segunda-feira, 8 de março de 2021

Mesmo sem eficácia comprovada, venda de ivermectina cresce no Ceará com nova onda de Covid

 

Com a segunda onda de Covid-19, voltou a crescer a procura por ivermectina, cloroquina e azitromicina no Ceará, medicamentos que não têm eficácia comprovada contra a doença causada pelo novo coronavírus. Ainda assim, a demanda tem sido tão grande nas farmácias que o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Ceará  (Sincofarma - CE), Antonio Félix, não descarta que eles possam faltar nos próximos dias. 

"Eu não tenho notícias de que está em falta, o problema é que devido ao medo da população pelo aumento do número de casos, as pessoas conseguem receitas e acabam comprando para ter em casa antes de adoecer", explica. 

O presidente ressalta a importância da compra dessas substâncias somente quando houver a prescrição médica. "Espere a prescrição, pois, se faltar, pode comprometer outras pessoas que realmente precisam da medicação".

Remédios esgotaram em 2020

Embora a demanda esteja alta, Félix afirma que o volume de vendas deste ano ainda não superou o do ano passado, quando chegou a faltar uma série de insumos nas farmácias. No caso da ivermectina, o salto nas vendas passou de 400% em 2020.

O presidente da rede de farmácias Santa Branca, Maurício Filizola, confirma que a busca pelos medicamentos tem aumentado com a nova onda de contaminação, mas que ainda não chega ao patamar do ano passado. Segundo ele, isso se deve ao controverso uso das substâncias.

"No início da pandemia, esses medicamentos, que são usados em outras patologias, foram colocados como tratamento alternativo no início dos sintomas. Com medo, as pessoas buscaram essa opção, o que causou grande discussão no País, até com influência política", afirma.

Já sobre o abastecimento, Filizola descarta a possibilidade de falta desses itens, tendo em vista que as indústrias e distribuidoras já estão preparadas após a primeira experiência no ano passado.

"Os parques industriais estão mais organizados para a fabricação, assim como o mercado está melhor abastecido, com preparo logístico. São aprendizados que o setor privado faz de forma muito rápida", aponta.

'Kit-Covid'

No Brasil, tais medicamentos têm sido utilizados desde o ano passado como possíveis tratamentos precoces para a Covid-19, mesmo sendo não reconhecidos ou contraindicados por diversas entidades, como Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

A defesa das autoridades sanitárias é que não existem evidências suficientes que comprovem a eficácia dessas substâncias contra a doença. 

No caso da ivermectina, o próprio laboratório que produz o fármaco já afirmou que ele não funciona contra a Covid-19.

Outros insumos 

Além desses medicamentos, outras substâncias como paracetamol, vitaminas C e polivitamínicos também podem sofrer com o desabastecimento, embora ainda haja estoque nos estabelecimentos.  

O presidente do Sincofarma também garantiu que álcool gel e máscaras não devem faltar. "As farmácias estão com um bom volume de estoques para suprir a demanda", afirma.

 

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Conheça quatro mulheres que inspiram e lideram transformações na indústria e na vida

 


A Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) incentiva o protagonismo feminino, seja na indústria ou no empreendedorismo nas comunidades próximas à usina. Em homenagem ao Mês da Mulher, compartilhamos histórias diferentes, fortes e inspiradoras

 

Na época de faculdade, a cearense Sofia da Costa Barreto, 28 anos, gostava de observar as pessoas que embarcavam na rota de ônibus da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) rumo à empresa. Agora, formada engenheira eletricista, ela relembra com carinho quando a vida profissional de hoje ainda era um sonho, aparentemente, distante. Ela conquistou o que desejava, trabalha na siderúrgica há dois anos. Na CSP, é crescente a força feminina. As mulheres já representam 12,3% da mão de obra da usina, que se mantém acima de média da siderurgia nacional, que é de 8%, conforme dados do Instituto Aço Brasil.  

 

“Eu via o pessoal usando aquela farda e alimentava meu sonho de trabalhar em uma grande indústria. Eu fiz acontecer me capacitando para a vaga. Entrei como trainee em 2018 e depois fui efetivada. Trabalhar na siderurgia representa pra mim o poder que nós mulheres temos de chegar aonde a gente quer. Eu me sinto privilegiada por representar a força feminina nesse ambiente de siderurgia”, relata a analista de Manutenção Elétrica, que atua no Alto-Forno da CSP. 

