente, a área vem sendo ocupada por
ambulantes, e com a reforma e retirada desses comerciantes, o temor
maior é que novos ocupantes vem a fazer uso daquele local", disse o
secretário de Infraestrutura. A construção da praça será o passo
seguinte à conclusão dos serviços de reforma e ampliação do mercado
público.
Até lá, a administração municipal fará um novo cadastro
de permissionários de modo a ocupar os futuros boxes do novo
equipamento, conforme salienta José Marques.
Enquanto isso, a
construção do mercado da Jurema consistirá da criação de vagas de
estacionamento, sendo 62 vagas rotativas nas ruas em torno do mercado e
72 vagas fechadas; acessibilidade em todas as dependências, cisternas de
águas fluviais para aproveitamento da água da chuva para limpeza,
lavagem de calçadas e jardins; e mini estação de tratamento de esgoto.
O
novo mercado terá 4.912 m² de área construída, em 256 boxes, 56 lojas e
20 lanchonetes. Para o secretário, são ações providenciais que
implicarão na melhoria da qualidade de vida do cidadão de Caucaia e na
melhoria das relações entre consumidores e fornecedores.
Permissionário quer maior manutenção e segurança
O
prédio antigo foi construído há 23 anos e conta com dois pavimentos,
sendo que o andar superior está praticamente abandonado. Ao invés disso,
a movimentação de comerciantes ocorre na parte externa FOTO: EDILENE
VASCONCELLOSMomentos de muita expectativa sobre a
inauguração do novo mercado de Caucaia são vividos não apenas pelos
permissionários como pela própria administração. O fato é que a
precariedade e mais a insegurança, que tem atraído para o velho prédio
desocupados e viciados, são considerados como pontos prioritários a ser
combatidos com a reforma.
O administrador Sansão Pereira Lima
lembra que o estado de degradação somente tem aumentado com o passar do
tempo. Para piorar, segundo observa, tem aumentado o número de
ambulantes que se instalam nas adjacências, na esperança de que também
sejam agraciados com os futuros boxes.
Crença"Aqui,
vem gente de toda parte, inclusive de Fortaleza. Todos estão crentes de
que receberão seus compartimentos para comercialização de produtos",
afirma Sansão. Os 23 anos sem reforma no mercado são vistos pelo
administrador como fator preponderante para o afastamento do público do
local.
A ideia de reformar, ao invés de construir um novo
mercado, conforme lembra Sansão, partiu dos próprios permissionários.
Por ocasião dos estudos sobre um novo destino, a maioria optou por
permanecer no mesmo local, haja vista as décadas de convivência com a
população da sede de Caucaia e seus distritos.
Insegurança
Para
o permissionário João Luiz Rocha, as preocupações para o futuro são com
relação a preservação e, principalmente, com a segurança. No primeiro
aspecto, lembra que uma reforma com essa dimensão obriga que haja
serviços de manutenção, que, muitas vezes, acabam sendo negligenciados.
Com
relação à insegurança, diz que o mercado atual é um atrativo para
desocupados e viciados, causando, assim, um distanciamento da clientela.
Para
João Luiz, ambas as dificuldades não são difíceis de serem superadas,
uma vez que os particulares que ficarão na administração são os mais
interessados no sucesso do empreendimento para que compense o
investimento no segmento. Pelo contato, a exploração de particulares
será pelo período de 20 anos, depois retornando para a esfera municipal
de Caucaia.
Ele diz que o aumento no valor da taxa de permissão é
uma questão menor, se houver realmente maior atenção para os itens
fundamentais de bom funcionamento para as relações com o consumidor.
PioneirismoJoão
Luiz, que atua no setor de carne, está 33 anos na atividade. Ele conta
que foi um dos pioneiros como permissionário, quando havia o mercado
antigo, que foi demolido para construir o atual. Tal como o
administrador Sansão, ele também critica o extenso tempo de descaso com o
mercado, deixando que suas instalações se degradassem pelo tempo e a
falta de manutenção.
"Aqui, temos bancas feitas com madeira, que
tomam conta de corredores e isso somente prejudica a imagem daqueles que
querem trabalhar de forma correta e atender às necessidades de nossos
consumidores", afirma João Luiz. Na sua dele, há uma esperança de que
novos hábitos deverão prevalecer e fazer com que a tradição do mercado
público seja mantida como uma maneira de se obter produtos mais baratos e
de qualidade.
Mais informações:Prefeitura de Caucaia
Secretaria de Infraestrutura e Urbanismo
CE-085 N°. 1076 - Fazenda Soledade
Telefone: (85) 3342.8151
MARCUS PEIXOTOREPÓRTER