Estratégia de atenção humanizada aos recém-nascidos, o método Canguru é particularmente eficaz no tratamento de bebês prematuros e de baixo peso. A estratégia tem três etapas, que iniciam ainda na gestação, passam pelo pré-natal da gestante de alto risco até a alta hospitalar. No Hospital Regional Norte (HRN), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) sob administração do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), o acompanhamento do método segue após a internação com o ambulatório Canguru. As atividades do serviço, que estavam paradas em decorrência da pandemia, retornaram no fim de setembro.
A enfermeira da Neonatologia do HRN, Tássia Camila Miranda Maciel Becco, explica que o ambulatório contempla a terceira etapa do método, o pós-alta, sendo importante para acompanhar o desenvolvimento das crianças em casa. “Acompanhamos o crescimento e desenvolvimento do bebê até completar os dois quilos e meio. Conversamos para saber se a mãe está seguindo as orientações da equipe, se está tendo alguma dificuldade ou se surgiu algum fato novo desde a alta. Fazemos uma avaliação do estado geral da criança e da mãe”, detalha.
Vanessa Carvalho Correia, 19, é mãe de Iara, nascida de 31 semanas no dia 18 de agosto. Elas moram em Guaraciaba, a 95 km de Sobral. Em apenas oito dias após a alta da pequena, foi realizado o primeiro acompanhamento no ambulatório Canguru. “É muito importante. A gente aprende a cuidar. Tem suas dificuldades porque é minha primeira filha, mas eu estou conseguindo amamentar exclusivo”, relata a jovem.
Três etapas
O método Canguru conta com três etapas. A primeira começa no pré-natal, passa pelo parto e nascimento e segue pela internação do recém-nascido na Neonatologia, nas unidades de terapia intensiva neonatal (Utin) e de cuidado intermediário convencional (Ucinco). Nesta etapa, a equipe de saúde busca fortalecer os laços afetivos entre a criança e a família, minimizando a separação. No HRN, as mães podem permanecer dentro do hospital e os pais têm livre acesso para visitar o bebê.
Na segunda etapa, ainda durante a internação, mãe e criança permanecem juntos na unidade de cuidado intermediário neonatal canguru (Ucinca). A mãe ganha mais autonomia nos cuidados do filho sob a orientação da equipe. Esta etapa é essencial do Método Canguru porque prepara a família para os cuidados com o recém-nascido no domicílio. A alta pode ocorrer a partir de 34 semanas de idade corrigida do bebê e com 1,8 kg, além de outros critérios médicos.
Com a alta hospitalar, tem início a terceira etapa. A criança está clinicamente estável, em aleitamento materno, e não precisa mais do suporte hospitalar integral, mas deve ser acompanhada quanto ao seu ganho de peso. O bebê segue em monitoramento até alcançar o peso de 2,5kg e/ou resolução de suas pendências clínicas, que serão avaliadas pelas equipes multiprofissionais.