 

Sofia acompanha indicadores, rotinas de manutenção e cumprimento dos planejamentos, atuando também nas paradas programadas para manutenção. “Cada dia que passa é um conhecimento novo e isso é muito engrandecedor. É uma das coisas que mais me empolga de estar aqui. Tudo o que eu já tinha visto na faculdade, eu vejo na prática”, compartilha. Para quem também busca oportunidades na indústria, ela incentiva: “Se isso é um sonho pra você, prepare-se e dedique-se, porque não há lugar hoje em que as mulheres não possam chegar”. 


Ela produz aço há 42 anos  

 

A Analia Christina Pereira Caires, 64 anos, é um sólido exemplo disso. Desde 1979, ela trabalha na indústria siderúrgica. Paulista e formada em Química, Analia conta que se sente realizada na profissão que abraçou há 42 anos e teve a satisfação de acompanhar, de perto, as transformações no setor. A maior delas é a crescente presença feminina.  

 

Há seis anos na CSP, a especialista de Laboratório leva o sorriso de canto a canto para falar da profissão e da empresa. “Vi os tijolos sendo colocados. Não só a construção física, mas também a construção da cultura organizacional da CSP. Aqui, a participação feminina é muito maior do que em outros estados brasileiros. E eu fico muito contente, porque a gente sabe da dificuldade que uma mulher tem para estar no mercado de trabalho, ser respeitada e valorizada. Vejo isso como um grande patamar que foi vencido, uma grande barreira. Admiro muito a mulher cearense”, destaca Anália. 


De Aprendiz à Operadora de Alto-forno 

 

A história da Maria Juliana é exemplo para quem está ingressando na siderurgia, ainda como aprendiz. Maria Juliana Martins da Silva, 21 anos, mora na sede de São Gonçalo do Amarante (SGA). Ela concluía o Ensino Médio quando ouviu as notícias de que a CSP estava iniciando suas operações. Ao longo do tempo, vendo os amigos começarem a trabalhar na siderúrgica, foi aumentando o interesse em também fazer parte da empresa. Ao completar 18 anos, ela se inscreveu no Programa Jovem Aprendiz CSP e foi selecionada.  

 

Hoje, ela é operadora de produção no Alto-Forno da CSP. Desempenha atividades relacionadas ao sistema de limpeza e tratamento de gases. A tarefa inclui a inspeção rigorosa de todos os equipamentos, antecipando cenários. “Eu queria muito saber como era produzido o aço. A experiência de estar na CSP é uma mistura de orgulho e desafios. Fico buscando, cada vez mais, aprender e conhecer. A área onde estou é muito ampla, então, a cada dia, tenho um novo aprendizado. É muito gratificante ver que estou evoluindo cada vez mais”, conta a gonçalense Juliana Martins.  

 

Ao chegar na siderurgia, Juliana não sabia que desafios enfrentaria por trabalhar em uma área onde há predominância de trabalhadores homens. A surpresa foi positiva: "não vejo diferença. Todo mundo sabe o seu lugar. Isso me dá orgulho, ver que não é feita essa diferenciação”.  

 

“Muita gente de São Gonçalo entrou na CSP como aprendiz, e muitos já foram efetivados há anos, desde quando a CSP começou a funcionar. E percebo que tem crescido, cada vez mais, o número de pessoas da região que entram na siderúrgica e conseguem o emprego. Para o meu futuro, pretendo evoluir cada vez mais. Planejo fazer uma graduação em Engenharia Metalúrgica, para me especializar na minha área de trabalho”, projeta Maria Juliana. 


Transformação e crescimento, mesmo com a pandemia 

 

Essa liderança feminina, em conquistar seu espaço, também é percebida e incentivada pela CSP nas comunidades. O Território Empreendedor, programa social realizado pela CSP, tem participação expressiva de mulheres. Elas representam 77% dos interessados em empreender na região. Por meio do programa, em edições anteriores, elas receberam capacitação técnica e consultoria para a elaboração do Plano de Negócios empresarial.  

