A construção de uma base de sustentação no Congresso pelo governo de Jair Bolsonaro foi apontada como prioridade por futuros ministros, governadores e senadores eleitos, além de parlamentares que continuam no mandato, durante a solenidade de posse do presidente da República em Brasília, nesta terça-feira (1º).
O senador e ex-presidente Fernando Collor (PTC–AL) destacou as esperanças despertadas pelo novo governo no período da campanha eleitoral, mas lembrou que sem apoio nenhum projeto pode avançar no Congresso.
— É temerário encaminhar para o Congresso qualquer reforma sem que a base de sustentação já tenha sido constituída sobre bases sólidas — disse.
Entre as reformas pretendidas por Bolsonaro, a da Previdência deve ser a primeira a ser discutida e articulada entre Executivo e Legislativo. Para o senador eleito pelo partido do presidente, Major Olímpio (PSL-SP), esse é justamente o primeiro desafio do novo governo.
— Uma das prioridades para o ajuste fiscal, para o equilíbrio da economia, é uma reforma previdenciária. Então eu acredito que todo o esforço do governo estará concentrado nisso — afirmou.
O diálogo para aprovação das reformas também foi defendido pelo senador eleito Marcos Rogério (DEM-RO).
— Eu acho que cabe especialmente ao Senado Federal ter um papel de mediação e de muita ponderação. É preciso afastar os extremismos nesse momento e pensar em propostas de convergências que possibilitem ao país sair da crise e voltar a gerar emprego, oportunidade e desenvolvimento — frisou.
Filho do presidente, Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), eleito para o seu primeiro mandato no Senado, aposta na experiência política do pai como deputado federal para conduzir os acordos necessários com o Congresso.
— Ele sabe como resgatar a legitimidade do Congresso, restabelecendo aquele papel importante, intermediário entre os representantes da população junto ao poder Executivo, junto a todos os ministros, e eu acho que dessa forma é que vai ser conduzida a negociação, o diálogo com a base, de uma forma republicana, independentemente de partido, e com os parlamentares sendo valorizados. Eu tenho a convicção de que o Parlamento vai entender que precisa ser parceiro do governo porque todos nós estamos no mesmo barco e todo mundo tem que rumar na mesma direção para tudo dar certo — afirmou.
Governadores
Os governadores eleitos Wilson Witzel, do Rio de Janeiro, e Ronaldo Caiado, de Goiás, avaliaram positivamente o discurso de posse de Jair Bolsonaro no tocante à crise enfrentada por estados e municípios.
— É um processo de aglutinar todas as forças políticas para que nós possamos avançar nas reformas, fazermos com que voltem os investimentos. Temos perspectiva de crescer e com tudo isso chegarmos novamente àquele Brasil que nós tanto esperamos e que vai se consolidar num curto espaço de tempo, ou seja, voltando o crescimento, o combate à corrupção, mas ao mesmo tempo com total transparência e austeridade na gestão — disse Caiado.
Resultados
Os futuros ministros foram desafiados pelo presidente a apresentarem resultados nos 100 primeiros dias de gestão e já definiram suas prioridades. Entre elas, o retorno ao cidadão e transparência nos gastos. O médico Luiz Henrique Mandetta, indicado para o Ministério da Saúde, promete ações como a recuperação do Programa Nacional de Imunizações e a reestruturação da atenção básica.
Já o futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, acredita na união e capacidade de negociação da nova equipe de governo.
— Todos são importantes. Somos um time. O presidente convida a todos para que possamos, unidos, superarmos as dificuldades e deixar os embates ideológicos e doutrinários aqui para o Plenário do Congresso Nacional, ou para as próximas eleições. Mas nós precisamos de um período no qual situação e oposição, brasileiras e brasileiros de todas as cores, se unam para que possamos transformar este país — ressaltou.
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