A inflação na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) em 2012 foi a mais alta dos últimos 9 anos. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)
foi de 6,70% ao longo dos 12 meses do ano passado. Os dados foram
divulgados nesta quinta-feira, 10, pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).
Seca é aponrtada como principal vilã da majoração dos preços dos produtos (Foto: Waleska Santiago)
Desde 2004, quando o indicador inflacionário atingiu 7,20%, o
fortalezense e cidadãos das cidades vizinhas não sentiam no bolso o
impacto de elevação semelhante nos preços. Para a economista Eloísa
Bezerra, a estiagem é a principal razão desse aumento. "A seca não só no
Ceará mas também no Brasil inteiro foi muito forte em 2012. Isso
influenciou bastante na produção", afirma.
Ela citou o exemplo da Capital cearense ter fechado o ano com o maior aumento do valor da cesta básica do
Brasil. "Basta ver o que ocorreu com o preço dos produtos básicos.
Tomate, arroz, milho, farinha, leguminosas e algumas frutas impactaram.
Além disso, fechamos o ano com quebra de 83% na produção de grãos",
comenta.
O comportamento dos preços na RMF foi levemente superior aos dos dois
últimos períodos (2011 e 2010), quando foram registradas respectivas
elevações de 6,45% e 6,52%. Segundo o IBGE, no último triênio, o IPCA
manteve esse patamar, que é acima dos indicadores registrados em meados
da década de 2000.
Quadra chuvosa pode pressionar inflação em 2013
Na opinião de Eloísa Bezerra, esse movimento pode até ganhar
força, ou seja, é possível que a inflação seja maior em 2013 do que foi
no ano passado. Para ela, os índices poderão continuar subindo caso não
volte a chover. "A gente espera que pelo menos o nível das chuvas
atinja a média no País e no Ceará. Caso contrário, poderá haver mais
aumento nos preços", sinaliza.