A Fabiana Cipriano da Silva é cabeleireira há nove anos. Mora em Caraúbas, distrito de São Gonçalo do Amarante, é casada e mãe de quatro filhos. Ela possui um salão de beleza ao lado de sua casa, onde se dedica diariamente às clientes. A decisão de trabalhar de forma autônoma veio após participar do Território Empreendedor.  

 

“O conhecimento transformou a minha vida. Eu perdi o medo de empreender. Com os cursos, eu encontrei forças para ir em frente. Isso abre a nossa mente. Aprendemos a ter uma boa administração, para que o negócio não feche. Hoje, já tenho o resultado do meu crescimento”, relata a gonçalense. 

 

Para ela, empreender foi a solução para conciliar os cuidados com a casa, filhos, casamento e trabalho. “Hoje, posso ajudar financeiramente em casa, posso construir os meus sonhos e incentivar outras mulheres. A gente não é só dona de casa, a gente pode ser muito mais. É só buscar aquela forcinha que você tem lá dentro do coração, batalhar e enfrentar. Mulher não tem nada de sexo frágil não, viu”, compartilha Fabiana, com orgulho das vitórias conquistadas. 

 

Durante a pandemia, foi preciso fechar as portas e inovar. Quando os atendimentos no salão foram interrompidos, em obediência aos decretos do Governo do Estado, Fabiana decidiu vender produtos de beleza e ampliou sua atuação nesse segmento. “Foi muito difícil porque, em março de 2020, tivemos que fechar as portas, mas eu não desanimei. Veio na minha cabeça o que me falaram no Território Empreendedor: em todos os momentos, a gente tem que se reinventar. Quando temos um sonho, a gente tem que buscar, lutar por ele todos os dias”, conta emocionada. 

 

O próximo passo é ampliar o salão de beleza para a oferta de outros serviços no segmento. Para isso, ela planeja ser uma multiplicadora do conhecimento que possui, treinando outras mulheres que queiram aprender a realizar serviços na área e gerar a própria renda. “Quero ajudar essas pessoas que não têm experiência, mas com muita vontade de ter uma profissão, de se sentir útil e valorizada”, afirma.  

 

Gasolina sobe de novo e já flerta com marca de R$ 6 no Ceará; veja preços

 


Continua em plena escalada o preço da gasolina. No Ceará, conforme aponta o último levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizado entre 28 de fevereiro e 6 de março, a máxima do litro chegou a R$ 5,749, ou seja, praticamente R$ 5,75. Este valor foi encontrado no município do Crato.

Considerando que, na semana anterior, o patamar mais alto verificado na pesquisa da ANP havia sido de R$ 5,53, houve um salto de 21 centavos no preço máximo praticado.

Gasolina a R$ 6 no Ceará?

Nota-se, com base no recente histórico dos dados, que a trajetória inflacionária da gasolina vem acelerando a cada semana. A esta altura, se não houver significativa mudança no cenário, é questão de tempo para que o litro do combustível atinja a marca simbólica e inédita de R$ 6,00 em algum lugar do território cearense, provavelmente no interior, onde os combustíveis geralmente são mais caros.

Em outros estados, como Acre, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Pará, este nível de R$ 6,00 já foi superado. A ANP verificou gasolina vendida a impressionantes R$ 6,29 no Rio de Janeiro, o maior valor do País.

Com o cenário do petróleo no mercado internacional e a desvalorização do real ante o dólar, a tendência é que os combustíveis sigam em alta no Brasil. Só neste ano, a Petrobras já determinou cinco aumentos.

Cabe ponderar dois pontos sobre a pesquisa da ANP:
1) No caso do Ceará, a metodologia se restringe a poucos municípios. Portanto, é possível que haja valores ainda mais altos em outras cidades, mas o levantamento não consegue captar.
2) Os preços podem ter sofrido alterações desde o período em que os dados foram obtidos.

O preço médio da gasolina manteve-se praticamente estável no intervalo entre a semana encerrada em 27 de fevereiro e a última, passando de R$ 5,23 para R$ 5,24. Ainda assim, trata-se do maior valor da história. Já a gasolina mais barata foi a R$ 5,11.

Em Fortaleza, o valor médio manteve-se em R$ 5,22. Já a máxima chegou a R$ 5,499 na Capital, e a mínima, R$ 5,11.

