O contrato de financiamento da refinaria que será implantada na região do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) deve ser assinado na primeira quinzena de dezembro. As tratativas com o grupo chinês Qingdao Xinyutian Chemical estão bastante adiantadas e o Banco de Desenvolvimento da China será o agente financiador dos cerca de US$ 6 bilhões (R$ 20 bilhões) que serão necessários para a construção da planta de refino. Fontes do Governo do Estado, que participaram da abertura da Expolog – Feira Internacional de Logística, que acontece em paralelo com o seminário do setor, no Centro de Eventos do Ceará (CEC), confirmaram a informação.
De acordo com o presidente da Zona de Processamento de Exportações (ZPE-Ceará), Mário Lima Júnior, toda a infraestrutura e área – cerca de 750 hectares – que serão necessárias para a implantação do projeto já está sendo providenciada. “A ZPE-Ceará está pronta e temos a expansão que acontecerá para o lado de Caucaia, inclusive com gates de controle, área de despacho aduaneiro e controle operacional sendo montados, para atender à indústria de granitos e à planta de refino e indústrias donwstreams que virão após a refinaria, no polo petroquímico”, explicou.
O processo de licitação para as obras, cujos projetos estão sendo finalizados, deve ser realizado no mês que vem ou início de 2018, para poder receber o projeto da refinaria do grupo chinês. Ele deverá ser a âncora de uma série de outras indústrias que virão para o CIPP. “Elas fabricarão produtos que atenderão às indústrias têxtil, automobilística, linha branca, que dependem do nafta que será produzido nesta planta de refino que será construída na região do Pecém”, destacou.
Empreendimentos
O presidente da Cearáportos, Danilo Serpa, afirmou que está trabalhando toda a infraestrutura do Terminal Portuário do Pecém para receber grandes empreendimentos nacionais e internacionais. Afinal, pelo porto ser offshore, com calado natural profundo e uma ZPE em pleno funcionamento, o CIPP está sendo alçado a uma grande vitrine global, que já está atraindo a atenção de grandes grupos investidores. E, através da parceria com o Porto de Roterdã, essa expansão de visibilidade será ainda maior. “E quem quiser produzir para o mercado interno, também temos áreas industriais ao lado da ZPE, destinadas a essas fábricas”, afirmou.
O executivo lembrou que toda essa infraestrutura, somada aos incentivos fiscais que o governador Camilo Santana tem oferecido aos grupos empresariais, vão se refletir em um crescimento exponencial do PIB industrial do Ceará. “Um exemplo prático de sucesso é a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), que recebe o minério de ferro e o carvão pelo Porto, beneficia ali e exporta suas placas via Pecém para mais de 16 países e já são mais de 2,1 milhões de toneladas enviadas ao mercado mundial. Também está sendo providenciada a transferência da tancagem do Mucuripe para o CIPP. Outras empresas de energia eólica estão nos procurando. Então, a infraestrutura que foi criada, hoje nos coloca num patamar muito bom para a atração de novos investimentos”, completou Danilo Serpa.
Para o empresário Carlos Maia, o setor logístico cearense vem passando por uma grande transformação nos últimos anos, especialmente no que diz respeito à situação dos portos – Mucuripe e Pecém. “Essa feira está reunindo importantes players do setor, tanto nacionais como internacionais. Tanto que através da Termaco e da Tecer, vamos investir no crescimento da infraestrutura logística nos dois portos, no próximo ano. Não podemos esquecer a relevância da CSP, que foi um divisor de águas para o Estado, não só na área portuária, mas na economia como um todo. E a Expolog faz com que o setor de logística ganhe a projeção que ele precisa ter”, asseverou.
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