População acredita que ocorrências diminuam com a conclusão das obras, prevista para até o início de 2015Estima-se
que, diariamente, cerca de 70 mil veículos trafeguem pelo Anel Viário
Metropolitano. Desses, aproximadamente 70% são veículos pesados, como
caminhões de transporte de cargas. Além de um fluxo intenso, a região é
marcada pelo alto índice de acidentes. Segundo a Polícia Rodoviária
Federal (PRF), o número de vítimas de 2012 já excedeu em 22% o do ano
passado.
Os
serviços na estrutura viária recomeçaram após acordo entre o Governo do
Estado e o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit),
em dezembro do ano passado Foto: Marília CameloEnquanto
ao longo de 2011, foram nove mortos. Neste ano, até setembro, já
contabilizam-se 11 vítimas. Os acidentes já são 212, somente em 2012.
Para quem trafega diariamente pelos 32 quilômetros de via, a única
solução vista para a redução destes acidentes é a conclusão das obras do
Anel Viário. Porém, a previsão é somente para o fim de 2014 ou começo
de 2015, segundo afirma o Departamento Estadual de Rodovias (DER).
A
população que vive do comércio no entorno da via não acredita no
cumprimento destes prazos. "Há uns dois anos, essa obra começou e parou,
neste ano recomeçou novamente, porém, a passos muito lentos. Quem sabe
para 2020 esteja pronta", acredita o comerciante Francisco Pedro da
Silva, 48 anos, morador de Maracanaú.
O reinício dos trabalhos ocorre após acordo firmado, em dezembro do ano
passado, entre o Governo do Estado e o Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes (DNIT). Ao governo estadual caberá a
execução e ao órgão federal, os recursos, no valor de R$ 200.465.573,22.
Segundo
a assessoria de imprensa do DER, está em execução o trecho que
compreende a duplicação do Km 22, da BR-222, este corresponde a 8% da
obra. Além da construção dos viadutos e pontes, também inclusos nesta
porcentagem.
Convênio
Um convênio
celebrado no passado estabeleceu, para o início de 2012, o início das
obras do Anel Viário, por meio da Secretaria da Infraestrutura (Seinfra)
e do DER.
A retomada das ações, de acordo com a assessoria, se
deram, num primeiro momento, com as chamadas obras de arte, tais como
pontes e viadutos. A intervenção acontece a partir da ponte sobre o Rio
Siqueira e do viaduto da BR-020. Num segundo momento, serão executadas
obras na ponte sobre o Rio Coaçu, CE-060 e CE-065.
Apesar da
interrupção dos serviços, a reforma é vista como um meio que permitirá a
melhoria de tráfego, principalmente para o Distrito Industrial de
Maracanaú, Maranguape e Ceasa, que atualmente sofre com o
congestionamento. É naquele trecho que há um intenso fluxo de veículos
pesados. A duplicação é parte do Plano de Logística de Transporte do
Porto do Pecém. A nova pista será de pavimento de concreto, mais
resistente e com maior durabilidade.
Atualmente, a pista possui
11 metros de largura. Ao fim das obras, sua medida horizontal será, na
verdade, triplicada. Serão 16,5 metros de um lado e 16,5 metros do
outro, totalizando 33 metros. A extensão inclui canteiro central,
ciclovias laterais, retornos, acostamentos e nova sinalização na
rodovia.
Extensão
Um total 32 quilômetros
compreendem o Anel Viário, que começa no Eusébio, segue por Itaitinga,
passa por Maracanaú, Maranguape e termina em Caucaia.
A
construção foi iniciada em 1981, sendo concluída em 1987. O Anel Viário
passa pelos municípios de Eusébio (2,6 Km), Fortaleza (5,6 Km),
Itaitinga (0,5 Km), Maracanaú (12,66 Km) e Caucaia (10,64 Km). A
estrutura permite que cinco das seis rodovias federais e estaduais que
dão acesso a Fortaleza sejam interligadas: CE-040, BR-116, CE-060,
CE-065 e BR-222.
Problemas irritam motoristas
Os
motoristas que saem de Sobral rumo à Capital possuem duas opções de
caminho: a BR-222, que passa por um recapeamento; e a CE-178, cujas
obras de restauração acabaram ano passado. Os problemas de locomoção
entre as duas cidades não são atuais. No ano passado, a BR foi palco de
um rally, que contou com a presença do governador do Estado, Cid Gomes.
O
pior trecho, segundo motoristas, são os 30 quilômetros que ligam
Itapajé a Umirim, seguido pelo que liga Itapajé a Patos. Ambos estão em
obras de restauração, manutenção e sinalização.
De acordo com a
assessoria do Departamento Estadual de Rodovias (DER), a boa condição da
CE-178 se dá devido à manutenção permanente que é feita. Conforme
informações do órgão, o Estado possui, atualmente, 11 distritos
operacionais atuando diariamente.
No Ceará, há 2.181quilômetros
de rodovias federais sob responsabilidade do Dnit. As estradas mais
danificadas são as BR-222 que liga Fortaleza à região norte, a BR-020 e a
BR-116, que liga a Capital ao sul do Estado. Pelo menos em 400
quilômetros dessas duas vias, há trechos danificados, apresentando
buracos e deficiência na sinalização.
O trecho de 20 quilômetros
próximo ao triângulo de acesso à cidade de Ipaumirim, na BR-116, está
estragado, obrigando os motoristas a trafegarem na contramão e em
ziguezague os inúmeros buracos. As rodovias estaduais apresentam, no
geral, situação de regularidade, com trechos reconstruídos e outros com
serviço de tapa-buracos, segundo o DER.
As rodovias estaduais, de
acordo com o DER estão em bom estado. A CE-187, que corta vários
Municípios dos sertões de Crateús, já se encontra com buracos no trecho
que liga Crateús a Tamboril, apesar de ter sido pavimentada há pouco
mais de um ano. Sobre o trecho, a assessoria do órgão disse que
"diariamente os distritos operacionais do DER fazem trabalho de
conservação que inclui ações de tapa buraco".
Trânsito
70%
dos veículos que trafegam diariamente pelo Anel Viário são pesados,
como caminhões de transporte de cargas. Neste ano, já houve 11 vítimas
de acidentes
THAYS LAVORREPÓRTER