Confira preços da gasolina nas cidades pesquisadas

  • Crato

Postos pesquisados: 9
Preço médio: R$ 5,354
Preço mínimo: R$ 5,240
Preço máximo: R$ 5,749

  • Fortaleza

Postos pesquisados: 98
Preço médio: R$ 5,229
Preço mínimo: R$ 5,119
Preço máximo: R$ 5,499

  • Juazeiro do Norte

Postos pesquisados: 10
Preço médio: R$ 5,327
Preço mínimo: R$ 5,139
Preço máximo: R$ 5,389

*Nesta semana, a ANP não consultou postos em Caucaia, Itapipoca e Maracanaú, que constavam na penúltima pesquisa.

 

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Prefeitura de Caucaia imuniza 895 idosos contra o Covid no fim de semana

 


Final de semana de imunização e esperança para 895 idosos em Caucaia. Esse foi o saldo de dois dias de intenso trabalho da equipe da Secretaria de Saúde.

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O alívio fica por conta também do depoimento dos parentes. É o caso de Selma Soares, moradora do Icaraí, que levou a mãe, Francisca Alves, de 79 anos, para ser imunizada. “Eu ver minha mãe sendo protegida, sendo vacinada, me dá uma emoção muito grande”, disse emocionada.

A ação organizada pela Secretaria de Saúde contou ainda com o apoio da Guarda Municipal e a Autarquia Municipal de Trânsito.

Balanço dos dois dias de vacinação

No sábado (06), primeiro dia de Drive-Thru de Vacinação, a Prefeitura de Caucaia imunizou um total de 356 idosos. Neste domingo (07), foi a vez de 539 caucaienses receberem a primeira dose da vacina AstraZeneca. Desde o início da ação, o público-alvo deste domingo foram idosos a partir de 75 anos.

A Secretaria de Saúde segue sua Campanha de Vacinação entre os grupos prioritários definidos pelo Governo do Estado.

sábado, 6 de março de 2021

Câmara discute implantação de programa de modernização de acesso a informação

 


Com o intuito de favorecer a modernização da informatização dos trabalhos da casa legislativa, os parlamentares da Câmara de Caucaia levantaram planos de parceria com o Senado Federal para a implantação do Interlegis. Trata-se de um programa de ações que fortalece o Poder Legislativo brasileiro por meio do estímulo à modernização e a integração das casas legislativas.

O presidente da câmara, vereador Dr. Tanilo, confirmou ida à Brasília e o interesse do Executivo e Legislativo em alinhar informações com o Senado sobre o uso do sistema e os benefícios deste para a Câmara de Vereadores de Caucaia, afim de que se possa implantar o programa em um futuro próximo.

“O Interlegis permite que a população possa acompanhar o andamento das discussão dos projetos e auxilia também na transmissão remota das sessões. Com esse sistema, o acesso à informação será fortalecido e a população poderá ver em detalhes, todos os nossas lutas e o andamentos dos nossos projetos”, defendeu o vereador Weibe Tapeba sobre a importância do Interlegis.

Os vereadores defenderam a necessidade de alinhar medidas que incentivem à maior informatização dos trabalhos da casa, em paridade com as mudanças trazidas na sociedade com a pandemia da Covid-19.

Vale ressaltar que a Câmara de Vereadores já dispõe de uma atuação forte no meio digital, com a divulgação dos principais trabalhos de todos os vereadores através das redes sociais como Instagram, além do site oficial com notícias atualizadas, informações sobre projetos, transmissão ao vivo das sessões pelo canal do Youtube, dentre outros.

O Interlegis foi criado em 1997 e é o braço do Senado Federal para a modernização e integração do Legislativo brasileiro. As ferramentas tecnológicas desenvolvidas e disponibilizadas gratuitamente pelo programa para as câmaras municipais possibilitam a criação de portais na internet para as casas; o armazenamento de sistemas, além da identificação .Leg nos endereços eletrônicos e a automatização de todo o processo legislativo.

Câmara reduz número de sessões por semana

O presidente Dr. Tanilo aproveitou para anunciar a decisão de suspender temporariaente a realização das sessões da câmara nas terças-feiras, havendo apenas a realização de uma sessão semanal às quintas-feiras, em cumpimento às medidas de contenção da disseminação do coronavírus SARS-CoV2, causador da Covid-19. Portanto, as próximas sessões ocorrerão na quinta-feira próxima, dia 4, e posteriormente no próximo dia 11 de março.

