Detentos de uma unidade prisional na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) estariam fazendo ameaças aos policiais militares
do 12º Batalhão da Polícia Militar (BPM), em Caucaia. A denúncia veio
dos próprios policiais (nomes preservados), que receberam a informação
por redes sociais.
Segundo um dos policiais ameaçados, os homens foram presos no Parque Leblon no mês de janeiro. O chefe do grupo se encontra no presídio e na época do crime foi preso com uma quadrilha, com armas e drogas. No entanto, investigações da Polícia apontavam os suspeitos como autores de uma série de homicídios.
Dentro do presídio, eles teriam acesso a celulares, como mostram as imagens divulgadas, e enviam mensagens para comparsas do Parque Leblon (na Caucaia). Conforme um policial, a ordem é para "metralhar" os militares que entrarem na comunidade.
Segundo um dos policiais ameaçados, os homens foram presos no Parque Leblon no mês de janeiro. O chefe do grupo se encontra no presídio e na época do crime foi preso com uma quadrilha, com armas e drogas. No entanto, investigações da Polícia apontavam os suspeitos como autores de uma série de homicídios.
Dentro do presídio, eles teriam acesso a celulares, como mostram as imagens divulgadas, e enviam mensagens para comparsas do Parque Leblon (na Caucaia). Conforme um policial, a ordem é para "metralhar" os militares que entrarem na comunidade.
Eles também mandam recado para os pequenos comerciantes, que não vendam
para policiais. Ainda segundo um militar, um padeiro foi morto após ter
servido café para PMs de uma viatura, desobedecendo as "regras". "Ele
passou um ano fora e quando voltou foi morto. Mataram ele em cima de
uma bicicleta, na avenida Ulisses Guimarães", comentou.
Moradores que não colaboram com o tráfico são expulsos
O intuito dessas ordens seria evitar com que as pessoas repassassem informações sobre localização de drogas e armas. O policial relatou que a Polícia escoltou menos cinco mudanças, de moradores do Parque Leblon, que foram obrigados a se retirar das casas por ameaças de morte. Quem não contribuísse guardando armas, drogas ou dando apoio era "convidado" a se retirar. Após a prisão do grupo, as ordens continuam, mas agora, elas viriam de uma unidade prisional.
Traficantes ofereceram R$ 200 mil aos policiais para evitar prisão
Os homens foram presos em janeiro deste ano com drogas e armas e, no dia da prisão, o chefe do grupo teria oferecido R$ 50 mil para que fosse solto, mais R$ 20 mil por cada membro da quadrilha que não fosse preso. "Já no fim ele ainda ofereceu R$ 200 mil", comentou.
O chefe do grupo seria articulado e no período que estava em liberdade costumava passear pela comunidade desarmado para evitar prisões e acompanhado de "seguranças". "Ele sempre andava com seguranças, pois não andava armado. Mas tinha cinco seguranças armados. No dia que ele foi preso, durante uma perseguição, colocou dois seguranças em uma moto armados que atiraram contra a Polícia, mas a equipe trocou tiros e a dupla se rendeu", comentou.
Grupos se comunicam por radiocomunicação
De acordo com o comandante do 12º BPM, coronel Francisco Barbosa, as ameaças são reais e na última segunda-feira, 9, as imagens dos detentos foram divulgadas por meio das redes sociais. "Já tivemos que fazer mudanças de moradores que se sentiam ameaçados por eles. Essas ameaças não são diretas, são feitas por redes sociais", comenta.
Conforme o coronel Barbosa, as imagens foram repassadas para a Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus). O comandante relatou que pretende encaminhar o caso para o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), para que sejam tomadas providência para que os militares sejam resguardados e consigam trabalhar.
O oficial relatou que foram apreendidos vários aparelhos de radiocomunicação utilizados pelo grupo para comunicação interna. Eles chegaram a dividir o Parque Leblon por áreas para apontar com mais precisão a presença da polícia. "Sabemos também que eles possuem um procedimento que o carro, para entrar, tem que piscar uma quantidade determinada de vezes, mas não nos intimidamos com isso e estamos lá direto" explicou.
Uma das maiores dificuldades da Polícia para trabalhar naquela área seria a liderança que o grupo criminoso exerce entre os moradores. “Eles (criminosos) têm o conhecimento da lei e sabem que só podemos entrar nas casas com mandado de busca e apreensão, daí se utilizam dos moradores para esconderem drogas, armas e se esconderem, sob a ameaça de matar as pessoas”, lamenta.
Sejus
A Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado (Sejus) confirmou que as imagens divulgadas são de dentro de uma unidade prisional e informou, por meio de nota, que foi comunicada acerca do problema. Os internos foram identificados e as devidas providências serão tomadas, segundo o órgão.
O juiz titular da Vara de Execução Penal e Corregedoria de Presídios da Comarca de Fortaleza, Luiz Bessa Neto, afirma que não foi informado sobre o caso pela diretoria prisional e que, agora, aguarda os nomes dos presos. "Com base nos dados farei contato para vislumbrar de forma mais profundada e adotar as devidas providências", comentou.