Por Thomas Pacheco

Prefeitura de Caucaia lança Plano de Sanitização de pontos de grande circulação no município

 

Em continuação às ações de combate ao Covid-19, ruas com maior circulação começaram a ser higienizadas a partir desta sexta-feira (05) em Caucaia. A ação deve se concentrar nos pontos de maior fluxo de pessoas no centro, na Jurema e em bairros adjacentes. O objetivo é reduzir a carga microbiana residual em ambientes e superfícies, diminuindo assim a chance de proliferação do coronavírus.

Um caminhão-pavão está sendo utilizado e 50 profissionais estão envolvidos na iniciativa, que também deve realizar o procedimento em órgãos públicos de Caucaia. O Plano de Sanitização é coordenado pela Secretaria de Patrimônio, e conta com o apoio da Secretaria de Saúde, de Administração, a Guarda Municipal e também a Autarquia Municipal de Trânsito – AMT. Os aplicadores foram treinados para ação e contam com equipamentos de segurança sanitária, com uniforme e máscaras, além dos pulverizadores.

A sanitização é uma das ações do Grupo de trabalho de combate ao Covid em Caucaia. “Estamos empenhados em reduzir a proliferação do vírus em nosso município. Por isso, criamos esta força-tarefa com a limpeza especial e mais profunda nos locais em que há maior concentração de pessoas. Uma missão dada pelo prefeito Vitor Valim para que possamos cuidar de todos caucaienses em um momento que requer atenção dobrada”, declarou o secretário de Patrimônio e Serviços Públicos, Silvio Nascimento.

 

 

sexta-feira, 5 de março de 2021

1.620 presos testaram positivo para Covid-19 no Sistema Penitenciário do Ceará

 


Março de 2021 versus março de 2020. Mesmo com o espaço de quase 365 dias, o cenário da pandemia se assemelha nas vias públicas e até mesmo dentro das unidades prisionais. No Ceará, em menos de um ano 1.620 internos nestes equipamentos testaram positivo para Covid-19. Outros 783 casos foram contabilizados, sendo 587 em policiais penais e 196 nos demais colaboradores.

A primeira infecção pelo coronavírus no Sistema aconteceu em abril de 2020, na Unidade Prisional Professor José Sobreira de Amorim, em Itaitinga. Agora, de acordo com a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), "a pandemia no Sistema Prisional segue acompanhando o cenário atual de disseminação geral do Estado do Ceará, apresentando um pequeno aumento de contaminação entre internos, servidores e terceirizados".

A informação foi publicada no mais recente boletim epidemiológico da Pasta, contabilizando casos até o dia 26 de fevereiro deste ano. No documento, a Secretaria destaca que "a contaminação dos internos limita-se aos casos nas triagens de porta de entrada do Sistema". Os últimos registros de internos infectados pelo coronavírus foram no Centro de Triagem e Observação Criminológica (CTOC), com nove casos; Centro de Execução Penal e Integração Social Vasco Damasceno Weyne (Cepis), oito; Instituto Penal Feminino, um; cadeia pública de Tabuleiro do Norte, um; Unidade Prisional Irmã Imelda Lima Pontes, um; e mais um fato no Instituto Penal Professor Olavo Oliveira II (IPPOO II).

Nessa quinta-feira (4) haviam 54 internos em tratamento para quadro leve da doença, sendo 29 deles recém-chegados da Delegacia de Capturas e Polinter (Decap), localizada no Centro de Fortaleza. A SAP afirma que todos os internos ao entrarem no sistema prisional são submetidos a testagem. Em quase 350 dias foram realizados pelo menos 17 mil testes entre internos e servidores.

Desde o início da pandemia, cinco internos, dois policiais penais e um colaborador da SAP morreram em decorrência da Covid. A última morte dentre os internos aconteceu já neste ano, em 18 de janeiro de 2021. Já o último óbito de policial penal foi em 9 de setembro de 2020. 91,8% dos presos são considerados como recuperados da doença.

"A SAP aproveita para esclarecer que ainda permanece com sua estrutura de Enfermaria Máxima de Saúde para isolar e tratar da forma mais adequada os internos que tenham sintomas ou apresentem resultado positivo para o novo coronavírus", disse a Pasta.

Protocolos

A diretoria do Sindicato dos Policiais Penais do Estado do Ceará (Sindppen-Ce) afirma estar preocupada com o relaxamento do cumprimento aos protocolos de vigilância sanitária. Eles se preparam para forçar a campanha de prevenção: "Eu me protejo, eu te projeto".

Segundo a presidente Joélia Silveira, hoje, um dos maiores problemas enfrentados dentro das unidades prisionais é a superlotação, que compromete as chances de dezenas de presos não se infectarem, caso um deles seja acometido pelo vírus.

"Nós tivemos informações que muitos policiais penais estão se reinfectando. Temos visto que hoje há máscaras suficientes, há álcool em gel suficiente. Não falta material, mas tem relaxamento por parte do próprio profissional em às vezes descumprir algumas medidas, como não utilizar a máscara da forma correta. Precisa haver cuidado de todos. O Sistema está completamente lotado e isso facilita na proliferação do vírus. Pedimos ainda que os policiais penais sejam vacinados logo. Atualmente, a previsão é de serem imunizados apenas na 4ª fase", destacou Joélia.

Visitas suspensas

Desde o dia 20 de fevereiro de 2021, a Secretaria suspendeu as visitas sociais aos internos nas unidades prisionais. Nessa quinta-feira (4), após o governador do Ceará divulgar decreto determinado 'lockdown' em Fortaleza, a SAP emitiu comunicado dizendo que pontuando que "as visitas social e a entrega de malotes ficarão suspensas enquanto durar o decreto que estabelece o isolamento social rígido".

A medida vale para todas as unidades prisionais do Estado e "tem o objetivo de preservar a saúde dos familiares, internos e servidores públicos que atuam nestes estabelecimentos".

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MP recomenda garantia de abastecimento de oxigênio nas unidades de saúde de Caucaia e Orós

 


O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) recomendou nesta quinta-feira, 4, ao prefeito de Caucaia, Vitor Valim (Pros), bem como ao secretário da Saúde e aos diretores das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da cidade, ações que garantam o abastecimento de oxigênio nas unidades de saúde do município. A medida também vale para a cidade de Orós, localizado há mais de 345 km de Fortaleza.

A orientação pede ainda o estoque mínimo de dez dias de consumo, bem como todos os demais insumos, inclusive de sedação e kit intubação, e equipamentos necessários para atendimento, internação e assistência à saúde de pacientes com Covid-19. Também foi recomendado a elaboração de plano de contingência em caso de escassez de oxigênio, conforme o crescimento da demanda nos dois municípios.

Nesta quinta, o prefeito de Caucaia divulgou uma série de medidas que serão adotadas para conter o avanço do novo coronavírus na cidade. Por enquanto, o gestor descartou a possibilidade de lockdown no município, mas antecipou que, a partir desta sexta-feira, 5, vai ampliar o horário do toque de recolher, das 18h às 5h, até o próximo dia 18 de março.

Segundo dados atualizados do IntegraSus, o município concentra o segundo maior número de óbitos em decorrência da Covid-19 no Estado, com 449 mortes, 10.899 diagnósticos positivos da doença e incidência de 3.015,8. Já Orós ainda não divulgou se adotará medidas mais restritivas para conter a doença. O prefeito da cidade, Zé Rubens (PSD), deve comparecer às reuniões por macrorregião de saúde promovidas pela Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece) junto ao Governo do Estado, nos próximos dias. 

As recomendações foram expedidas pelos promotores de Justiça Ana Karine Serra Leopércio, titular da 5ª Promotoria de Justiça de Caucaia, e Renato Magalhães de Melo, titular da Promotoria de Justiça de Orós. Os gestores têm o prazo de cinco dias para comunicarem às suas respectivas comarcas as providências adotadas para o seu devido cumprimento da decisão. 

Além de informar sobre o atual estoque de oxigênio para abastecimento das unidades de saúde e provisionamento para utilização por quanto tempo do que existe, as prefeituras foram orientados a prestar informações sobre eventuais procedimentos de compra já iniciados e em trâmite, bem como cópia de todos os contratos vigentes. Devem informar, inclusive, se existe algum canal específico de troca de informações entre as direções e coordenações das unidades e a Secretaria de Saúde.

 

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