Crimes são praticados com crueldade
No dia 23 de dezembro, do ano passado, Jamile Carvalho Amorim e Paulo Henrique Silva Melo foram encontrados mortos e enterrados em uma casa abandonada no Parque Leblon. Os dois estavam desaparecidos há pelo menos um mês. Informações repassadas pela Polícia é que o casal foi torturado antes da execução.
No dia 14 de março, deste ano, um comerciante sobreviveu após um espancamento no Parque Leblon. Ele chegou a ser enterrado vivo, mas conseguiu fugir. Foi socorrido para o hospital de Caucaia e transferido ao Instituto Doutor José Frota (IJF), Centro, onde permaneceu internado durante dias.
Moradores que não colaboram com o tráfico são expulsos
O intuito dessas ordens seria evitar com que as pessoas repassassem informações sobre localização de drogas e armas. O policial relatou que a Polícia escoltou menos cinco mudanças, de moradores do Parque Leblon, que foram obrigados a se retirar das casas por ameaças de morte. Quem não contribuísse guardando armas, drogas ou dando apoio era "convidado" a se retirar. Após a prisão do grupo, as ordens continuam, mas agora, elas viriam de uma unidade prisional.
Traficantes ofereceram R$ 200 mil aos policiais para evitar prisão
Os homens foram presos em janeiro deste ano com drogas e armas e, no dia da prisão, o chefe do grupo teria oferecido R$ 50 mil para que fosse solto, mais R$ 20 mil por cada membro da quadrilha que não fosse preso. "Já no fim ele ainda ofereceu R$ 200 mil", comentou.
O chefe do grupo seria articulado e no período que estava em liberdade costumava passear pela comunidade desarmado para evitar prisões e acompanhado de "seguranças". "Ele sempre andava com seguranças, pois não andava armado. Mas tinha cinco seguranças armados. No dia que ele foi preso, durante uma perseguição, colocou dois seguranças em uma moto armados que atiraram contra a Polícia, mas a equipe trocou tiros e a dupla se rendeu", comentou.
Grupos se comunicam por radiocomunicação
De acordo com o comandante do 12º BPM, coronel Francisco Barbosa, as ameaças são reais e na última segunda-feira, 9, as imagens dos detentos foram divulgadas por meio das redes sociais. "Já tivemos que fazer mudanças de moradores que se sentiam ameaçados por eles. Essas ameaças não são diretas, são feitas por redes sociais", comenta.
Conforme o coronel Barbosa, as imagens foram repassadas para a Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus). O comandante relatou que pretende encaminhar o caso para o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), para que sejam tomadas providência para que os militares sejam resguardados e consigam trabalhar.
O oficial relatou que foram apreendidos vários aparelhos de radiocomunicação utilizados pelo grupo para comunicação interna. Eles chegaram a dividir o Parque Leblon por áreas para apontar com mais precisão a presença da polícia. "Sabemos também que eles possuem um procedimento que o carro, para entrar, tem que piscar uma quantidade determinada de vezes, mas não nos intimidamos com isso e estamos lá direto" explicou.
Uma das maiores dificuldades da Polícia para trabalhar naquela área seria a liderança que o grupo criminoso exerce entre os moradores. “Eles (criminosos) têm o conhecimento da lei e sabem que só podemos entrar nas casas com mandado de busca e apreensão, daí se utilizam dos moradores para esconderem drogas, armas e se esconderem, sob a ameaça de matar as pessoas”, lamenta.
Sejus
A Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado (Sejus) confirmou que as imagens divulgadas são de dentro de uma unidade prisional e informou, por meio de nota, que foi comunicada acerca do problema. Os internos foram identificados e as devidas providências serão tomadas, segundo o órgão.
O juiz titular da Vara de Execução Penal e Corregedoria de Presídios da Comarca de Fortaleza, Luiz Bessa Neto, afirma que não foi informado sobre o caso pela diretoria prisional e que, agora, aguarda os nomes dos presos. "Com base nos dados farei contato para vislumbrar de forma mais profundada e adotar as devidas providências", comentou.
Crimes são praticados com crueldade
No dia 23 de dezembro, do ano passado, Jamile Carvalho Amorim e Paulo Henrique Silva Melo foram encontrados mortos e enterrados em uma casa abandonada no Parque Leblon. Os dois estavam desaparecidos há pelo menos um mês. Informações repassadas pela Polícia é que o casal foi torturado antes da execução.
No dia 14 de março, deste ano, um comerciante sobreviveu após um espancamento no Parque Leblon. Ele chegou a ser enterrado vivo, mas conseguiu fugir. Foi socorrido para o hospital de Caucaia e transferido ao Instituto Doutor José Frota (IJF), Centro, onde permaneceu internado durante dias.
Os dois casos são atribuídos ao tráfico de drogas na comunidade.
fonte: o povo